sábado, 9 de novembro de 2002

Rótulos

Eu detesto rótulos.

Acho que ninguém gosta, né...

A primeira brincadeira que a gente faz depois do Encontro é a do rótulo.´Porque é como se fosse premissa básica pra vida, pra convivência, pra amizade, é como se fosse premissa básica - e é - não rotular as pessoas. Mas sempre se acaba fazendo isso. Nem posso condenar porque acho que eu também, sem perceber, devo fazer isso por aí. Mas quando é com a gente rola um incômodo.



Hoje eu estava lá e senti um pouco isso. Essa coisa de "eu vi o que você fez, eu sei quem você é". Não fico brava nem nada, mas sei lá. Porque eu não sei o que você sabe, não sei o que as pessoas sabem, não sei o que você vê em mim... Não sei o que dizem, não sei o que pensam. E a chance de pensarem errado é enorme. Por isso é que é ruim o rótulo. Porque talvez não seja bem assim... Cada um é cada um, e não simplesmente "isto ou aquilo"... Cada um com seus motivos, suas histórias, seus momentos. Então tem que sentar e conversar, entender o que acontece, conhecer os detalhes. e aí, sim, SABER.



O que me incomoda não é você saber de alguma coisa sobre mim. Mas é você pensar que sabe, estabelecer uma verdade que pode estar errada. O que me incomoda, no fundo talvez, é que nem eu sei que verdade-ou-não é essa. Portanto quando você me rotula, começa de novo a me convencer de coisas que eu não quero que sejam absolutas. Começa a ter de mim uma verdade que talvez eu nem seja, e que eu quero ter a possibilidade de não ser. Então, não saiba o que eu posso não ser... Não me convença de nada. Não me rotule. Deixe a vida ter caminhos.



É isso.



Saudades

Que saudades eu sinto de você!

Nem sei se seria melhor o coração vazio.

Mas melhor mesmo seria você aqui.

Acampando comigo.

Falaram tão bem de você hoje.

Fiquei orgulhosa como se eu tivesse algum direito!

Imagina...



"Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher,

sou minha mãe e minha filha, minha irmã, minha menina.

Mas sou minha, só minha, e não de quem quiser..."


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