quarta-feira, 11 de dezembro de 2002

Cartas

As correspondências de Clarice me dão vontade

de transformar o espelho em cartas.

Ainda que não de papel.

Ainda que as de papel sejam as mais fascinantes.

Ainda que só as de papel existam.

(E acho que vou voltar a escrevê-las, as de papel.)

Mas, aqui, também serão cartas.

Ainda que invisíveis para alguns destinatários.

Como muitas de papel.

Como muitas.

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