terça-feira, 31 de março de 2009

a HEART for RENT

Live in my house, I'll be your shelter,
Just pay me back WIth one thousand kisses
Be my lover I'll cover you

Open your door, I'll be your tenant
Don't got much baggage to lay at your feet
But sweet kisses I've got to spare
I'll be there and I'll cover you

I think they meant it when they said you can't buy love
Now I know you can rent it
A new lease you are my love, on life
Be my life

Just slip me on, I'll be your blanket
Wherever, whatever, I'll be your coat
You'll be my King, and I'll be your castle
No, you'll be my Queen, and I'll be your moat

I think they meant it when they said you can't buy love
Now I know you can rent it
A new lease you are my love, on life
All my life

So with a thousand sweet kisses, I'll cover you
With a thousand sweet kisses, I'll cover you
When you're worn out and tired, When your heart has expired
If you're cold and you're lonely You've got one nickel only
With a thousand sweet kisses, I'll cover you
With a thousand sweet kisses, I'll cover you

Oh, lover,
I'll cover you,

I'll cover you, from RENT

domingo, 29 de março de 2009

crucificação

o filho morreu na cruz e ela junta livros e ossos para fazer um altar no quarto do sanatório. hospício. instituição para doentes mentais. lá está ela juntando títulos e pedaços. Iesu, filho. há dois vestidos e um contorno de menino estirado no chão. há tinta vermelha, rosas com espinhos, uma coroa dourada e algumas velas. o filho nato e morto repousa em apenas dois retratos: um presépio e um crucifixo. meu filho. a idéia fixa que a trouxe aqui é a de que nada mais importa, o diário em branco. ela cobre as imagens do horror com o vestido imaculado que arranca de si durante a histeria. mas depois o recoloca e se distrai com a ilusão do lindo altar para o filho crucificado e salvador. de repente tem o susto de ver outra vez a verdade. mas quem fez isso, meu Deus? e a cena se repete no ciclo interminável da vida interna. interna. juntando livros, ossos, crimes e castigos. e penitência do que nem sabe. tem uma fé que pisca. Iesu. uma comédia. divina e trágica. de um sofrimento aterrador. o horror do filho na cruz faz dela uma repetição de insanidades. hospício. instituição para doentes mentais. e ossos.

sábado, 28 de março de 2009

but I still haven't found what I'm looking for

é verdade. eu sou apaixonada por ela há anos.
é uma idolatria bonita, pura, sublime eu diria.
e queria poder amenizar aquela tristeza não sei de quê.
nos olhos. na voz. na vida. eu queria ser parte de alguma alegria possível.
mas me cabe ser platéia.
então sou.

PS: I-I-I-I am call-lling youu. hallelujah.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Dificuldade de expressão

A dificuldade de encontrar, para poder exprimir, aquilo que no entanto está ali, dá uma impressão de cegueira. É quando, então, se pede um café. Não é que o café ajude a encontrar a palavra mas representa um ato histérico-libertador, isto é, um ato gratuito que liberta.

Clarice, em A Descoberta do Mundo

quarta-feira, 25 de março de 2009

aquela que dança sozinha

let me see your beauty when the witnesses are gone - dance me to the end of love, LC

era isso o que eu queria. isso. nesse momento em que vão todos embora e ficamos só nós.
era exatamente isso o que eu queria. que você me olhasse e me deixasse te ver. e tocar.
eu queria tocar a sua beleza. sem testemunhas.

domingo, 22 de março de 2009

in the sky with diamonds

No one was saved.
All the lonely people, where do they all come from?
All the lonely people, where do they all belong?

beatles

sexta-feira, 20 de março de 2009

Obama and Simon
"american" idols


a melhor frase da entrevista a Jay Leno! Obama says:

"I do think in Washington it’s a little bit like American Idol,
except everybody is Simon Cowell."

quarta-feira, 18 de março de 2009

Amor de Servidão

Prêmio Shell de melhor autor:
MARILIA TOLEDO!


terça-feira, 17 de março de 2009

para o reflexo

não se entregue. você sabe que é um instante e que o instante passa. já passou tantas vezes. você sabe, sim. portanto não esqueça nem por um minuto. não, não estava nos planos, eu sei. mas aconteceu. aconteceu. comemorações existem, famílias também, e saudade. você sempre soube. nunca deixou de sentir se pensar bem. e é no vai-e-vem de tudo isso que a gente caminha pra frente. acredite. não dá pra evitar. e, como você sempre diz, não dá simplesmente pra pular uma etapa. a vida traz e é isso. chora, pode chorar que ajuda. chora o que vier: filmes, idiomas, chuvas, cenas, palavras. chora mesmo, é uma dádiva. e suas palavras choradas normalmente são bonitas. então pelo menos não é em vão. a gente tem que se conformar, é isso. eu sei que você não se conforma, mas é isso e pronto. por que tanta surpresa, afinal? não há nada de novo, meu Deus. não fique aí se fazendo de vítima como se esse abalo repentino fosse assim inacreditável. não é que as coisas algum dia tenham sido diferentes. é que a gente vai vivendo e não fica pensando nas perdas o tempo inteiro. mas aí quando vem uma pancada dessas, tudo volta. é tão óbvio! inútil ficar tentando entender por quê. você tem todas essas respostas faz tempo. nasceu assim. isso é você e não é desta vez que vai ser diferente. menos ainda desta vez. essa gente, você sabe, vai estar aí dentro a vida inteira. e esta não vai ser a primeira nem a última vez que a coisa te pega de jeito. acostume-se de uma vez por todas, e aprenda. aprenda a lidar com menos dor. você sabe que dá. já tem aí cicatrizes antigas que não doem tanto. pois então tá na hora de cicatrizar essa turma toda também. eu não tô dizendo que é fácil, não se irrite. mas é preciso. você não pode ficar vulnerável a vida inteira... ficar caindo pelas tabelas a cada bofetada. não dá. já bastam os tombos inevitáveis, que virão, você sabe. já basta. e ninguém disse mesmo que ia ser fácil. entendeu, né? ótimo.

segunda-feira, 16 de março de 2009

ela fala italiano

os olhos dela são grandes, negros e fortes. por dentro deles, a fragilidade da vida. há marcas pelo corpo e pela alma. quando a vejo, não sei o que vejo, mas sinto um universo a ser dito. ela me fala de coisas profundas e de vontades quase secretas. o passado duro. o presente bagunçado. mas o futuro há de vir feliz, ela acredita. e então quero falar eu, mas o relógio não deixa. a luta. lá vai ela para a luta que significa muito mais do que aquilo que se vê ou escuta. é a luta da infância massacrada. a luta com o homem mau que deveria ter sido o herói. lá vai ela, linda e forte, lutar contra o fantasma de dentro, que ainda aparece e machuca sem tocar. e lá vou eu, resignada, para a minha batalha tão menor, mas que me trouxe até ela. ainda não sabemos exatamente por quê. mas há um país inteiro que nos une. talvez dois. talvez muitos. não sei as razões de quase ninguém, mas já sei as dela, e agora é o que me importa. enquanto conserto meus passos, a vejo num esforço que me comove, me move, me conquista um sentimento bonito como uma dança. e então a vejo dançar e me rendo. ela sabe. me entrega esses olhos de longe e me testa. eu respondo. não escondo a invasão e o desejo de estar lá dentro no mesmo cenário. ao menos para fazê-la esquecer um pouco a violência. ao menos para lhe dar um descanso, uma alegria. ao menos para que ela descubra que existe a recompensa para tanta luta. ela não sabe. nunca viu. cansadas nos olhamos novamente sem dizer nada. mas eu digo. no abraço. e amanhã.

domingo, 15 de março de 2009

É um espelho sem razão

hoje contei pras paredes
coisas do meu coração
passeei no tempo,
caminhei nas horas
mais do que passo a paixão

amor I love you, arnaldo, marisa

sábado, 14 de março de 2009

Valkírias

Eles não sabiam de nada. Dentro de nós a coisa se organizava em silêncio. Nem nós sabíamos exatamente o que estava por vir. Ah, sempre, o porvir. Sob os olhos de todos, a traição começava a se constituir e nada mais podíamos fazer para evitar. Não era planejado com requintes de crueldade. Jamais faríamos aquilo de caso pensado. Não, não havia sido sequer imaginado antes de nos darmos conta de que já estava acontecendo. Nem sei se merecíamos mesmo esse fardo, esse peso da traição. Nem sei se estávamos de fato traindo. Afinal, aconteceu assim, de um dia para o outro, no meio de uma respiração, sem aviso, sem prévia intenção. Estava lá de repente e eles não sabiam de nada. Em silêncio os exércitos da razão iam sendo vencidos, muitilados, destruídos, e o impossível se tornou inevitável. Houve luta, ainda, acredite. De ambas as partes houve uma luta calada para que tudo não saísse do será, mas sempre nos tomava as armas uma coincidência, um olhar cruzado, uma sugestão inacreditável, uma sorte qualquer indicando o caminho (errado). E, contra todas as certezas da loucura sem precedentes, nos rendemos ao não planejado - fadado ao fracasso e à morte por fuzilamento. Nos rendemos, cientes de que ainda que não fosse traição, nós sim nos trairíamos em algum momento. E aconteceu. Eles viram nos nossos olhos, no jeito de falar, no indisfarçável sorriso que o desejo escancara sob qualquer máscara. Não foi por precipitação ou ansiedade, porque nenhuma espera mudaria o fim da história. E depois que a bomba explodiu, não dava mais para desistir de ir em frente. O caso é que não queríamos matar ninguém. Mas eles não sabiam. E foram pegos em cheio pela explosão. Vida longa para quem? Será que teríamos sobrevivido sem viver isso? Nunca saberemos.

sexta-feira, 13 de março de 2009

sexta-feira treze III

SORTE!

terça-feira, 10 de março de 2009

amar (?)

"Mas eu sou inteiramente tragada pela pessoa que amo. Sou como uma membrana permeável. Se eu amo você, eu lhe dou tudo que tenho. Dou-lhe o meu tempo, a minha dedicação, a minha bunda, o meu dinheiro, a minha família, o meu cachorro, o dinheiro do meu cachorro, o tempo do meu cachorro - tudo. Se eu amo você, carregarei para você toda a sua dor, assumirei por você todas as suas dívidas (em todos os sentidos da palavra), protegerei você da sua própria insegurança, projetarei em você todo tipo de qualidade que você na verdade nunca cultivou em si mesmo e comprarei presentes de natal para sua família inteira. Eu lhe darei o sol e a chuva e, se não estiverem disponíveis, darei-lhe um vale de sol e um vale de chuva. Darei a você tudo isso e mais, até ficar tão exausta e debilitada que a única maneira que terei de recuperar minha energia será me apaixonar por outra pessoa. Não é com orgulho que revelo esses fatos sobre mim mesma, mas é assim que sempre foi."

Li hoje no blog da Beta, mas me lembrei de já ter lido antes e fui procurar.
Achei. Foi no livro que devorei durante o primeiro mês na Itália,
o óbvio e ótimo Comer, Rezar, Amar (principalmente o Comer).

Mas se você me perguntar, esse trecho aí, quem escreveu? eu diria: fui eu.

segunda-feira, 9 de março de 2009

como o copo de leite

há dois dias eu choro. dessa tristeza calma, mas tão profunda que fica lá, latente. nada me distrai. há dois dias, dois anos inteiros de ausências irreparáveis me pesam no coração. e nada mais existe. por enquanto nada mais existe depois do que eu perdi há dois dias. porque a gente às vezes pensa que já deu o grande passo, antes de ter dado de verdade. e aí vem a surpresa amarga que derruba: lá estamos nós, ainda - sem estar. há dois dias a força se perdeu em fragilidade absoluta. desprotegida de um abandono sem cura, choro. ferida da exclusão do instante mágico, completo e sem possível repetição. despertencida. retirada do que havia de mais sublime no amor mais amado da união mais guardada na vida mais misturada quase de ter nascido junto na mesma família - e com o mesmo nome. despertencida. indesejada. recusada. há dois dias eu choro como jamais imaginei, depois de tanto tempo. porque depois de tanto tempo acho que ainda te ofereço, toda noite, aquilo que você não quer. e, há dois dias, pra mim não houve noite: fiquei lá, com um presente todo embrulhado em papel enfeitado nas mãos e não tive a quem dizer: tome, é seu, abra-o! des-per-ten-ci. há dois dias. e toda noite.

(como o copo de leite...)

domingo, 8 de março de 2009

agora eu já sei por que a gente às vezes apaga o que escreveu

lembra aquilo que te doeu outro dia?
pode desdoer.
era só fantasia.

(ESTA PORTA FOI FECHADA)
...

I wanna know...
have you ever seen the rain
I wanna know... have you ever seen the rain
Coming down on a sunny day

sábado, 7 de março de 2009

sexta-feira treze II

mais dias passarão, largos mas leves, eu sei.
nada vai estragar a minha paz, da escolha certa.

meu corpo por um instante se esquece e vai,
mas descubro logo o engano, entre a comédia e a luta.

inteira me liberto do que não é amor.
liberto o pensamento, a fé e o coração.
porque o que não é amor não me interessa.

lapido no espelho o rosto de antes.
há luz, certeza e memória.
e o brilho conhecido que me conduz.
confio minha vida a quem amanhece:
jamais ao cavalo do príncipe, jamais ao gato de alice.

as noites são minhas e preenchidas de futuro.
e eu volto a respirar, depois do (falso) mergulho.

sexta-feira, 6 de março de 2009

behind the mask

a covardia é a mãe da crueldade
(montaigne)

o desamor é o pai da mentira
(eu mesma, a trouxa da vez)
(eu mesma, a trouxa da vez)
(eu mesma, a trouxa da vez)
(eu mesma, a trouxa da vez)

quinta-feira, 5 de março de 2009

what to hide?

Masquerade!
Paper faces on parade!

Masquerade!
Hide your face, so the world will never find you!

Masquerade!
Every face a different shade!

Masquerade!
Look around There's another mask behind you!


quarta-feira, 4 de março de 2009

sambadaressaca

Não vá pensando que determinou Sobre o que só o amor pode saber Só porque disse que não me quer Não quer dizer que não vá querer. Pois tudo o que se sabe do amor É que ele gosta muito de mudar E pode aparecer onde ninguém ousaria supor. Só porque disse que de mim não pode gostar Não quer dizer que não tenha do que duvidar Pensando bem, pode mesmo Chegar a se arrepender. E pode ser então que seja tarde demais, Vai saber... Não vá pensando que determinou Sobre o que só o amor pode saber Só porque disse que não me quer Não quer dizer que não vá querer Pois tudo o que se sabe do amor É que ele gosta muito de se dar E pode aparecer onde ninguém ousaria se pôr. Só porque disse que de mim não pode gostar Não quer dizer que não tenha o que considerar Pensando bem, pode mesmo Chegar a se arrepender. E pode ser então que seja tarde demais, Vai saber... Vai saber... Vai saber... Não vá pensando que determinou Sobre o que só o amor pode saber Só porque disse que não me quer Não quer dizer que não vá querer Pois tudo o que se sabe do amor É que ele gosta muito de jogar E pode aparecer onde ninguém ousaria supor. Só porque disse que de mim não pode gostar Não quer dizer que não venha a reconsiderar Pensando bem, pode mesmo Chegar a se arrepender. E pode ser então que seja tarde demais... Vai saber, Adriana Calcanhoto, Marisa Monte