domingo, 31 de agosto de 2008

KARAOKÊ

Can anybody find me somebody to love?

Each morning I get up I die a little
Can barely stand on my feet
(Take a look at yourself)Take a look in the mirror and cry
Lord what you're doing to me
I have to spend all my years in believing you
But I just can't get no relief Lord
Somebody (somebody) ooh somebody (somebody)
Can anybody find me somebody to love?

I work hard (he works hard) everyday of my life
I work till I ache my bones
At the end (at the end of the day)
I take home my hard earned pay all on my own
I get down (down) on my knees (knees)
And I start to pray (praise the Lord)
'Til the tears run down from my eyes
Lord somebody (somebody) ooh somebody (please)
Can anybody find me somebody to love?
(He wants help)

Every day - I try and I try and I try -
But everybody wants to put me down
They say I'm goin' crazy
They say I got a lot of water in my brain
Got no common sense
I got nobody left to believe
Yeah - yeah yeah yeah
Ooh

Somebody (somebody)
Can anybody find me somebody to love?
(Anybody find me someone to love)
Got no feel I got no rhythm
I just keep losing my beat (you just keep losing and losing)
I'm OK I'm alright (he's alright)
I ain't gonna face no defeat
I just gotta get out of this prison cell
Some day I'm gonna be free Lord

Find me somebody to love find me somebody to love
Find me somebody to love find me somebody to love
Find me somebody to love find me somebody to love
Find me somebody to love find me somebody to love
Find me somebody to love find me somebody to love
Somebody somebody somebody somebody somebody
Find me somebody find me somebody to love
Can anybody find me somebody to love
Find me somebody to love
Find me somebody to love
Find me somebody to love
Find me find me find me
Find me somebody to love

Somebody to love
Find me somebody to love...

Somebody to love, Queen (Fredie Mercury)

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

ai, que saudade.
A TERRÍVEL DIFICULDADE DO DESAPEGO

entrou um bando de ladrões na minha casa.
eles invadiram a nossa vida e, segundo me disseram, fizeram a maior bagunça.
não levaram quase nada porque a polícia chegou. mas destruíram muita coisa.

embora eu ainda não saiba exatamente o quê, destruíram muita coisa.
destruíram a vida que eu guardava em caixas, gavetas e estantes...
em envelopes, palavras escritas e imagens.
destruíram sem dó, com raiva, todo o amor que eu insistia em guardar.
amassaram, rasgaram, pisotearam um monte de pedaços da minha vida.
e muita coisa foi pro lixo.

fico aqui pensando que eu talvez nunca saiba exatamente tudo que foi pro lixo.
ou porque muita coisa eu já havia jogado fora tempos atrás,
ou porque, finalmente, à força, eu tenha que me desapegar.

e ficar, talvez, só com algumas sensações boas.

mas a sensação agora é bastante ruim,
essa de ter de lidar sozinha com a terrível dificuldade do desapego.

(como é bom quando a gente pode simplesmente jogar fora o que não tem mais importância.
e viver feliz com o que tem.)

terça-feira, 12 de agosto de 2008

O LET IT GO

Nao é uma sensação boa, mas eu não sei como se chama.

É quando a gente se sente mal por alguma coisa que não sabe exatamente o que é. Alguma coisa que a gente acha que aconteceu, mas não sabe exatamente se foi a gente que fez. É um pouco infantil a sensação, um pouco abstrata, mas muito, muito ruim.

É ainda pior porque normalmente quando a gente se sente assim não tem muito o que fazer pra mudar a coisa. A sensação fica lá e só vai passar quando passar. Às vezes demora, às vezes não. Mas não dá pra saber. Você dorme, acorda, estuda, faz as suas coisas, até esquece por um momento, mas ela fica lá só esperando, aquela sensação desgraçada, e, de repente, você está se sentindo mal de novo.

Normalmente se você tenta fazer alguma coisa pra melhorar, piora. É assim. Sem razão de ser. Pode não fazer o menor sentido, mas é assim. Basta você achar que pode consertar aquilo que nem sabe se quebrou, e pronto, ainda que não afete a vida de mais ninguém, você está pior, se sentindo pior ainda do que antes.

E então vem o dificílimo desafio do “let it go”. É só o que se pode fazer. Não adianta tentar, não adianta esperar que alguém faça alguma coisa. Não farão. E nada fará diferença, a não ser o “let it go”.

E por mais que você tente explicar tudo isso, não vai conseguir.

Just let it go.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

TRÊS FORMAS DE AMAR

1.
ela vive me pedindo pra dormir lá com ela. e a noite inteira me encosta o pé, me enrosca a perna, pede carinho, abraço, cafuné. ela faz dengo pra acordar e tenho que ter a maior paciência do mundo. massagem nas costas, nas mãos, no ego. todo dia, se ela não vem, ela espera que eu apareça ou me pede pra esperar por ela. pra conversar, pra comer, ou só pra sentir que eu faço tudo que ela quer. e então ela faz tipo, me seduz, me testa, me provoca. mas também me enche com as suas coisinhas de filha única mimada. todo dia ela me enche um pouco. e aí eu cansei. adoro dormir com ela, adoro as provocações, e adoro ter certeza de que ela morre de vontade de um monte de coisas. eu tenho certeza. e adoro. mas cansei. porque essa forma de amar cansa. ela pensa que eu sou apaixonada por ela. e eu já desisti de dizer que não sou nem um pouco porque a pretenção dela também me cansa. tem 22 anos, mas - como todos nós - pensa que tem muito mais. daqui a uns dias ela vai pro país dela e quando voltar eu não estarei mais aqui. ela entende um tanto de português e aprendeu a falar algumas coisas. a frase favorita é a que eu mais digo pra ela: larga de ser chata! ela repete sem parar. mas nunca larga de ser chata. mesmo assim, acho que vou sentir saudade da chatice dela. e de dormir com ela. do nosso jeito.

2.
ela tem sempre um rabo de cavalo ou um boné na cabeça durante o dia. à noite, o cabelo fica solto. o cabelo é bonito e feio ao mesmo tempo. mas eu prefiro achar bonito. ela tem um jeito de andar só dela. eu gosto. usa umas roupas meio estranhas de vez em quando - pra não dizer horríveis, mas os olhos e o sorriso são lindos. ela está sempre parada, e eu, indo. ela diz buon giorno, ciao, oferece o cardápio, explica o menu, e é uma delícia vê-la trabalhando. um monte de gente come lá só por causa dela. porque ela tem um jeito de te convencer a entrar. é uma simpatia misturada com sedução. as pessoas às vezes almoçam e depois voltam no jantar. e ela está sempre lá. eu vou e venho. ela não vai embora. e, de alguma forma, a gente se namora. eu invento uma desculpa pra passar lá. mudo meu caminho para ela estar sempre no meio. eu digo qualquer coisa, ela responde. eu me sento. ela entra, sai, se esconde. o calor ajuda a ter assunto e ilumina demais os nossos olhos, que se cruzam sem parar. um almoço, outro. um jantar, um café. uma água. de bicicleta, de moto, à pé. a gente sai pra beber alguma coisa, fala da vida, se conhece. no trabalho ela se cala um pouco e às vezes me esquece. comemos pizza com o filho dela, brincamos, rimos. ela tem 27 anos. e pouquíssimos dias comigo. nos amamos assim, com prazo de validade.

3.
ela é uma das pessoas mais doces que eu já conheci. foi amor à primeira vista. fala italiano como se fosse uma criança. ou pelo menos é assim que me soa. talvez porque ela seja uma criança. tem 19 anos, um metro e meio, uns 50 kg no máximo. bambina. mas o sorriso é gigante. e incrivelmente lindo. o sotaque fiorentino me mata de tanto amor. ela pisca os olhos quando manda beijo e me olha de um jeito que eu ainda não entendo bem. é ela que escolhe a mesa pra mim e, se eu peço, me ajuda com o prato sem cerimônia. se está triste, a gente vê logo. e ela explica por quê com uma graça jamais vista, com uma fragilidade que me dá vontade de abraça-lá e não largar até amanhã. eu abraço, mas não podemos nos demorar demais. ela vai, vem, volta. anda pra lá e pra cá o tempo inteiro, enquanto eu espero sentada a comida, a bebida, a pausa. ela passa por mim mil vezes. se eu não digo nada, a gente só se pisca e se agrada com um sorriso de canto de boca. se eu digo, ela ri, e me diz qualquer coisa de volta. ou então só inclina a cabeça pro lado, tão doce, como quem recebe um carinho. às vezes faz o que eu mais adoro: me corrige e me explica com o maior cuidado a regra do italiano para aquela coisa que eu disse errado. ela me ensina um amor delicado. depois sempre faz questão de me lembrar que eu sou bravíssima e que falo a língua muito bem. ela já entendeu que se eu pudesse ficava falando só com ela. e não acha a idéia ruim. ela só não sabe que eu estou prestes a partir. não faz idéia. acho que vai ficar triste. como eu. não tanto quanto eu. vai ser um arrivederci triste, mas doce. como o nosso amor.

sábado, 9 de agosto de 2008

APPARENTEMENTE ACCETTABILE

"una conclusione apparentemente inaccettabile,
che deriva da premesse apparentemente accettabili
per mezzo di un ragionamento apparentemente accettabile"

Paradosso, per Mark Sainsbury

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

OITO do OITO do OITO

uma vez na vida
pra sempre
...

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

CHEGA, NÊGA

Chega dessa chaga
Chega dessa fôrma, dessa farda
De qualquer forma chega
Desse trauma de ser Cristo
Vira o disco, chega
Deixa disso, chega
Desse luto nêga, chega junto
Muda de assunto
Chega desse "sinto muito"
De tanta sala fechada
Tanta fala calada
Tanta água parada
Nêga chega de chá, enxágua
Chega de só sofá
Deixa o sol chegar
Chega aqui, chega já
Chega de "será que será"
Chega com tudo, vem
Com tudo, chega, se aconchega
Nesse nada, chega
Desse pobre horário nobre
Desse porre, nêga, chega
Desse "morre não morre"
Chega de socorro, me socorre
Desse "morre não morre"
Chega de socorro, se socorre

Chega Disso, Alzira Espíndola e Eunice Arruda