sábado, 30 de novembro de 2002

Grades



Encontrei esta imagem no zeroblog.

Peguei emprestada

porque ela diz as palavras que me faltam para dizer o que ela diz.




Tirei a imagem daqui

porque estava travando.

Mas veja lá no zeroblog...

é o código de barras.


O Filho da Noiva

Meus pais fazem 40 anos de casados e eu fui assistir a O Filho da Noiva.



El Hijo de La Novia



Em teoria uma coisa não tem nada que ver com a outra.

Mas me pergunte e eu lhe respondo... Estou comovidíssima.

Porque, sem saber, ver um filme deste neste momento foi uma benção.



O filme é maravilhoso.

Às vezes se chora de rir, e outras vezes se chora de chorar mesmo.

Mas é um choro bom... que aquece o coração e a alma.

Mais uma coisa da série "não se explica".



Bueno, que se yo... Hay que verlo!

Y quien le va a dar clases? El professor Girafales?

Que pesado!



O filme é imperdível.

Muito sensível. Muito inteligente. Muito, muito bom!



E esta Norma Aleandro é ex-tra-or-di-ná-ria!



Norma



Ela e Huppert podem se dar as mãos e caminhar pelas ruas do paraíso.

Ou senão pela rua aqui de casa.

Não, não somos nada perto delas.



E se ela um dia despencar do céu

E se os pagantes exigirem bis

E se um arcanjo passar o chapéu

E se eu pudesse entrar na sua vida...

Be Atriz










Sortimento Vivo

Sortimento Vivo

Fui também ao show da Zélia.

Hours-concours (é assim que se escreve?) da série "não se explica".

É como... "se você não foi à Bahia, vá!"



E ninguém aqui vai notar que eu jamais serei a mesma...

sexta-feira, 29 de novembro de 2002

Sebastião Sou Eu



Filha de sem-terra num acampamento em Barra do Onça. Sergipe,Brasil, 1996...Criança deslocada que se perdeu de sua família, em Mopéia. Província de Zambeze, Moçambique, 1994...Criança angolana deslocada, em Cazombo. Província do Alto Zambeze, Angola, 1997.



Campo de Polhó para índios zapatistas deslocados. Chiapas, México, 1998...Campo de Turanj para refugiados bósnios do enclave de Bihac. Krajina, Croácia, 1994...Centro para orfãos das tribos do sul de Bihar Bihar, Índia, 1997



Crianças

Não sei...

Estou assim.

Criança em preto e branco.

Impotente diante da tragédia.

Não que tenha me acontecido alguma.

Não hoje. Não hoje. Não hoje.

Queria melhorar o mundo.

E não faço nada. Nada.

Queria melhorar.



Querer

Quanta coisa a gente quer e... não faz, não tem, não consegue.

Quanto a gente quer o que não se pode querer.

Quanto a gente sofre de tanto querer e não querer.

Às vezes não quero mais... nada.

Nem sei o que estou dizendo. Só quero dizer.



Friends

Yes I know and Joey knows but Ross doesn't know so you have to stop screamming!



Don't worry

Be happy



Obrigada

Por todos os parabéns, u-huuus, êêêêêssss, oobbbaaass e yuuupis.

Esta Joana agradece comovida, e aposentada.



Fábio

Tem hora que bate uma tristeza tão grande

Que eu não sei o que fazer e nem pra onde ir

É tanta coisa que eu queria dizer

Mas não tem ninguém pra ouvir

Então choro... sem ninguém ver.

Eu choro...




Sono

Sono

Sono

Sono

Cê namora...

E eu não queria ter crescido.




Quando você chega na classe

Nem sabe

Quanta diferença que faz

E às vezes

Faço que não vejo e não ligo

E finjo, ser distraída demais



Quantas vezes te desenhei

Mas não consigo

Ver o teu sorriso no fim

Te sigo

Caminhando pelo recreio

Quem sabe

Você tropeça em mim



Se enamora

Quem vê você chegar com tantas cores

E vê você passar perto das flores

Parece que elas querem te roubar

Se enamora

Quem vê você chegar com tantos sonhos

E os olhos tão ligados nesses sonhos

Tesouros de um amor que vai chegar



Quando toca o despertador

De manhazinha

Me levanto e vou me arrumar

E vejo

A felicidade no espelho

Sorrindo

Claro que vou te encontrar



Fico só pensando em você

E juro

Que vou te tirar pra dançar

Um dia

Mas uma canção é tão pouco

Nem cabe

Tudo que eu quero falar



Se enamora

Quem vê você chegar com tantas cores

E vê você passar perto das flores

Parece que elas querem te roubar

Se enamora

Quem vê você chegar com tantos sonhos

E os olhos tão ligados nesses sonhos

Tesouros de um amor que vai chegar



Se enamora

E fica tão difícil

De ir embora

E às vezes escondido

A gente chora

E chora mesmo sem saber porque




Se enamora

A gente de repente

Se enamora

E sente que o amor

Chegou na hora

E agora gosto muito de você.



Se Enamora, Balão Mágico

quinta-feira, 28 de novembro de 2002

Ganhamos!



A Gota d'Água ganhou o Festival de Teatro! Muito legal.

E eu ganhei o prêmio de melhor atriz. Bem emocionante... Essa Joana!

Não que isso mude a minha vida porque não muda nada, mas foi legal.




E A Sétima Arte também ganhou.

Ganhamos um prêmio especial.

De excelência técnica e artística do espetáculo!




Mas o mais gostoso de tudo é a gente lá quando anunciam os vencedores.

Aquele mar de gente gritando junto... aquilo é bom demais.




Me fez lembrar do nosso elenco gigante em 1987, quando ganhamos todos os prêmios do Festival com Vídeo Pícles...



E melhor ainda foi que estavam lá pessoas que eu amo tanto.

Come what may...




Enfim... é muito bacana ganhar Festivais... mas a vida não é feita de Festivais.

E a fila tem que andar. Só não sei pra onde...

quarta-feira, 27 de novembro de 2002



The greatest thing you'll ever learn...Is just to Love, and be Loved in return.

Moulin Rouge






Ela

Está um tal de falar sobre a morte...

Pois vou entrar na onda e falar dela também.

Na verdade não tenho muito o que dizer, afinal, a morte é a morte, e ponto.

Se tem uma coisa que termina e ponto é a morte.

É ponto mesmo. Acabou. A morte levou alguém e nos deixou sem. Ponto.

Pelo menos pra gente que fica aqui nessa sobrevida acabou alguma coisa.



Na semana passada meu cachorro morreu.

A gente anda pelo jardim, pela garagem... e é estranho.

Ele morreu. Acabou.



No ano passado a morte levou a minha pessoa favorita. Minha tia Odila.

E, bem, eu sofri e sofro até hoje sem ela. Mas e...? E nada. Ela morreu.

Se tivesse ido morrar no Japão, se estivesse internada num hospital, se estivesse sequestrada... eu poderia pensar qualquer coisa, esperar, querer, poderia, sei lá... sentir mil sentimentos diferentes. Mas não. Ela morreu. Acabou. Todos os dias eu penso nela. Olho a foto, converso com ela, mas tenho de conviver com a dor porque ela morreu. E ponto. Eu sei que ela me escuta, eu sei que ela vê meus pensamentos, sei até as caras que ela faz durante as nossas conversas, mas não vou mais tocá-la, vê-la... pelo menos por enquanto. Porque ela morreu. Hoje o tio Dinho apareceu no Video Show, passou um trecho enorme de Gabriela... eu tive por um segundo o impulso de pensar nela, de ligar pra ela. Mas em seguida me veio o ponto final: ela morreu. A morte é isso, essa coisa sobre a qual não há o que dizer, e se há, termina no ponto, e ponto.



Não tenho medo de morrer. Também acho muito cruel perder as pessoas que a gente ama, assim, na hora do almoço, na noite de natal, numa madrugada de chuva... de repente a morte vem. Mas acho cruel ter de ficar sem quem foi. Porque quando EU morrer não vou achar cruel, não. Vou morrer, e ponto. E, não sei bem por que, mas tenho a sensação de que vou morrer cedo. E ponto.



E só mesmo a morte é que não tem jeito.

O resto a gente resolve. Resolve, sim.



Ele

Sobre amor sempre é hora de falar.

Fomos hoje ao Telefonica Open Air.

Moulin Rouge... A Story about love.

E o amor é o oposto da morte.

Não sei bem por que tive agora essa idéia, de que o amor é oposto da morte.

O amor correspondido. É. Que é o oposto de não ter mais quem a gente ama.

Que difícil me expressar...

Acho que estou com sono.

E se eu dormir e morrer... morri.

E ponto.



Saibam que tive últimas horas muito felizes na vida.

E como ouvi esta noite: a gente esquece da gente.



Incrível... acabei de me dar conta de que conversamos exatamente sobre a morte e sobre o amor.





And you can tell everybody that this is your song

It may be quite simple but now that it's done

Hope you don't mind

I hope you don't mind that I put down in words

How wonderful life is now you're in the world

Your Song


terça-feira, 26 de novembro de 2002

Pra Você, Meu Sonho



você é assim

um sonho pra mim

e quando eu não te vejo

eu penso em você

desde o amanhecer

até quando eu me deito

eu gosto de você

e gosto de ficar com você

meu riso é tão feliz contigo

e o melhor amigo é o meu amor

e a gente canta e a gente dança

e a gente não se cansa de ser criança

da gente brincar na nossa velha (amiga) infância

seus olhos, meu clarão

me guiam dentro da escuridão

seus pés me abrem o caminho

eu sigo e nunca me sinto só

você é assim, um sonho pra mim

quero te encher de beijos



Velha Infância, Tribalistas





Tribalistas
E O Vento Levou...

Houve uma terra de cavaleiros e campos de algodão denominada O Velho Sul.

Neste mundo o galanteio fez sua última mesura.

Aqui foram vistos pela última vez cavaleiros e suas damas,

senhores e seus escravos.

Procure-os apenas nos livros pois não passam de um sonho a ser relembrado.

Uma civilização que o vento levou...




E o vento levou esses dias e meses maravilhosos de teatro no ar, no sangue, nas noites, na minha vida.

Estou cheia de um vazio novamente que, nem que eu tente, se explica.

Talvez quem já viveu coisa assim entenda. Um pouco.

Em mim é uma dor. Especialmente este ano, uma dor bem doída.

Now what?

Agora não sei...



À Flor da Pele

Estive muito sensível esses dias.

E coisas bem extraordinárias aconteceram.

O que fechou com uma chave que não sei bem se é de ouro foi o Tom aparecer ontem na peça. Não se entende, não se explica. Os motivos que o levaram lá são os mais bobos possíveis. E eu estava lá mais uma vez. E eu perguntei: como você está? E ele respondeu: SÓ. Como assim "só"? Só, ele disse. Estou sozinho. E ele está sozinho e foi lá, me contar... E quando olho aqueles olhos tanta coisa passa na minha cabeça... dez anos apaixonados por ele... e mais alguns de tantas descobertas tão distantes dele... Eu me pergunto se ainda temos algum caminho... Mas sempre que andamos juntos vejo que não... não ... não... Por que é que a gente deixa de admirar alguém que era tudo na vida? Por que é que a gente se cansa? Por que é que a gente abre mão do sonho da vida inteira? Por que e que a gente amadurece, cresce, e se afasta tanto de quem não vem junto? Por que é que a gente ama outra pessoa e descobre que o amor não era aquilo que se tinha? Por que é que a gente não pode viver na ingenuidade? Por que é que a gente deixa de amar?

Eu quero, mas só quero quando ele está longe. Quando ele vem é tão claro que não quero mais. Que triste.



Tudo Sobre Minha Mãe

A Dona Daysi foi ver a peça ontem... e amou. Vejam só que coisa! Parece que minha mãe mudou de olhares. Ou então aquelas peças de antigamente eram muito ruins mesmo! Risos. Deviam ser, sim. Porque ela sabe das coisas. Ela tem bom gosto, eu sei. E me pergunto como vamos indo, nós duas... Bem, eu diria. Mas quero ver até quando. Até eu, e ela, descobrirmos que talvez não tenha sido só uma fase... Sei lá. Mas que é bom demais essa coisa boa entre a gente, isso é. E eu gosto tanto de vê-la lá... Até fico pensando que pode ter sido bom um tanto de ausência que senti a vida toda... porque agora dou tanto valor à presença dela. E ela vai comigo ao prêmio amanhã. E é realmente ela quem eu quero ali ao meu lado. Independentemente de qualquer coisa, sei que a gente vai dar risada, e que vamos nos entender no olhar, e que vamos debochar das coisas de que sempre debochamos. E sei que vamos sentir muito a falta da minha irmã que está longe, e da minha tia linda e amada que está vendo tudo lá de cima. E só ela e eu sabemos o que a gente sente. E é por isso que tem de ser ela lá, a minha mãe. Que só reclama, que briga sem nem saber por que, que fala NÃO até hoje, sem motivo, como se eu tivesse 15 anos... Mas que é ela, minha mãe. E que no dia 4 de dezembro vai ser beatificada por aguentar o senhor meu pai há quarenta anos - de casados - mais dez - de namoro... Bendita seja. O seu Eduardo é legal, eu sei... Mas ela aguenta, viu! E não posso parar de pensar no comentário da DonAna, a cozinheira: Graças a Deus sua mãe voltou de viagem... É só ela mesmo que esquenta lugar nesta casa! Não adianta: é ela que manda! ... Pois é. É ela que manda.



And The Oscar Goes To...

O Oscar vai para as minhas queridíssimas Débora e Ana! Que me deram mais uma vez o prazer inenarrável de irem me ver no teatro! A Débora escreveu lá sobre esse nosso louco encontro nessa rede louca, e que se não fosse isso talvez nunca nos cruzássemos por aí... e pode ser mesmo... Mas seja como for, eu só tenho a agradecer a Deus por, eu sim, ter tido o privilégio de cruzar o caminho de duas pessoas tão, tão queridas. Ahhhhhhhh, e o Raul gostou da peça!!!! Ufa!!!! Pontos para o teatro! Deus seja louvado! Por falar em Deus... esta rede maluca ainda nos fez descobrir, Ana e eu, que sempre estivemos unidas de alguma forma por Ele, ainda sem saber. Que coisa iluminada.

Obrigada, meninas! Vocês moram no meu coração. E no meu palco, sempre!



Ah, e o Oscar vai também pros meus lindos!!!!!

Luca e Nana!

Que foram ver a peça! E adoraram!

Fazer teatro pra eles é tudo o que me tira do chão.

Não vejo a hora de fazer mais.

Breve, num teatro perto de você: Amídalas!



The End

Acabou, acabou... por enquanto acabou.

Temos mais duas apresentações marcadas, se é que serve de consolo.

Nos dias 4 e 19 de dezembro.

No teatro Paulo Autran, e no Ruth Escobar, respectivamente.

Legal, né. É.

Mas é outra coisa...

O primeiro The End aconteceu e a gente vai juntando os pedaços devagarzinho essa semana. Eu estou quebrada como se tivesse apanhado muito. Mas nem te conto como é boa essa sensação de dever cumprido, como diria meu diretor Marco André. Dever cumprido. E essa certeza de que não dá pra fazer outra coisa na vida a não ser cumprir o meu dever de estar no palco. E o meu dever de educar por meio dele, e de contribuir com o mundo também por meio dele, o palco. E isso não vai ter The End.

Coooooooooooorta!!!!!!!!!!!!

Olha, foi muito bom mas nós vamos ter de refazer a cena, pessoal.

Every day!



Dan e a Nossa Cidade

Fui ver a peça da ESPM no sábado.

Entrar ali foi só o começo da emoção sem tamanho que eu iria viver naquela noite.

A peça foi muito bonita... aquela quadra, aquelas pessoas, aquela cena de Se Essa Rua Fosse Minha... Aquelas lembranças... Aqueles olhos azuis que passaram como um vulto por mim e me trouxeram tanta saudade...

OI, Dan. Oi, Ju... e uma conversa de quase uma hora sobre o nosso encontro, sobre a nossa paixão pelo teatro, sobre a nossa cena, sobre as nossas emoções, sobre tudo o que fizemos, tivemos, vivemos, sentimos... Coisas que só a gente, e quem esteve lá, e mais ninguém pode saber o que é. Mais uma vez essas coisas que não têm explicação... não tem, não tem. Debruçados ali, em cima daquela arquibancada, lembrando de cada momento lindo, do começo de tudo... e olhando pro momento do Dan agora, e pras coisas que vêm por aí... e falando do que eu não posso fugir... E... sei lá. Foi aquilo, que mais uma vez a gente teve... e é nosso. Eu te amo, Dan. E nada, nada vai tirar da gente o que a gente tem. Não tirou até hoje. E agora somos gente grande, grandes crianças que amadureceram... E nada vai nos tirar o que é nosso. E o amor que a gente tem. Pelo teatro, que nos une, pra sempre. Fiquei muito, muito feliz com esse reencontro e, finalmente, com uma conversa boa que havia muito, muito tempo eu esperava acontecer. E ainda vou te ver gigante, ainda vou ter aquela emoção que senti no Rio multiplicada por mil quando muito mais gente descobrir o universo que há dentro de você... Quando muito mais gente tiver a alegria de te ver atuar, do jeito que eu vi, vejo, verei sempre. Os olhos têm que brilhar. Como os seus. Azuis. Diamantes.



A Semana

Esta semana vai ser muito feliz.

Mas o motivo eu guardo aqui dentro.

A gente sabe, né. E isso basta.



À Flor da Pele II

Continuo bem sensível esses dias.

Não sei se isso é bom ou ruim.

Mas é isso.



Coisa de Criança

Tinha mais pra dizer mas... esqueci.







quinta-feira, 21 de novembro de 2002

O cinema cada vez mais se restringe a essa grosseira alternativa:

ou o seio de Martine Carol ou o revólver de Glenn Ford.

Sexo e violência.

Impasse e degradação duma arte que nos deu um Chaplin."



Paulo Mendes Campos, Quadrante II



Quebra Tudo!!!!!!!!

Suuuuuuper estréia!

Foi lindo!

E o que é a Estela cantando, meu Deus!

Estou loucamente apaixonada por aquela voz!

É absurdo o que aquela menina canta!

Dá vontade de parar a peça e só deixar ela lá cantando..................

A Senhora dos Anéis.



I am calling you

Can't you hear me

I am calling you

I am calling you

Can't you hear me

I am calling you



Um real, seu Sérgio.

Até, Dona Dora...



Isso, lindão!!!!!



Basta. Não adianta dizer muito.

Precisava estar lá pra saber.



And the Oscar goes to...



Smile... Sorrir




Smile, though your heart is aching

Smile, even though it's breaking

When there are clouds in the sky,

You'll get by

If you smile through your fear and sorrow

Smile, and maybe tomorrow

You'll see the sun come shining through, if you...



Light up your face with gladness

Hide every trace of sadness

Although a tear maybe ever so near

That is when you must keep on trying

Smile, what's the use of crying?

You'll find that life is still worthwhile

If you just smile.



The Charles Chaplin song




quarta-feira, 20 de novembro de 2002

A Sétima Arte

A estréia é hoje. Eu estou quebrada.

Mas que delícia. Que respiro na vida!

Só que...

Mais uma estréia e mais um fim chegando.

Depois, não sei. Quem sabe?

Deus?

Alô?

Deus?

Eu Te Atro.



Pra você que eu Amo assim

Que saudade do seu olhar e do seu sorriso.

Que saudade da sua voz, das suas roupas, do seu cabelo.

Qua saudade do seu andar, das suas mãos.

Que saudade de te beijar e de ficar te olhando.

Que saudade de te ver dormir.

Eu só perco mesmo...



Sei que vou te ver mais tarde e já ganhei o dia por isso.



You've never been to the moon

But don't you want to go

Under the sea in the volcano

You've never looked into my eyes

But don't you want to know

What the dark and the wild

And the different know



Come dance with me now

We'll dance without a care

I'm as free as a fire

And change is in the air

There are some things in my life

I'll never understand

But they become the force

That makes me who I am



(...)



Come with me now

Come with me now

It's time to try

It's time to fly



The Different, Melissa Etheridge




La Solitudine

Quantas praias vazias na chuva, na noite, no frio.

Quantos estádios, quantos parques vazios na madrugada.

Quantos desertos.

Quanto de mim, eu, vazia.



La solitudine fra noi

Questo silenzio dentro me

È l'inquietudine di vivere

La vita senza te




A Saudade de Sempre

Hoje ouvi essa música e não pude não lembrar,

não lamentar,

não querer,

não chorar,

não me perguntar...

Só pude não te escrever, não te incomodar.

Não te amar... ?

Talvez.

Um dia o dia chega.

Há de chegar.

Há de ficar.

Ouça:



What went right

What went wrong

Doesn't really matter much

When it's gone



Was it too hard to try

Was it too hard to lie

Did you just grow tired of hello and goodbye

Was it the naked truth that made you run

Where do I go now

That I'm down to one



Sooner or later

We all end up walking alone

I'm down to one

My heart is a traitor

It led me down this road

Now it's done

I'm down to one



I want to know where I failed

I want to know where I sinned

Cause I don't want to ever feel this way again

Was the wanting too deep

Did it block your sun

Where do I go now

That I'm down to one



What am I supposed to think

What am I gonna say

What did I ever know

About this love anyway



Down to One, Melissa Etheridge


terça-feira, 19 de novembro de 2002

Isabelle Huppert

Estou absolutamente enlouquecida por essa mulher.
Não é de hoje, não... Mas agora me deu na lata falar dela.
Na minha opinião, ela é a atriz mais extraordinária da atualidade.

Também por que hoje fui ver Teia de Chocolate e... ela é arrebatadora.
(Não tanto a Teia, mas Huppert).

A cena final - ela, o rosto dela, estático - é uma das atuações mais brilhantes que já vi.
O filme é muito interessante também. Mas mesmo se não fosse, valia por essa cena.
E vale por ela, Gigante.

Sem falar em A Professora de Piano - sufocante, destruidor, imperdível.
E 8 Mulheres - divertidíssimo.
Huppert é absoluta em todos eles.
E já quero ir atrás dos antigos dela.
Quero "devorá-la" (no bom sentido, claro).

segunda-feira, 18 de novembro de 2002

O Rouxinol



Claudia Zucheratto e Kleber Montanheiro



No domingo assisti a um dos espetáculos infantis mais completos que já vi.

É tudo lindo, é inteligentíssimo, bem resolvidíssimo, engraçadíssimo, superlativo!

E nesse mar de porcarias que afoga as crianças que são levadas a teatros por aí, O Rouxinol é um ar puro, um oásis. Dá vontade de enviar um comunicado a todas as mães, pais, irmãos, tios, tias, avós... um comunicado para que não deixem de levar suas crianças a esse espetáculo. É visulamente maravilhoso e o texto estimula a criança (e o adulto também) a pensar, a se questionar, e a ter suas próprias respostas. Principalmente porque o grand finale da peça é exatamente uma pergunta.



E a Marília ainda me disse que o Kleber - ator, diretor, iluminador figurinista - TUDO do espetáculo - Marília disse que ele é um gênio. E eu vi que é mesmo. E para alegria geral da nação, é ele que vai nos dirigir em Amídalas, ano que vem. Amídalas... Amídalas...!!



Vá ao teatro.

O que o quê?



Não quero seu sorriso,

Quero sua boca no meu rosto

Sorrindo pra mim.

Não quero seus olhares

Quero seus cílios nos meus olhos

Piscando pra mim.

Transfere pro meu corpo

Seus sentidos, pra eu sentir

A sua dor, os seus gemidos

E entender por que

Quero você...

Não quero seu suor

Quero seus poros na minha pele

Explodindo de calor

Transfere pro meu corpo seus sentidos,

pra eu sentir

A sua dor, os seus gemidos

E entender por que

Quero você...

Quero você...

Quero você...



Sentidos, Christian Oyens e Zélia Duncan


sexta-feira, 15 de novembro de 2002

Madame Satã e A Menina dos Olhos

"...se apenas uma pessoa me disser "Você me fez ganhar o dia!", o meu dia está ganho."

Tenho ganho os dias, as noites, todos os minutos eu tenho ganho porque você está perto. Eu te disse hoje e é verdade: a sua companhia cura todas as minhas tristezas.



Assistimos a Madame Satã.

Atores maravilhosos, impecáveis.

Trilha linda; fotografia também; edição interessante.

E o roteiro... hmmm... achei bem fraco em alguns momentos.

Mas a companhia era tão boa que... nem sei.

Nem sei se prestei tanta atenção no filme.



Quando estou com você eu até esqueço de tudo que quero tanto. E me invade uma certeza de que se quem estiver aqui comigo me causar o que você causa - essa alegria, esse descontrole bom, esses diamantes nos olhos, essa coisa que basta - se quem estiver comigo me causar o que você me causa, então o que eu quero é isso e mais nada.



A Melhor Coisa do Mundo

Sorvete não é a melhor coisa do mundo porque a melhor coisa do mundo é se sentir assim, como eu me sinto com você. Você me traz de volta a sensação de que aquela felicidade que eu tive - e que foi a maior que eu imagino que alguém possa ter - você me traz de volta a sensação de que aquela felicidade pode existir de novo. Você é a minha certeza de que ninguém é insubstituível, ainda que único, cada um. Hoje, de novo, eu disse e me escutei dizendo que eu sinto com você, de novo, o que eu sentia então, naquele começo, naquela fase de descobertas. Esses dias tranquilos, esses papos leves, essas brincadeiras sem consequências, essa meiguice... tudo isso me devolve tanto da vida que foi me sendo tirada nesses anos de escuro. Brigada, Acende a lanterna e me deixa te olhar, te olhar, te olhar...



Luz dos olhos

Os meus olhos vibram ao te ver

São dois fãs




Night Club, Sshhut Club, Drrrrinkss!

Jantei com a Má no Eugenia.

Coversamos tanto...

Como a gente é igual e como a gente é diferente.

Que amizade boa! Que feliz encontro!

E o melhor é que quando a gente se enche, mandamos tudo pro Rrrrrruuubensssss e tá feito.

Te amo, Mari.



O Medo

O Medo

O Medo

O Medo

Amídalas.



There You Go...

E meu coração não está no peito nos próximos dias.

Foi acampar e já volta.

Do latim... a-ma-re.





quarta-feira, 13 de novembro de 2002

Telefônica Open Air e Blade Runner



"All of this will be lost in time

Like tears in the rain"



SENSACIONAL.

Uma Tarde Boa

Fui ao cinema. Com uma das poucas pessoas que me bastam atualmente.

E tive uma tarde boa. Como pouco tenho tido atualmente.



Assistimos a Casamento Grego. Como somos todos iguais, meu Deus! O filme é engraçadíssimo, mas hoje estou profunda e aquilo tudo só me fez pensar demais na vida. Como amo essa família festeira, barulhenta, enooorme, feliz! E é muito triste pensar que não vou ter nada daquilo que amo tanto! Por que, meu Deus? É justo? Eu quero saber se é justo!



Eu quero.



Quero a igreja linda, e meus padrinhos lindos no altar, e minha mãe, e meus sogros. Quero uma música linda e eu entrando emocionada por aquela porta, com meu pai. Quero andar por aquele corredor tremendo, sorrindo para um lado e para o outro, e meu pai com pose de presidente. Quero aquele Cristo me olhando com alegria, orgulho, perdão e cheio de bençãos. Quero olhar nos olhos daquele homem ali me esperando e quero que aquele olhar me baste. Quero que fiquemos de mãos dadas enquanto ouvimos o que Deus nos diz. Quero sentir a boca doer de tanto sorrir e o coração disparar na hora de dizer aquilo tudo. Quero te amar e te respeitar, na saúde e na doença, na alegria e na trsiteza, todos os dias da nossa vida. Quero dizer sim como quem conta para todas aquelas pessoas tudo o que aconteceu e diz: estou aqui, sim. Quero a valsa, as trocas de par, a felicidade nos olhos de cada um que dança e cada um que assiste. Quero aqueles tambores e minha família dançando dabik numa roda imensa no meio da pista. Quero meus tios, meus primos, minhas amigas queridas, e eu, suando, e guardanapos nas pontas, ao som do Ginalgi Nalgina Jublalah Hari Sur Gina! Quero as pessoas jantando, brindando com champagne e morangos, os abraços, os silêncios. Quero as cadeiras no alto, o beijo, o olhar... e que aquele olhar, no alto, de novo me baste. Depois quero os meus amigos gritando I Will Survive e me olhando sem palavras! Quero também os olhares de Não acredito! Que bom! Tomara que dê certo e que você seja feliz! Mas quero que naquele momento eu não tenha nenhuma dúvida de que vai dar certo. Por isso é que eu quero que o olhar, a cada instante, me baste. E que o abraço seja forte. Quero tirar os sapatos, soltar os cabelos, e dançar Bahia até as cinco da manhã. E então quero que nos sentemos à mesa para jantar aquela comida melhor do que antes. E quero beber muita água, e comer a sobremesa. E olhar para o lado e ver, de novo, que me basta. Quero não pensar em nada, então, quando nos levantarmos para ir. Quero no final aquela gente que eu amo, que sempre está nos finais. Qurero também os que não estarão por causa dos filhos pequenos em casa. Mas quero que estejam no meu, afinal, quem diria! Sou eu, lá, e com alguém que me basta. E quero então descer aquelas escadas, sentar naquele carro, encostar a cabeça naquele peito e sentir que me basta. Quero chegar naquele hotel, subir para aquele quarto, e me sentir completa. Quero ainda que venham invadir um pouco aquele momento que deve ser invadido por pessoas queridas. E quero dar risada, e depois me despedir, e fechar a porta, e ficar lá com quem me basta. Algumas horas depois quero acordar com as malas prontas e com a alegria de quem ama aquele homem ao lado. Quero viajar, e voltar, e tirar os presentes das caixas, e montar minha casa, e cozinhar, e dormir, e acordar, e dormir, e acordar. Quero voltar ao trabalho e todos os dias à noite ter o que contar e o que ouvir. E que me baste. Quero fazer teatro e ter para quem perguntar como foi, e ter com quem conversar sobre os erros antes de dormir. E quero ter nossos filhos, olhar para eles e saber, da forma mais sublime, que a vida me basta, afinal. Quero tanto.



Mas querer não basta.

Basta?

Deus?



Pelo menos minha tarde foi boa. Com alguém que eu amo hoje.

Que não me basta para o que eu quero, mas me basta hoje.

Mas como eu queria que fosse diferente!

Como eu quero que seja!



Deus??



terça-feira, 12 de novembro de 2002

CAROLINE

Santo Deus! Como pude não dizer aqui que nasceu minha QUINTA sobrinha! Filha do meu irmão. Foi na sexta, dia 8. Dia oito... OIto, oito, oito... Tudo nessa vida me traz saudades. Mas voltando à fofa. Nasceu. Imagina os próximos natais. Ai, que delícia! Que bom que os meus sobrinhos existem para distrair um pouco a minha atenção dessa vida vazia e... só.



segunda-feira, 11 de novembro de 2002

Amnésia

Tenho coisas a dizer mas às vezes esqueço.



Que dia feliz foi hoje.

Mas é metade, não adianta.



E que mundo pequeno!

Por que é que sempre tem alguém conhece alguém que você não queria ter conhecido. Por que é que tem sempre alguém pra te lembrar de pessoas cujas lembranças te fazem sofrer? Por que é que a gente nunca consegue não falar nessas pessoas quando fica sabendo que tem alguém que conhece alguém que conhece alguma dessas pessoas? Por que é que a gente puxa assunto com a pessoa sobre as outras pessoas, fala bobagem, xinga, lamenta, pede pra matar, depois fica triste, se arrepende, e acaba dando de ombros? Me fala por que é que aquela menina tinha que ter entrado naquela faculdade e jogar naquele time e conhecer aquela menina que esntrou naquela faculdade e que jogou naquele time com a gente, e que, por isso, acabou conhecendo você, que era tudo pra mim? E por que é que eu tinha de saber disso? E por que agora sempre que olho pra ela tenho que me lembrar dela e ter raiva porque não tenho mais você comigo? Por que é que Deus não vem aqui com um apagador e limpa esse quadro negro de uma vez por todas?





15 anos

O que uma menina de 15 anos pensa? O que espera? O que já fez? Em que acredita? Tento me colocar no lugar delas para entender até onde posso dizer, até onde posso explicar, até onde devo ir... Mas é tão difícil. Tudo se transformou com uma velocidade tão incrível! Não adianta eu me lembrar de como era quando EU tinha 15 anos. Não adianta porque era outro mundo. Quando eu era pequena e ouvia essa história de que as outras gerações eram tão diferentes da nossa eu não entendia isso tão bem quanto entendo hoje. Porque essa geração dos 15 é muuuito diferente da minha, aos quinze.E como é que faz entender? Porque passar de novo pelo que passei com a dona Alma, tsc tsc, não vou MESMO. Melhor ficar calada. Quinze vezes melhor.



Ainda mais depois de ter escutado a "máxima dos 15" de hoje: toda brincadeira tem um fundo de verdade.

Ok, dona Francisca. Ok.
Para você o que você gosta



Para calar a boca: Ricino

Para lavar a roupa: Omo

Para viagem longa: Jato

Para difíceis contas: Calculadora

Para o pneu na lona: Jacaré

Para a pantalona: Nesga

Para pular a onda: Litoral

Para lápis ter ponta: apontador

Para o Pará e o Amazonas: Látex

Para parar na Pamplona: Assis

Para trazer à tona: Homem-rã

Para a melhor azeitona: Ibéria

Para o presente da noiva: Marzipã

Para adidas o conga: Nacional

Para o outono a folha: Exclusão

Para embaixo da sombra: Guarda-sol

Para todas as coisas: Dicionário

Para que fiquem prontas: Paciência

Para dormir a fronha: Madrigal

Para brincar na gangorra: Dois

Para fazer uma toca: Bobs

Para beber uma coca: Drops

Para ferver uma sopa: Graus

Para a luz lá na roça: 220 volts

Para vigias em ronda: Café

Para limpar a lousa: Apagador

Para o beijo da moça: Paladar

Para uma voz muito rouca: Hortelã

Para a cor roxa: Ataúde

Para a galocha: Verlon

Para ser moda: Melancia

Para abrir a rosa: Temporada

Para aumentar a vitrola: Sábado

Para a cama de mola: Hóspede

Para trancar bem a porta: Cadeado

Para que serve a calota: Volkswagen

Para quem não acorda: Balde

Para a letra torta: Pauta

Para parecer mais nova: Avon

Para os dias de prova: Amnésia

Para estourar pipoca: Barulho

Para quem se afoga: Isopor

Para levar na escola: Condução

Para os dias de folga: Namorado

Para o automóvel que capota: Guincho

Para fechar uma aposta: Paraninfo

Para quem se comporta: Brinde

Para a mulher que aborta: Repouso

Para saber a resposta: Vide-o-verso

Para escolher a compota: Jundiaí

Para a menina que engorda: Hipofagi

Para a comida das orcas: Krill

Para o telefone que toca

Para a água lá na poça

Para a mesa que vai ser posta

Para você o que você gosta: diariamente



Diariamente, Marisa Monte canta Nando Reis

sábado, 9 de novembro de 2002

Rótulos

Eu detesto rótulos.

Acho que ninguém gosta, né...

A primeira brincadeira que a gente faz depois do Encontro é a do rótulo.´Porque é como se fosse premissa básica pra vida, pra convivência, pra amizade, é como se fosse premissa básica - e é - não rotular as pessoas. Mas sempre se acaba fazendo isso. Nem posso condenar porque acho que eu também, sem perceber, devo fazer isso por aí. Mas quando é com a gente rola um incômodo.



Hoje eu estava lá e senti um pouco isso. Essa coisa de "eu vi o que você fez, eu sei quem você é". Não fico brava nem nada, mas sei lá. Porque eu não sei o que você sabe, não sei o que as pessoas sabem, não sei o que você vê em mim... Não sei o que dizem, não sei o que pensam. E a chance de pensarem errado é enorme. Por isso é que é ruim o rótulo. Porque talvez não seja bem assim... Cada um é cada um, e não simplesmente "isto ou aquilo"... Cada um com seus motivos, suas histórias, seus momentos. Então tem que sentar e conversar, entender o que acontece, conhecer os detalhes. e aí, sim, SABER.



O que me incomoda não é você saber de alguma coisa sobre mim. Mas é você pensar que sabe, estabelecer uma verdade que pode estar errada. O que me incomoda, no fundo talvez, é que nem eu sei que verdade-ou-não é essa. Portanto quando você me rotula, começa de novo a me convencer de coisas que eu não quero que sejam absolutas. Começa a ter de mim uma verdade que talvez eu nem seja, e que eu quero ter a possibilidade de não ser. Então, não saiba o que eu posso não ser... Não me convença de nada. Não me rotule. Deixe a vida ter caminhos.



É isso.



Saudades

Que saudades eu sinto de você!

Nem sei se seria melhor o coração vazio.

Mas melhor mesmo seria você aqui.

Acampando comigo.

Falaram tão bem de você hoje.

Fiquei orgulhosa como se eu tivesse algum direito!

Imagina...



"Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher,

sou minha mãe e minha filha, minha irmã, minha menina.

Mas sou minha, só minha, e não de quem quiser..."


quarta-feira, 6 de novembro de 2002

Drummond

Também não posso deixar passar em branco o centenário de Drummond.

Principalmente porque Drummond não deixa nada em branco.



CarlosDrummonddeAndrade





Hoje estou... triste.





Deus Triste



Deus é triste.



Domingo descobri que Deus é triste

pela semana afora e além do tempo.



A solidão de Deus é incomparável.

Deus não está diante de Deus.

Está sempre em si mesmo e cobre tudo

tristinfinitamente.

A tristeza de Deus é como Deus: eterna.



Deus criou triste.

Outra fonte não tem a tristeza do homem.











Hoje sou... uma porta cerrada.





Cuidado



A porta cerrada

não abras.

Pode ser que encontres

o que não buscavas

nem esperavas.



Na escuridão

pode ser que esbarres

no casal em pé

tentando se amar

apressadamente.



Pode ser que a vela

que trazes na mão

te revele, trêmula,

tua escrava nova,

teu dono-marido.



Descuidosa, a porta

apenas cerrada

pode te contar

conto que não queres

saber.








Hoje... Sempre... vejo Clarice





Visão de Clarice Lispector



Clarice,

veio de um mistério, partiu para outro.



Ficamos sem saber a essência do mistério.

Ou o mistério não era essencial,

era Clarice viajando nele.



Era Clarice bulindo no fundo mais fundo,

onde a palavra parece encontrar

sua razão de ser, e retratar o homem.



O que Clarice disse, o que Clarice

viveu por nós em forma de história

em forma de sonho de história

em forma de sonho de sonho de história

(no meio havia uma barata

ou um anjo?)

não sabemos repetir nem inventar.

São coisas, são jóias particulares de Clarice

que usamos de empréstimo, ela dona de tudo.



Clarice não foi um lugar-comum,

carteira de identidade, retrato.

De Chirico a pintou? Pois sim.



O mais puro retrato de Clarice

só se pode encontrá-lo atrás da nuvem

que o avião cortou, não se percebe mais.



De Clarice guardamos gestos. Gestos,

tentativas de Clarice sair de Clarice

para ser igual a nós todos

em cortesia, cuidados, providências.

Clarice não saiu, mesmo sorrindo.

Dentro dela

o que havia de salões, escadarias,

tetos fosforescentes, longas estepes,

zimbórios, pontes do Recife em bruma envoltas,

formava um país, o país onde Clarice

vivia, só e ardente, construindo fábulas.



Não podíamos reter Clarice em nosso chão

salpicado de compromissos. Os papéis,

os cumprimentos falavam em agora,

edições, possíveis coquetéis

à beira do abismo.

Levitando acima do abismo Clarice riscava

um sulco rubro e cinza no ar e fascinava.



Fascinava-nos, apenas.

Deixamos para compreendê-la mais tarde.

Mais tarde, um dia... saberemos amar Clarice.






Mulholland Drive again

Assisti de novo. DVD this time.

Ficou tão claro.

Afinal a minha vida é clara.



É por isso que eu sempre choro.



Yo que pense que te olvide

pero es verdad, es la verdad

que te quiero aun mas

mucho mas que ayer

dime tu que puedo hacer

no me quieres ya

y siempre estare

llorando por tu amor

llorando por tu amor

tu amor

se llevo

todo mi corazon

y quedo llorando

llorando

llorando

llorando

llorando

llorando

por tu amor



Rebekah Del Rio, em Mulholland Dr.





Fale comigo
"El amor és la cosa mas triste del mondo cuando acaba"

Assisti hoje.

Almodovar é sempre bom.
Chus Lampreave é maravilhosa.
Geraldine Chaplin é deslumbrante.

"Por isso é que eu chorava sempre que via alguma coisa que me emocionava...
Porque não podia dividir aquilo com ela."

Por isso é que eu choro sempre.

Fale com ela.
Por mim.

terça-feira, 5 de novembro de 2002

Esses Dias

Esses dias sempre voltam. Quando a gente sente tudo e não sente nada. Quando a gente quer pôr no papel o que tem e o que não tem, o que ama e o que não ama. Quando a gente quer que alguém saiba tudo de nós porque não dá pra explicar.Ai, esses dias de uma solidão estranha. Não é só trsite. Tem uma alegria também, mas é tão sozinho. Esses dias em que a gente vê na luz forte que a vida está sem rumo porque não tem graça. Não tem graça não ter quem baste, quem divida tudo. E então os dias são repetidos e a gente repetitiva. Todo dia penso isso. Todo dia digo isso. Que cansei. Antes pensava que era da vida, agora sei que é da solidão. E nunca estive tão perto de tanta gente. Nunca estive tão próxima da minha família... E sozinha já estive bem mais. Mas acho que antes sempre é menos. Antes sempre é menos. Esses dias que demoram a passar. Essas noites em que o sono não chega nunca e parece que a gente vai morrer aqui de tanto ficar acordado. Tudo está cansado mas a cama frita. Tudo está cansado. Tem teatro, tem cinema, tem um monte de ilusão. Mas não tem um abraço de noite. Não tem um telefone que toca na hora certa. Não tem alguém pra quem ligar de madrugada. Ter tem. Mas não tem. Ter tem. Mas não tenho quem tem. Esses dias eu penso que não sei se é pior não amar. Ou amar sem ter. Não sei se é pior não amar e não ter ou ter sem amar ou amar sem ter ou amar, ter, e não ter. Amar eu sempre amo. E como amo! Meu Deus! Conheço pouca gente que ama como eu! E esses dias me fazem achar que isso é um castigo. Amar desse jeito é um castigo. Porque não é que eu queira, não. Eu não queria. Já que há solidão que houvesse também um vazio pra aliviar um pouco. E estar oca não é estar vazia. Não. Estar oca é estar cheia do que não se tem. Cheia de querer e sem ser querida... Ai, e sou tão querida, eu sei. Mas alguém que esteja aqui, que esteja sempre aqui, alguém aqui, sempre, não há. Quem há não quero. Nem sei mais o que querer. No fundo eu não queria querer o que quero e talvez isso seja a maior de todas as angústias. A maior de todas as solidões. Não querer querer o que se quer. Mas só não quero porque não tenho, claro. Nem sei. O que eu sei é que cansei dessa brincadeira de viver só. E sabe quando é que vai acabar?! Não vai ser logo, não. Não, não vai. Senta que lá vem a história...





Gota d'Água Nunca Mais, Seu Jasão!

Acabou mais uma etapa dessa vida que não sabe pra onde ir.

Que coisa intensa que foi tudo isso!

Que turbilhão de sentimentos essa mulher me fez remexer!

Que tempestade, que tormenta, que alegria misturada a tudo.

Às me sinto com 50 anos.

E não tenho nem 30.

Não tenho nem 20.

Lá estou, de igual pra igual, com aquelas meninas de 16.

Who am I?



Ana Tereza foi ver a peça e que alegria em vê-la lá.

Faugeres, minha amada idolatrada salve salve, também foi.

Que mais eu posso querer?

O que tive... Aquele rosto que me ilumina os sonhos, os dias, as saudades, ali, no final de tudo, no meio daquele teatro, como quem diz: olha, eu vim só pra você me ver e ficar feliz..." Ai, como muda o meu dia, como muda meu humor, como muda meu olhar, como me dó a cara de sorrir. Como você me faz bem! Juro! Eu juro!



É só pensar em você

Que muda o dia

Minha alegria dá pra ver

Não dá pra esconder

Nem quero pensar

Se é certo querer

O que vou lhe dizer

Um beijo seu

e eu vou só

Pensar em você

Se a chuva cai

E o sol não sai

Penso em você

Vontade de viver mais

E em paz com o mundo

E comigo

E consigo



Pensar em Você, Chico César


sexta-feira, 1 de novembro de 2002

Últimas Gotas

É hoje.

Tô nervosa como sempre.

Hoje mais. Porque não estamos seguros.

Hoje mais. Porque dormi 12 horas.

Hoje mais. Porque hoje mais.

No final sai, eu sei.

Mas, ai, essa ansiedade...

Merda.