terça-feira, 15 de janeiro de 2013

uma folha de papel em branco

Eu me lembrei de você de repente como lembro sempre nas horas de todos os dias em que não te esqueço Lembrei então das lembranças e das palavras guardadas e dos sons que eram parte de mim quando eu era você Que nunca deixei de ser talvez por teimosia ou amor não se sabe ao certo já que errei tanto quando estive tão perto Mais do que eu queria menos do que podia tanto quanto foi possível evitar evitei e quem me garante que teria sido ao contrário Há o que existe o que é e o que não é ainda que eu pensasse que pudesse depender de mim Mas isso só pensei no início quando nada sabia da vida e da onda que anda sozinha com a força dos que nada temem O medo que eu tenho é o mesmo de ontem de hoje de sempre De que quando se forem os outros que amei que amava em você não sobre em mim nem vontade nem milagre nem muito prazer.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Dois mil e quanto

Por que será que a gente vai contando os anos?
Tudo aqui é de qualquer tempo, da idade da pedra.
Tudo é de sempre desde que eu escrevi a primeira linha.
Tudo é do mesmo ainda que pareça diferente de antes.
O que vem, que já veio, que virá de novo no novo.
Dois mil o quê? Dois vezes quanto?
Quantos espantos ainda hão de me contar a vida...
Mas uma mentira há, e bem contada: o oito.