quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Time Enough For Tears
The Corrs

Let's read the trees and their autumm leaves
As they fall like a dress undone
At the end of summers love will find lovers
who need the shadows of a winter's sun
Don't tell me you're leaving
We can hide in the evening
It's getting darker than it should
If we read the leaves as they blow in the breeze
Would it stop us now my love

Time enough for hard questions
Time enough for all our fears
Time is tougher than we both know yet
Time enough for tears

The moon is milk and the sky where it spilt
It's magic and we all need to believe
We can wake in the dream
it's not as hard as it seems
You know it's harder to leave

Time enough for being braver
Time enough for all our fears
Time is tougher than we both know yet
Time enough for tears

I heard you say underneath your breath
Some kind of prayer
I heard you say underneath your breath
That you never wanna feel
this way about anybody else

Time enough for hard questions
Time enough for all our fears
Time is tougher than we both know yet
Time enough for tears
Time enough for being braver
Time enough I love this time of year
Time is tough it's running away from us
Time enough for tears
Time enough

(I know, I know)
(It's ok, it's ok)

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

A Ilha Desconhecida é Aqui

"todos sabemos que abrir a porta da coelheira
e agarrar um coelho pelas orelhas
sempre foi mais fácil do que perseguí-lo por montes e vales."

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

partir partir partir partir


Partir andar, eis que chega essa velha hora tão sonhada, nas noites de velas acesas, no clarear da madrugada. Só uma estrela anunciando o fim, sobre o mar, sobre a calçada. E nada mais te prende aqui, dinheiros, grades ou palavras.

Partir Andar, eis que chega... não há como deter a alvorada. Pra dizer, um bilhete sobre a mesa. Pra se mandar, o pé na estrada. Tantas mentiras e no fim faltava sempre uma palavra, faltava quase sempre um sim, agora já não falta nada.

Eu não quis te fazer infeliz, não quis... Por tanto não querer, talvez, fiz.

Partir andar, eis que chega essa velha hora tão sonhada. Nas noites de velas acesas, no clarear da madrugada. Só uma estrela anunciando o fim, sobre o mar, sobre a calçada. E nada mais te prende aqui. Agora já não falta nada...

Não falta nada...


Partir, andar - Herbert Vianna / Zelia Duncan

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Não me cure de você

Até parece
que não lembra
que não sabe
o que passou
Não faz assim
Não faz de conta
que não pensa
em outra chance
pra nós dois
Olha pra mim
Não me torture
não simule
Não me cure de você

Deixa o amanhã dizer
Deixa o amanhã dizer

Até Parece, Marisa Monte, Dadi, Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

The Saddest Song I've Got

Darling are you feeling
The same thing that I'm seeing
The troubles of the day
Took my breath away
Took my breath away
Now you're no longer talking
And I'm no longer hearing
There's nothing left to say
Said it anyway
Said it anyway
And I want you not
I need you not
I'm dying
Cos this is the saddest song I've got
The saddest song I've got
Darling are you healing
From all the scars appearing
Don't it hurt a lot
Don't know how to stops
Don't know how it stops
Now there's no sense in seeing
The colours of the morning
Can't hold the clouds at bay
Chase them all away
Chase them all away
And I'm frozen still
Unspoken still
Heartbroken
Remembering something I forgot
Something I forgot


Annie Lennox

domingo, 17 de setembro de 2006

Try to make your life complete

Every day I write the list
Of reasons why I still believe they do exist
(a thousand beautiful things)
And even though it's hard to see
The glass is full and not half empty
(a thousand beautiful things)
So... light me up like the sun
To cool down with your rain
I never want to close my eyes again
Never close my eyes
Never close my eyes

I thank you for the air to breathe
The heart to beat
The eyes to see again
(a thousand beautiful things)
And all the things that's been and done
The battle's won
The good and bad in everyone
(this is mine to remember)
So ...
Here I go again
Singin' by your window
Pickin' up the pieces of what's left to find

The world was meant for you and me
To figure out our destiny
(a thousand beautiful things)
To live
To die
To breathe
To sleep
To try to make your life complete
(yes yes)
So ...
Light me up like the sun
To cool down with your rain
I never want to close my eyes again
Never close my eyes
never close my eyes ...
That is everything I have to say
(that's all I have to say)


A Thousand Beautiful Things, Annie Lennox

terça-feira, 8 de agosto de 2006

Ando tão à flor da pele
Que qualquer beijo de novela me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar flor na janela me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele tem o fogo do juízo final
Um barco sem porto
Sem rumo sem vela
Cavalo sem cela
Um bicho solto um menino um bandido
Ás vezes me preservo
Noutras suicido


Zeca Baleiro

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Achou!
(Dante Ozzetti e Luiz Tatit)

Investir
É cultivar o amor
Se despir
É ativar

Resistir
É aturar o amor
Insistir
É saturar

Aderir
É estar com seu amor
Adorar
É superstar

Aplaudir
Até sentindo dor
É amar

Quem puder
Viver um grande amor
Verá

Consentir
É educar o amor
Seduzir
É cutucar

Amarei!
É conjugar o amor
Não amei!
É enxugar

Avançar
É conquistar o amor
Amansar
É como está

Como estou
Com muito amor pra dar
Eu dou!

Quem estiver
Atrás de um grande amor
Achou!

domingo, 25 de junho de 2006

A história passa e pode me levar

Cê sabe que as canções são todas feitas pra você
E vivo porque acredito nesse nosso doido amor

Não vê que tá errado,
TÁ ERRADO ME QUERER QUANDO CONVÉM

E se eu não estou enganado acho que você me ama também

O dia amanheceu chovendo e a saudade me contém
O céu já tá estrelado e tá cansado de zelar pelo meu bem
Vem logo que esse trem já tá na hora, tá na hora de partir
E eu já tô molhado, tô molhado de esperar você aqui

Amor eu gosto tanto, eu amo, amo tanto o seu olhar

Andei por esse mundo louco, doido, solto com sede de amar

Igual a um beija-flor, que beija flor, de flor em flor eu quis beijar

POR ISSO NÃO DEMORA
QUE A HISTÓRIA PASSA E PODE ME LEVAR

E EU NÃO QUERO IR,
não posso ir pra lado algum
enquanto não voltar
NÃO QUERO QUE ISSO AQUI DENTRO DE MIM
VÁ EMBORA E TOME OUTRO LUGAR

Talvez a vida mude e nossa estrada pode se cruzar
AMOR, MEU GRANDE AMOR...
Estou sentindo que está chegando a hora de dormir

Outro lugar, Milton Nascimento, Elder Costa

quinta-feira, 22 de junho de 2006

O título: Fôlego!

Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça.

Se no berço experimentei esta fome humana, ela continua a me acompanhar pela vida afora, como se fosse um destino. A ponto de meu coração se contrair de inveja e desejo quando vejo uma freira: ela pertence a Deus.

Exatamente porque é tão forte em mim a fome de me dar a algo ou a alguém, é que me tornei bastante arisca: tenho medo de revelar de quanto preciso e de como sou pobre. Sou, sim. Muito pobre. Só tenho um corpo e uma alma. E preciso de mais do que isso.

Com o tempo, sobretudo os últimos anos, perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova de "solidão de não pertencer" começou a me invadir como heras num muro. (...)

O que eu queria, e não posso, é por exemplo que tudo o que me viesse de bom de dentro de mim eu pudesse dar àquilo que eu pertenço. Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética. É como ficar com um presente todo embrulhado com papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o! (...)

Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais forte. Muitas vezes a vontade intensa de pertencer vem em mim de minha própria força - eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique uma pessoa ou uma coisa. (...)


A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver. Experimentei-o com a sede de quem está no deserto e bebe sôfrego os últimos goles de água de um cantil. E depois a sede volta e é no deserto mesmo que caminho.

Pertencer (trecho), Clarice Lispector

quarta-feira, 21 de junho de 2006

Não é

podia ser lindo
mas não é
podia ser claro
podia ser brando

podia ser tranquilo
mas não é
podia ser dia de sol
podia ser chuva boa
podia ser arco-íris
podia ser brisa
mas não é

podia ser alegria
podia ser sonho bom

podia ser aquele domingo
aquela segunda-feira
feriado
mas não é

podia ser alado

podia ser uma escolha
podia ser diferente
podia ser a gente
mas não é

podia ser eu
podia ser Deus
podia ser tudo verdade
tudo mentira
podia ser tudo água
podia ser nada

podia ser a saída
a entrada
a despedida
a chegada
podia ser encerrada

a vida

mas não é

domingo, 11 de junho de 2006

eu posso morrer
de repente
você também
pode morrer
de repente

e o tempo perdido...
não volta

quinta-feira, 1 de junho de 2006

Nem que seja uma outra versão...

Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim

Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim

É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou

E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou

Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos
Tudo Novo de Novo, Moska
...

terça-feira, 30 de maio de 2006

Partida

Os dedos partiram o pão
O rosto tocou o chão
Chocou-se com o fim de tudo
O chão

Os dedos partiram a carne
O sangue pintou o corpo
Chocou-se com o fim de tudo
A dor

Os dedos partiram o amor
O silêncio incendiou cada dia inteiro
Chocou-se com a parede
A vida

Os dedos partiram a vida.

quarta-feira, 24 de maio de 2006

At first I was afraid I was petrified
Kept thinkin' I could never live without you by my side
But then I spent so many nights
Thinkin' how you did me wrong
And I grew strong
...
Go on now, go walk out the door
Just turn around now
('cause) you're not welcome anymore

Weren't you the one who tried to hurt me with goodbye
Did I crumble
Did you think I'd lay down and die?

Oh no, not I.
I will survive
Oh as long as I know how to love I know I'll stay alive
I've got all my life to live,
I've got all my love to give and I'll survive,
I will survive.

It took all the strength I had not to fall apart
Kept trying' hard to mend the pieces of my broken heart,
And I spent oh so many nights
Just feeling sorry for myself.
I used to cry
But now I hold my head up high

And you see me... somebody new
I'm not that chained up little person still in love with you,
And so you feel like droppin' in
And just expect me to be free,

Now I'm savin' all my lovin' for someone who's lovin' me
"Odeio quem me rouba a solidão
sem verdadeiramente oferecer companhia."
Como tudo, só vale quando interessa.

segunda-feira, 22 de maio de 2006

Life is pain

dordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordor
dordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordor
dordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordor
dordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordor
dordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordor
dordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordo
dordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordor
dordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordor
dordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordor
dordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordor
dordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordordor

quinta-feira, 18 de maio de 2006

a morta

um tiro
no escuro
ela morta
um silencio
um vazio conhecido
um silencio

sem acento
sem letra maiuscula
sem palavra

a sala fria
uma fresta
de lua
na madeira
do chao

o jornal
na televisao
a voz
de mulher
sozinha

a solidao
da janela
do sofa
da cama
da morta

a solidao conhecida
e nova

sexta-feira, 28 de abril de 2006

Escolha

Eu te amo como um colibri resistente
incansável beija-flor que sou
batedora renitente de asas
viciada no mel que me dás depois que atravesso o deserto.
Pingas na minha boca umas gotas poucas
do que nem é uma vacina.
Eu uma mulher, uma ave, uma menina…
Assim chacinas o meu tempo de eremita:
quebras a bengala onde me apoiei, rasgas minhas meias
as que vestiram meus pés
quando caminhei as areias.


Eu te amo como quem esquece tudo
diante de um beijo:
as inúmeras horas desbeijadas
os terríveis desabraços
os dolorosos desencaixes
que meu corpo sofreu longe do seu.
Elejo sempre o encontro
Ele é o ponto do crochê.
Penélope invertida
nada começo de novo
nada desmancho
nada volto.

Teço um novo tecido de amor eterno
a cada olhar seu de afeto
não ligo para nada que doeu.
Só para o que deixou de doer tenho olhos.
Cega do infortúnio
pesco os peixes dos nossos encaixes
pesco as gozadas
as confissões de amor
as palavras fundas de prazer
as esculturas astecas que nos fixam
na história dos dias.

Eu te amo.
De todos os nossos montes
fico com as encostas
De todas as nossas indagações
fico com as respostas
De todas as nossas destilairias
fico com as alegrias
De todos os nossos natais
fico com as bonecas
De todos os nossos cardumes
as moquecas.

Elisa Lucinda

quinta-feira, 27 de abril de 2006

Sabe dor ia

Eu queria te ensinar.
Mas eu também não sei.

Não sei o que estou fazendo.
Acho que pirei.

Queria voltar a ser eu.
Mas isso também não sei.

Não sei o que estou fazendo.
Acho que sonhei.

Querer, querer, eu quero.
Querida...

Não sei o que estou fazendo
da vida.

quarta-feira, 26 de abril de 2006

Frio

Esfriou nessa cidade.
Esfriou dentro de mim.
É frio de solidão, de vazio, de vento.
Esfriou nesse apartamento.

Esfriou a comida, a saída, os dias de sol.
Esfriou o meu olhar e a minha esperança.
Esfriou a criança que eu não quero que morra.
Esfriou.

Esfriou o navio que eu queria pegar.
Esfriou todo o andar, toda a avenida.
Abriu uma ferida difícil de sarar.
Quem foi que deixou machucar?

Esfriou o jantar, meu amor.
Esfriou.
Esfriou o carro e não quer mais ligar.
Esfriou o jantar.

Não tem fogo que aqueça.
Não tem cobertor.
Esqueça, meu amor.
Esqueça.

Não confunda o que eu digo.
Não é pra você.
Sou eu, meu amor.
Sou eu que preciso crescer.

sexta-feira, 14 de abril de 2006

Das coincidências absurdas da vida

Um ciclo. Um ciclo perfeito. É isso a vida. Um ciclo perfeito cheio de imperfeições. Acabo de viver uma coisa bem impressionante. Depois de muito tempo sem escrever, hoje tive vontade. Hoje tive vontade de vir aqui escrever uma música. Uma música que voltei a ouvir, depois de muito tempo sem ouví-la. Lembrei que já tinha escrito a mesma música aqui algum dia. Fui procurar, por curiosidade. Achei. Achei no dia 14 de abril de 2003. ACHEI NO DIA 14 DE ABRIL DE 2003. Chorei mais ainda.

Tem horas que bate uma tristeza tão grande
Que eu não sei o que fazer e nem pra onde ir
É tanta coisa que eu queria dizer
Mas não tem ninguém para ouvir

Então choro
Sem ninguém ver
Eu choro

Choro por tudo que a gente não teve
Por tudo que a gente realizou
Choro porque sei que ainda te amo
E você me amou... e ama
Choro por tudo se assim for preciso
Choro porque sei que ainda te quero
Choro por tudo e por tudo lhe digo
Te espero, te quero, te amo...

Eu choro, Fábio Jr.

...

segunda-feira, 6 de março de 2006

Estou ausente de tudo.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

Segunda-feira de carnaval
Passou em silêncio desta vez.
Infelizmente.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

Cuidado com o que você deseja.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

I know it sounds funny but I just can't stand the pain...
É preciso comparar
(da série Recordar é Viver)

Eu deveria ter contado tudo a ela. Mamãe adora histórias. Não é tão ruim quando se pensa. Poderia ter sido pior. Pense em como acabou aquele rapaz que foi a Boston implantar um rim novo. Ficou famoso nas notícias mas acabou morrendo. Penso na Laika, a cadelinha espacial. Foi colocada dentro do Sputinik e enviada ao espaço. Ligaram fios no coração e no cérebro dela para observar seu estado. Não creio que ela se sentia bem. Girou lá em cima cinco meses até a comida dela acabar. Morreu de fome. É importante ter coisas assim para comparar. Penso naquela mulher que foi a Etiópia como missionária. Ela foi morta a pauladas no meio do sermão. Precisa-se sempre comparar. Penso no cara que foi ao cinema ver o filme "Tarzan na lagoa". Depois pendurou-se num fio de alta tensão e morreu na hora. Nunca se deve bancar o Tarzan. Eu deveria ter contado tudo enquanto ela tinha saúde. Histórias da vida. Mamãe gostava delas. Fazia coleção. É preciso ter alguma coisa para contar a ela. Gosto muito quando ela ri porque aí esquece os livros. Ela lê demais. Esse é o problema. É bom... faz com que pense em outras coisas. Acho que amo a Sickan tanto quanto a mamãe. Mamãe era fotógrafa, antes de adoecer. Tinha um atelier. Teve que parar. Poderia ter sido pior. É importante lembrar isso. Lembro-me do desastre sobre o qual li. Um trem chocou-se com um ônibus em Chyeksbo. Seis pessoas morreram, catorze ficaram feridas. Deve-se comparar. É preciso ter cuidado com os ônibus. Eu poderia estar naquele. Me dá pena quando penso na pobre cadela Laika. Maldade mandarem a coitada na astronave... sem comida o bastante. Ela teve de servir ao progresso do homem. Não pediu para ir. Eu deveria ter contato tudo a ela... enquanto ela gozava de boa saúde. Ela tem bom senso de humor. Sobre o cabelo verde do Manne, e a cuia voadora que o pai dele fez. Do Fransson no telhado e dos malucos daqui. Ela teria rido muito. Garanto. Realmente tenho tido sorte, comparado aos outros. É preciso comparar para sentir a distância entre as coisas, como a Laika. Ela deve ter visto as coisas em perspectivas. É importante manter certa distância. Penso no cara que tentou um recorde mundial saltando sobre ônibus numa motocicleta. Ele alinhou trinta e um ônibus. Tivesse deixado por trinta, ainda estaria vivo. Imagine, não bateu o recorde do mundo por um ônibus. O último. Bateu com a roda traseira nele. Penso naquele sujeito que atravessou o campo da praça de esportes. Um dardo atravessou o peito dele. Atravessou o peito dele. Ele deve ter ficado muito surpreso. É estranho como não consigo deixar de pensar na Laika. Eu não devia pensar tanto! O tempo cura as feridas, como diria a Sra Arvidsson. Ela diz muita coisa sábia. Aconselha a gente a esquecer. É importante comparar. Pense numa cachorra como a Laika. Eles sabiam desde o começo que ela não voltaria viva. Sabiam que ela ia morrer. Eles simplesmente a mataram.

Do filme Minha Vida de Cachorro

domingo, 19 de fevereiro de 2006

Domingo de manhã

Triste conclusão a sua.
Tristíssima leitura a minha.
Tanta coisa boa para aprendermos juntas, e você prefere aprender a me abandonar.

Meu choro de saudade não tem nada de gostoso.
É doído, doído, doído.

sábado, 18 de fevereiro de 2006

Mach Point

Fim de semana parece que é um tempo à parte.
É uma coisa entre vazios e vazia pos si só.
Esse "por si só" nem sei se existe.
Mas estou, literalmente, por mim só.
Acho que sempre estive, sempre estarei.
A cada momento desses de vida partida, isso fica tão claro.
A esperança vai indo embora e você se vê por si só.
A esperança acaba e você acaba um pouco também.
Apaga as fotos que podem ser apagadas.
Esconde as cartas que podem ser escondidas.
Esquece as lembranças que podem ser esquecidas.
Mas tudo isso é quase nada.
É nada.
Perto de tudo.
E aí você olha ao redor e está... por si só.
E não sabe, mais uma vez, para que serve isso.
Para que serve viver por si só.
Além de chato, é idiota, é mais inútil do que qualquer outra situação.

Nem no palco vale a pena viver por si só.
Porque depois que a platéia vai embora, para suas casas com seus pares, comentar a história que você contou, você não tem par, não tem com quem contar... Não tem casa.

Quando será que vou querer de novo?
E mudar o discurso?
E começar tudo outra vez?

E quando, depois, vou voltar para esse mesmo ponto?

Que ciclo besta, Meu Deus.
Chega, hein.
Já entendi como é.
E não tô mais a fim.

Quero dar W.O.
Pode ser?

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

aquele dia

aquele dia, de novo, chega
te pega assim, meio pronta mas nunca pronta
você pensa que vai ser tudo bem, que é só ir passando o tempo
mas aí começa a lembrar do que já passou e vê que não é bem assim
é um saco
essa é que é a verdade
separação é um saco
desestrutura tudo, te derruba, te inferniza o pensamento
tem as coisas pra buscar, as fotos pra guardar
tem um monte de coisa pra guardar na gaveta
em quantas gavetas será que já te guardaram?
e você nem tem mais espaço nas suas gavetas
pra guardar toda essa gente que parte, tanta coisa partida, perdida, chorada...

aí vai seguindo a sua vidinha
fazendo o que tem pra fazer
arranjando o que nem tinha, pra se distrair
a noite demora a passar
a manhã demora a te dar ânimo
é um saco
vai lá, faz as suas obrigações, sai pra bater papo, volta
você sabe que é assim mesmo
você compartilha a sua dor com gente que te entende
que também está passando por isso
mas não tem jeito
pode fazer tudo
continua sendo um inferno

porque tem a parte boa de tudo o que passou
tem todas as lembranças felizes
as idéias juntas, os planos, as invenções
tem as músicas de vocês, os lugares, os amigos
tem os cheiros, os sons, até os silêncios
e você lembra do olhar
do sorriso
da risada
da voz baixa no seu ouvido
dos gemidos
dos sussuros
você lembra do esforço de todo dia
como valia!
você lembra da alegria do caminho
da sensação de felicidade ao estacionar o carro
você lembra que delícia era estar junto
contar tudo, ouvir, desejar, brincar, rir, gargalhar
você pensa que é um desperdício estar sofrendo quando tudo isso existe
existiu e existe

daí você tenta mudar de assunto,
deixar pra lá
mas ainda não dá
ainda é tudo muito presente
ainda é tudo que você ainda quer
ainda não tem graça outra coisa, nem outra pessoa, nem outra vida

você tentar pensar nas coisas chatas pra ver se se conforma
mas é um saco!
porque as coisas chatas existem em tudo, em todas as pessoas
e portanto as coisas chatas não te consolam nem um pouco
pra se livrar das coisas chatas, você sabe, só se matando

de repente você se distrai com alguma coisa e esquece um pouco
só um pouco

porque já já volta um som, uma sensação, um cheiro
uma saudade

então você resolve ir dormir porque não tem o que fazer
porque não há nada que você possa fazer
é assim, mesmo, como você sempre diz pros outros
é assim, vai fazer o quê?
vai conviver com isso de novo e um dia passa
um saco!
pode ser um grande erro
uma perda irreperável
mas a-vi-da-é-as-sim

um dia depois do outro
tudo igual
não sei pra quê

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

dois mil e seis

começou e eu nem percebi
já podia acabar, pra mim dá na mesma
é essa falta de sentido pra tudo
essa falta de tudo que eu nunca vou ter
é assim

14 de fevereiro é Valentines Day
e daí? primeiro não sou americana
depois, não tenho mais a funny valentine

funny funny funny

o mais engraçado é que o tempo passa e tudo continua igual
aqui está, de novo, essa menina, escrevendo nesse blog
e daí?

e no dia em que eu morrer?
isso vai ficar aqui até quando?
dois mil e seis
dois mil e sete
dois mil e doze
dois mil e vinte e sete
dois mil e vinte e nove
três mil?

depois que eu morrer, e daí?

fiz um teste outro dia
pra uma coisa legal
que se der certo será legal
que se desse certo seria legal
mas e daí?
quantas pessoas sofreriam menos nesse lugar só porque seria legal se eu passasse no teste? e quanto mudaria na minha vida se eu passasse no teste? e quanto mais eu seria feliz se eu passasse no teste? e quando as pessoas seriam menos miseráveis se eu passasse no teste? e quantas criancinhas chorariam menos de dor, de tristeza, de fome, de frio, de falta de tudo se eu passasse no teste? e o que isso mudaria depois que eu morrer? ainda sssim, eu queria, e seria legal. eu não tenho mesmo valor.

a menina que trabalha ao meu lado confia tanto em mim que até me comove. e eu confio nela. nos damos bem. e ela se preocupa comigo como se preocupa com a filha dela, que também gosta de mim sem nem me conhecer direito. a filha dela é uma criança, mas gosta de mim como se tivesse a minha idade. ou como se eu tivesse a dela - o mais provável. e essa moça que trabalha ao meu lado fala muito em jesus - em nome de jesus! jesus te ajude! jesus te proteja.

eu sei que ele me cuida. se existe, ele me cuida.
me vê, me cuida, me avisa... ele tenta.
eu ainda acho que ele existe, apesar de não saber mais pra quê.
eu gosto de acreditar que ele existe.
eu deixo de ser eu, aquela com quem sempre convivi, quando perco a fé.
nunca perdi a fé.
só largo ela às vezes, assim, por instantes.
mas depois me lembro de que sem ela sou alguém de quem não gosto.
e daí não perco mais.
quero gostar de mim.
senão vai ser um saco ficar aqui passando o tempo.

minha mestra também trabalha perto de mim
na minha frente exatamente
eu tento aprender com ela mas não sei se dá
de qualquer forma, é bom ter mestres
mesmo que só para tê-los.

como ter deus, só para tê-lo.

existem outras pessoas que eu queria ter, só para tê-las.

mas como eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo me quer bem... todo mundo é meu também. tô te querendo como ninguém. tô te querendo como deus quiser.

empty
again
and again
and again

maria fumaça
muito prazer, eu queria me sentar aqui bem ao seu lado.

Marco seni andatto e no ritorna piu

Volevo dirti solo che Sei sempre tu la mia allegria Che quando parli insieme a lei Diventa folle gelosia Per tutto quello che mi dai Anche quando non lo sai Questo io volevo dire a te Di come quando non ci sei Io mi perdo sempre un po' E poi mi accorgo che non so Più divertirmi senza te Invece quando stai con me Anche il grigio intorno a noi Si colora della vita che gli dai Com'è difficile Dire tutto questo a te Che d'amore non parli mai Non ne parli mai con me Forse perché Hai paura come me Di una risposta che Ancora tu non sai qual è

ciatrizes.