quarta-feira, 27 de novembro de 2002



The greatest thing you'll ever learn...Is just to Love, and be Loved in return.

Moulin Rouge






Ela

Está um tal de falar sobre a morte...

Pois vou entrar na onda e falar dela também.

Na verdade não tenho muito o que dizer, afinal, a morte é a morte, e ponto.

Se tem uma coisa que termina e ponto é a morte.

É ponto mesmo. Acabou. A morte levou alguém e nos deixou sem. Ponto.

Pelo menos pra gente que fica aqui nessa sobrevida acabou alguma coisa.



Na semana passada meu cachorro morreu.

A gente anda pelo jardim, pela garagem... e é estranho.

Ele morreu. Acabou.



No ano passado a morte levou a minha pessoa favorita. Minha tia Odila.

E, bem, eu sofri e sofro até hoje sem ela. Mas e...? E nada. Ela morreu.

Se tivesse ido morrar no Japão, se estivesse internada num hospital, se estivesse sequestrada... eu poderia pensar qualquer coisa, esperar, querer, poderia, sei lá... sentir mil sentimentos diferentes. Mas não. Ela morreu. Acabou. Todos os dias eu penso nela. Olho a foto, converso com ela, mas tenho de conviver com a dor porque ela morreu. E ponto. Eu sei que ela me escuta, eu sei que ela vê meus pensamentos, sei até as caras que ela faz durante as nossas conversas, mas não vou mais tocá-la, vê-la... pelo menos por enquanto. Porque ela morreu. Hoje o tio Dinho apareceu no Video Show, passou um trecho enorme de Gabriela... eu tive por um segundo o impulso de pensar nela, de ligar pra ela. Mas em seguida me veio o ponto final: ela morreu. A morte é isso, essa coisa sobre a qual não há o que dizer, e se há, termina no ponto, e ponto.



Não tenho medo de morrer. Também acho muito cruel perder as pessoas que a gente ama, assim, na hora do almoço, na noite de natal, numa madrugada de chuva... de repente a morte vem. Mas acho cruel ter de ficar sem quem foi. Porque quando EU morrer não vou achar cruel, não. Vou morrer, e ponto. E, não sei bem por que, mas tenho a sensação de que vou morrer cedo. E ponto.



E só mesmo a morte é que não tem jeito.

O resto a gente resolve. Resolve, sim.



Ele

Sobre amor sempre é hora de falar.

Fomos hoje ao Telefonica Open Air.

Moulin Rouge... A Story about love.

E o amor é o oposto da morte.

Não sei bem por que tive agora essa idéia, de que o amor é oposto da morte.

O amor correspondido. É. Que é o oposto de não ter mais quem a gente ama.

Que difícil me expressar...

Acho que estou com sono.

E se eu dormir e morrer... morri.

E ponto.



Saibam que tive últimas horas muito felizes na vida.

E como ouvi esta noite: a gente esquece da gente.



Incrível... acabei de me dar conta de que conversamos exatamente sobre a morte e sobre o amor.





And you can tell everybody that this is your song

It may be quite simple but now that it's done

Hope you don't mind

I hope you don't mind that I put down in words

How wonderful life is now you're in the world

Your Song


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