terça-feira, 28 de julho de 2009

a maldição do dia seguinte em dois atos rápidos e cortantes

1.
Minha verdade espantada é que eu sempre estive só de ti e não sabia. Agora sei: sou só. Eu e a minha liberdade que não sei usar. Grande responsabilidade da solidão. Quem não é perdido não conhece a liberdade e não a ama. Quanto a mim, assumo a minha solidão. Que às vezes se extasia como diante de fogos de artifício. Sou só e tenho que viver uma certa glória íntima que na solidão pode se tornar dor. E a dor, silêncio. Guardo seu nome em segredo. Preciso de segredos para viver.
Clarice Lispector, em Água Viva


2.
Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar, mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas duas pernas. Sei que somente com as duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar.
Clarice, em A Paixão Segundo G.H.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

27 de julho

é meu aniversário
e me sinto feliz como havia muito não sentia.

eu amo aniversário
mas amo muito mais quem enche minha vida de alegria.

então de aniversário
o presente maior é este: tudo que é leve, e lindo... tudo aquilo que alivia.

domingo, 26 de julho de 2009

cravo, canela e sol

não é só no álbum de fotos que vocês vão entrar.
mas na minha vida, na minha história, no meu lar.

não é só um cinema, um café, um almoço, um jantar.
eu quero viagens longas, confidências, montanha e mar.

não é só porque por acaso vocês estão lá e eu vou encontrar.
nós agora estamos ligadas de fato e não vai ser nada fácil separar.

não é só porque eu quis tanto que vocês se aproximassem pra ficar.
é que nada é mais bonito do que o verbo onde tudo entre nós está: amar.

quarta-feira, 15 de julho de 2009


ah, é que eu tô feliz!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

ressuscitamos o john e agitamos a cidadezinha do carlos

e então você acorda de sonhar comigo
e eu acordo de sonhar com você

e a gente descobre que o sonho não acabou.
eta vida besta boa, meu Deus!

"Devagar... as janelas olham."

domingo, 12 de julho de 2009

doze de julho

Nem tudo que reluz corrompe
Nem tudo que é bonito aparenta
Nem tudo que é infalível se aguenta
Nem tudo que ilude mente
Nem tudo que é gostoso tá quente

Nem tudo que se encaixa é pra sempre

Nem tudo que é sucesso se esquece
Nem todo pressentimento acontece
Nem tudo que se diz tá dito

Nem tudo que não é você é esquisito

Nem tudo que acaba aqui
Deixa de ser infinito


nem tudo, zelia duncan

quarta-feira, 8 de julho de 2009

o novo infinito

e então
num dia 8 novo
depois de uns 800 dias
e de umas 80 mil desvontades
há de novo uma alegria sem prazo
o começo de algum caminho bonito e feliz

feliz mesmo.
verdade.
faltava, não falta mais

E quando você me vê
eu vejo acender
outra vez aquela chama
Então pra que se esconder
você deve saber
o quanto me ama
Que distância vai guardar nossa saudade
Em que lugar vou te encontrar de novo
Fazer sinais de fogo
Pra você me ver
Quando eu te vi e te conheci
Não quis acreditar na solidão
E nem demais em nós dois
Pra não encanar
Eu me arrumo, eu me enfeito, eu me ajeito
Eu interrogo meu espelho
Espelho em que eu me olho
Pra você me ver
Porque você não olha cara a cara
Fica nesse passa não passa
O que te falta é coragem...

sinais de fogo, ana carolina
tô namorando aquela mina e já sei se ela me namora

Minha mina
Minha amiga
Minha namorada
Minha gata
Minha sina
Do meu condomínio
Minha musa
Minha vida
Minha monalisa
Minha vênus
Minha deusa
Quero seu fascínio

mina do condomínio, seu jorge

sábado, 4 de julho de 2009

independence day together

suddenly happiness
and new planets to discover

quinta-feira, 2 de julho de 2009

aquela coisa

ela olhava para o nada e pensava no que queria dizer. não achava as palavras perfeitas, mas conhecia tão bem aquela sensação. talvez se deixasse em branco, quem lesse entenderia melhor. aquela coisa. aquela coisa que a gente sente quando sabe que aquilo vai acontecer de novo. ela sentia, e sabia. e não gostava nada de sentir aquilo. ai, como destestava aquilo. ela sentia e detestava. sempre queria que não acontecesse mais, mas de repente acontecia. de novo, mais uma vez, inevitável. aquela coisa. aquela coisa.