terça-feira, 5 de novembro de 2002

Esses Dias

Esses dias sempre voltam. Quando a gente sente tudo e não sente nada. Quando a gente quer pôr no papel o que tem e o que não tem, o que ama e o que não ama. Quando a gente quer que alguém saiba tudo de nós porque não dá pra explicar.Ai, esses dias de uma solidão estranha. Não é só trsite. Tem uma alegria também, mas é tão sozinho. Esses dias em que a gente vê na luz forte que a vida está sem rumo porque não tem graça. Não tem graça não ter quem baste, quem divida tudo. E então os dias são repetidos e a gente repetitiva. Todo dia penso isso. Todo dia digo isso. Que cansei. Antes pensava que era da vida, agora sei que é da solidão. E nunca estive tão perto de tanta gente. Nunca estive tão próxima da minha família... E sozinha já estive bem mais. Mas acho que antes sempre é menos. Antes sempre é menos. Esses dias que demoram a passar. Essas noites em que o sono não chega nunca e parece que a gente vai morrer aqui de tanto ficar acordado. Tudo está cansado mas a cama frita. Tudo está cansado. Tem teatro, tem cinema, tem um monte de ilusão. Mas não tem um abraço de noite. Não tem um telefone que toca na hora certa. Não tem alguém pra quem ligar de madrugada. Ter tem. Mas não tem. Ter tem. Mas não tenho quem tem. Esses dias eu penso que não sei se é pior não amar. Ou amar sem ter. Não sei se é pior não amar e não ter ou ter sem amar ou amar sem ter ou amar, ter, e não ter. Amar eu sempre amo. E como amo! Meu Deus! Conheço pouca gente que ama como eu! E esses dias me fazem achar que isso é um castigo. Amar desse jeito é um castigo. Porque não é que eu queira, não. Eu não queria. Já que há solidão que houvesse também um vazio pra aliviar um pouco. E estar oca não é estar vazia. Não. Estar oca é estar cheia do que não se tem. Cheia de querer e sem ser querida... Ai, e sou tão querida, eu sei. Mas alguém que esteja aqui, que esteja sempre aqui, alguém aqui, sempre, não há. Quem há não quero. Nem sei mais o que querer. No fundo eu não queria querer o que quero e talvez isso seja a maior de todas as angústias. A maior de todas as solidões. Não querer querer o que se quer. Mas só não quero porque não tenho, claro. Nem sei. O que eu sei é que cansei dessa brincadeira de viver só. E sabe quando é que vai acabar?! Não vai ser logo, não. Não, não vai. Senta que lá vem a história...





Gota d'Água Nunca Mais, Seu Jasão!

Acabou mais uma etapa dessa vida que não sabe pra onde ir.

Que coisa intensa que foi tudo isso!

Que turbilhão de sentimentos essa mulher me fez remexer!

Que tempestade, que tormenta, que alegria misturada a tudo.

Às me sinto com 50 anos.

E não tenho nem 30.

Não tenho nem 20.

Lá estou, de igual pra igual, com aquelas meninas de 16.

Who am I?



Ana Tereza foi ver a peça e que alegria em vê-la lá.

Faugeres, minha amada idolatrada salve salve, também foi.

Que mais eu posso querer?

O que tive... Aquele rosto que me ilumina os sonhos, os dias, as saudades, ali, no final de tudo, no meio daquele teatro, como quem diz: olha, eu vim só pra você me ver e ficar feliz..." Ai, como muda o meu dia, como muda meu humor, como muda meu olhar, como me dó a cara de sorrir. Como você me faz bem! Juro! Eu juro!



É só pensar em você

Que muda o dia

Minha alegria dá pra ver

Não dá pra esconder

Nem quero pensar

Se é certo querer

O que vou lhe dizer

Um beijo seu

e eu vou só

Pensar em você

Se a chuva cai

E o sol não sai

Penso em você

Vontade de viver mais

E em paz com o mundo

E comigo

E consigo



Pensar em Você, Chico César


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