Ponho os meus olhos em você se você está
Dona dos meus olhos é você, avião no ar
Um dia pr'esses olhos sem te ver é como o chão do mar
Liga o rádio a pilha e a TV só pra você escutar...
A nova música que eu fiz agora
Lá fora a rua vazia chora
Os meus olhos vibram ao te ver, são dois fãs, um par
Pus nos olhos vidros pra poder melhor te enxergar
Luz dos olhos, para anoitecer é só você se afastar
Pinta os lábios para escrever a tua boca em mim...
Que a nossa música eu fiz agora
Lá fora a lua irradia a glória
E eu te chamo
Eu te peço vem
Diga que você me quer porque eu te quero também
Faço as pazes lembrando
Passo as tardes tentando lhe telefonar
Cartazes te procurando
Aeronaves seguem pousando sem você desembarcar
Pra eu te dar a mão nessa hora
Levar as malas pro fusca lá fora
E eu vou guiando
Eu te espero, vem
Siga onde vão meus pés porque eu te sigo também
Eu te amo,
Eu peço vem
Diga que você me quer porque eu te quero também...
Luz Dos Olhos, Cássia Eller canta Cidade Negra
sábado, 31 de agosto de 2002
Haverá sempre, sempre entre nós esse digo não digo
Esse T de tensão, esse A de amor ressentido
Qualquer coisa no ar, esse desassossego
Um recado falado, um bilhete guardado, um segredo
Um desejo no lábio, um carinho travado, um azedo
Qualquer coisa no ar, esse desassossego
No metrô da saudade seremos fiéis passageiros
Um agosto molhado, um dezembro passado, um janeiro
Qualquer coisa no ar, esse desassossego
Cessará finalmente entre nós esse mito, não minto
Esse I de ilusão, esse T de tesão infinito
Qualquer coisa no ar, esse desassossego
Recado Falado, Maria Bethania canta Alceu Valença
Esse T de tensão, esse A de amor ressentido
Qualquer coisa no ar, esse desassossego
Um recado falado, um bilhete guardado, um segredo
Um desejo no lábio, um carinho travado, um azedo
Qualquer coisa no ar, esse desassossego
No metrô da saudade seremos fiéis passageiros
Um agosto molhado, um dezembro passado, um janeiro
Qualquer coisa no ar, esse desassossego
Cessará finalmente entre nós esse mito, não minto
Esse I de ilusão, esse T de tesão infinito
Qualquer coisa no ar, esse desassossego
Recado Falado, Maria Bethania canta Alceu Valença
quinta-feira, 29 de agosto de 2002
A Louca
Que coisa louca.
Outro dia eu estava à flor da pele...
Tive a certeza de que havia colocado aqui a música.
O que será... à flor da pele, Chico.
Pois não é que agora procuro e não acho.
Enlouqueci.
Ou será que me roubaram a flor, da pele?
Se alguém tiver visto, por favor, cartas para a redação.
Para me dizer se estou louca mesmo...
Ou o que será que me dá...
Que coisa louca.
Outro dia eu estava à flor da pele...
Tive a certeza de que havia colocado aqui a música.
O que será... à flor da pele, Chico.
Pois não é que agora procuro e não acho.
Enlouqueci.
Ou será que me roubaram a flor, da pele?
Se alguém tiver visto, por favor, cartas para a redação.
Para me dizer se estou louca mesmo...
Ou o que será que me dá...
Estou Pessoa
Tenho um segredo a dizer-te
Que não te posso dizer.
E com isso já te o disse
Estavas farta de o saber.
...
Vem cá dizer-me que sim.
Ou vem dizer-me que não.
Porque sempre vens assim
P'ra ao pé do meu coração.
...
Dá-me um sorriso a brincar
Dá-me uma palavra a rir,
Eu me tenho por feliz
Só de te ver e ouvir.
...
No baile em que dançam todos
Alguém fica sem dançar.
Melhor é não ir ao baile
Do que estar lá sem estar.
...
Meu coração a bater
Parece estar a lembrar
Que, se um dia te esquecer,
Será por ele parar.
...
Uma grande emoção é por demais egoísta; absorve em si própria todo o sangue do espírito, e a congestão deixa as mãos demasiado frias para escrever. Três espécies de emoções produzem grande poesia - emoções fortes e profundas ao serem lembradas muito tempo depois; e emoções falsas, isto é, emoções sentidas no intelecto. Não a insinceridade, mas sim, uma sinceridade traduzida, é a base de toda a arte.
Tenho um segredo a dizer-te
Que não te posso dizer.
E com isso já te o disse
Estavas farta de o saber.
...
Vem cá dizer-me que sim.
Ou vem dizer-me que não.
Porque sempre vens assim
P'ra ao pé do meu coração.
...
Dá-me um sorriso a brincar
Dá-me uma palavra a rir,
Eu me tenho por feliz
Só de te ver e ouvir.
...
No baile em que dançam todos
Alguém fica sem dançar.
Melhor é não ir ao baile
Do que estar lá sem estar.
...
Meu coração a bater
Parece estar a lembrar
Que, se um dia te esquecer,
Será por ele parar.
...
Uma grande emoção é por demais egoísta; absorve em si própria todo o sangue do espírito, e a congestão deixa as mãos demasiado frias para escrever. Três espécies de emoções produzem grande poesia - emoções fortes e profundas ao serem lembradas muito tempo depois; e emoções falsas, isto é, emoções sentidas no intelecto. Não a insinceridade, mas sim, uma sinceridade traduzida, é a base de toda a arte.
quarta-feira, 28 de agosto de 2002
Brincando de Ilha
Hoje encontrei Hilda Hilst.
E vou deixá-la falar por mim.
Vamo brincá de ficá bestando e fazê um cafuné no outro e sonhá que a gente enricô e fomos todos morar nos Alpes Suíços e tamo lá só enchendo a cara e só zoiando? Vamo brincá que o Brasil deu certo e que todo mundo tá mijando a céu aberto, num festival de povão e dotô? Vamo brincá que a peste passô, que o HIV foi bombardeado com beagacês, e que tá todo mundo de novo namorando? Vamo brincá de morrê, porque a gente não morre mais e tamo sentindo saudade até de adoecê? E há escola e comida pra todos e há dentes na boca das gentes e dentes a mais, até nos pentes? E que os humanos não comem mais os animais, e há leões lambendo os pés dos bebês e leoas babás? E que a alma é de uma terceira matéria, uma quântica quimera, e alguém lá no céu descobriu que a gente não vai mais pro beleléu? E que não há mais carros, só asas e barcos, e que a poesia viceja e grassa como grama (como diz o abade), e é porreta ser poeta no Planeta?
Vamo brincá
de teta
de azul
de berimbau
de doutora em letras?
E de luar? Que é aquilo de vestir um véu todo irisado e rodar, rodar...
Vamo brincá de pinel? Que é isso de ficá loco e cortá a garganta dos otro?
Vamo brincá de ninho? E de poesia de amor?
nave
ave
moinho
e tudo mais serei
para que seja leve
meu passo
em vosso caminho.
Vamo brincá de autista? Que é isso de se fechá no mundão de gente e nunca mais ser cronista?
Bom-dia, leitor. Tô brincando de ilha.
Tô Só, Hilda Hilst
Hoje encontrei Hilda Hilst.
E vou deixá-la falar por mim.
Vamo brincá de ficá bestando e fazê um cafuné no outro e sonhá que a gente enricô e fomos todos morar nos Alpes Suíços e tamo lá só enchendo a cara e só zoiando? Vamo brincá que o Brasil deu certo e que todo mundo tá mijando a céu aberto, num festival de povão e dotô? Vamo brincá que a peste passô, que o HIV foi bombardeado com beagacês, e que tá todo mundo de novo namorando? Vamo brincá de morrê, porque a gente não morre mais e tamo sentindo saudade até de adoecê? E há escola e comida pra todos e há dentes na boca das gentes e dentes a mais, até nos pentes? E que os humanos não comem mais os animais, e há leões lambendo os pés dos bebês e leoas babás? E que a alma é de uma terceira matéria, uma quântica quimera, e alguém lá no céu descobriu que a gente não vai mais pro beleléu? E que não há mais carros, só asas e barcos, e que a poesia viceja e grassa como grama (como diz o abade), e é porreta ser poeta no Planeta?
Vamo brincá
de teta
de azul
de berimbau
de doutora em letras?
E de luar? Que é aquilo de vestir um véu todo irisado e rodar, rodar...
Vamo brincá de pinel? Que é isso de ficá loco e cortá a garganta dos otro?
Vamo brincá de ninho? E de poesia de amor?
nave
ave
moinho
e tudo mais serei
para que seja leve
meu passo
em vosso caminho.
Vamo brincá de autista? Que é isso de se fechá no mundão de gente e nunca mais ser cronista?
Bom-dia, leitor. Tô brincando de ilha.
Tô Só, Hilda Hilst
terça-feira, 27 de agosto de 2002
A música do dia e de todos os meus dias
Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva para sempre Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Diz... quantos desastres tem na minha mão
Diz... se é perigoso a gente ser feliz
Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida
Beatriz, Edu Lobo e Chico Sublime Buarque
Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva para sempre Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Diz... quantos desastres tem na minha mão
Diz... se é perigoso a gente ser feliz
Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida
Beatriz, Edu Lobo e Chico Sublime Buarque
A Hora da Estrela
Fala se não é engraçado eu ajudando a Daninha e a Bi no trabalho da escola.
É um seminário sobre A Hora da Estrela. Muito divertido. Eu adoro. Rimos tanto.
E pelo menos a estrutura tá pronta. Essa coisa que ela cismou de fazer assim...
...
Fala se não é engraçado eu ajudando a Daninha e a Bi no trabalho da escola.
É um seminário sobre A Hora da Estrela. Muito divertido. Eu adoro. Rimos tanto.
E pelo menos a estrutura tá pronta. Essa coisa que ela cismou de fazer assim...
...
Carol!
Foi beeeeem legal!!!!!! Finalmente, hein!
Mas nada que eu já não soubesse, que você era ótima!!
Gente assim, gente boa, que nem eu... gente modesta.
Brincadeira. Foi ótimo mesmo.
Fora o trânsito que eu peguei pra chegar aí,
fora carregar aquele trombolho daquela TV,
fora o choque que eu tive quando me dei conta de quem a Má era,
e fora todos os transtornos causados por tudo isso, foi bom, sim.
Ai, como eu sou chata!
Que nada!... foi um fim de segunda-feira delicioso!
Te vejo LOGO, né?! E sempre! Pra ser família!
Jolie!!!!! Só pra não perder o costume...
Já tava até esquecendo do apelido!
Risos.
PS: E o pink é em homenagem ao lavabo! :)
domingo, 25 de agosto de 2002
Deus...
e o diabo...
na terra do sol.
Cidade de Deus
Imperdível, apesar de perdida.
Cidade ao deus-dará.
Cidade de Ninguém.
Cadê Deus lá?
Cadê Deus aqui?
Cadê Deus em mim?
Ele está, sim.
Na fotografia do jornal.
Fui assistir ao filme no sábado, com a Marilia.
Que bom que foi com ela porque poucas pessoas dividem tão bem e "igual" comigo
as emoções, as sensações, as opiniões e, neste caso, acima de tudo a "estupefação",
a falta das palavras, e a falta até das imagens -
se Cidade de Deus não nos desse todas elas.
O filme é lindo. A realidade não é.
Talvez exatamente por serem assim é que um é e o outro não.
O que é ruim é que é aquilo mesmo e não vai mudar. Não vai...
...
e o diabo...
na terra do sol.
Cidade de Deus
Imperdível, apesar de perdida.
Cidade ao deus-dará.
Cidade de Ninguém.
Cadê Deus lá?
Cadê Deus aqui?
Cadê Deus em mim?
Ele está, sim.
Na fotografia do jornal.
Fui assistir ao filme no sábado, com a Marilia.
Que bom que foi com ela porque poucas pessoas dividem tão bem e "igual" comigo
as emoções, as sensações, as opiniões e, neste caso, acima de tudo a "estupefação",
a falta das palavras, e a falta até das imagens -
se Cidade de Deus não nos desse todas elas.
O filme é lindo. A realidade não é.
Talvez exatamente por serem assim é que um é e o outro não.
O que é ruim é que é aquilo mesmo e não vai mudar. Não vai...
...
Meninas Superpoderosas!!
Mudando de esquilo pra cabra
(pato pra ganso é muito batido, e a mudança aqui é mais radical),
que sábado delicioso eu tive com a Nana e o Luca!
Fomos assistir às Meninas Superpoderosas!
Eu amei o desenho! Já gostava delas, claro, quem não gosta!?
Mas foi muito legal ver o filme! Tem umas partes repetitivas, é bobinho, mas e daí?.
Nana e Luca amaram tudo! Quando tava acabando o Luca disse:
- Ah, não, não acaba!!
- Luca, pra quem cê tá falando isso...??
- Não sei, pra alguém... Por favor, não acaba agora!!!!!! Tia Juli faz alguma coisa.
- Mas como, Lu, cê acha que eu também sou menina superpoderosa?
- Claro que é. Fala pra passar mais um pouco. Eu num queria que acabasse agora.
Também fomos ao Mc - básico - e jogamos fliperama - adooooooro.
Ai, queria fazer isso todo o sábado. Traz a vida de volta.
Tive um domingo especial também.
Mas isso ainda está guardado.
Como é mesmo a frase da Clarice sobre correr riscos?
Foi um dia feliz.
Um tipo de feliz que havia muito eu não tinha.
Amanhã é outro dia.
Mas deve ser esse feliz de novo.
Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome. (CL)
Aliás, amanhã vou ajudar as meninas a fazer o seminário sobre A Hora da Estrela.
Algum expert sobre o assunto por aí?
Manifeste-se. Ajudas serão muito bem vindas!
Macabéa "vivia num atordoado limbo entre o céu e o inferno",
era "apenas fina matéria orgânica"
e "não fazia falta a ninguém".
A Hora da Estrela, Clarice Lispector
sábado, 24 de agosto de 2002
A Menina e a Princesinha
Por quais razões você sairía da cama no sábado às 7 horas da manhã?
Digo uma razão voluntária, nada de plantão de jornalista ou coisa que o valha...
Pois cá estou. São 8h30, porque já tomei banho e café da manhã.
Meu motivo mais nobre e feliz para a façanha:
uma das pessoinhas mais lindas desse mundo dormiu aqui e me acordou assim...
"Vamos brincar, tia Juli!?"
Giovanna é uma coisa sem nome de tão linda.
Quis scanear a mão quando eu disse pra ela que era possível fazer isso.
Depois, claro, quis fazer igual com a cara mas... deixa pra lá. Desistiu.
Deixo aqui a mãozinha, então, de presente.
E depois, com licença porque a gente tem muito dia pela frente.
Daqui a pouco vamos pegar o Luca e Deus sabe o nosso destino por aí.
Ai, que delíííííííííííííííííííííííícia!!!!!!!!!
Por quais razões você sairía da cama no sábado às 7 horas da manhã?
Digo uma razão voluntária, nada de plantão de jornalista ou coisa que o valha...
Pois cá estou. São 8h30, porque já tomei banho e café da manhã.
Meu motivo mais nobre e feliz para a façanha:
uma das pessoinhas mais lindas desse mundo dormiu aqui e me acordou assim...
"Vamos brincar, tia Juli!?"
Giovanna é uma coisa sem nome de tão linda.
Quis scanear a mão quando eu disse pra ela que era possível fazer isso.
Depois, claro, quis fazer igual com a cara mas... deixa pra lá. Desistiu.
Deixo aqui a mãozinha, então, de presente.
E depois, com licença porque a gente tem muito dia pela frente.
Daqui a pouco vamos pegar o Luca e Deus sabe o nosso destino por aí.
Ai, que delíííííííííííííííííííííííícia!!!!!!!!!
sexta-feira, 23 de agosto de 2002
Rapha
Meu lindo,
maravilhoso,
tudodebom,
anjodaguarda,
único,
fiel e indescritível melhoramigo Rapha fez aniversário.
22 de agosto! Dia lindo. Que nem ele.
Que me cuida,
me protege,
me "controla",
me ilumina,
me encaminha,
me conduz,
me ama incondicionalmente - eu sei
e tenta me salvar dessa bagunça e dessa falta de vontade que tá a minha vida.
Rapha, te amo. Se você não existisse, eu seria qualquer coisa, menos eu.
E ele vai se casar com a Rosinha, minha amiga também linda, no dia 12 de outubro!
Eu que apresentei!! Eba!!
Porque não ia suportar com ele alguém que não fosse minha amiga.
Alguém que não fosse ela. Exatamente ela.
Meu lindo,
maravilhoso,
tudodebom,
anjodaguarda,
único,
fiel e indescritível melhoramigo Rapha fez aniversário.
22 de agosto! Dia lindo. Que nem ele.
Que me cuida,
me protege,
me "controla",
me ilumina,
me encaminha,
me conduz,
me ama incondicionalmente - eu sei
e tenta me salvar dessa bagunça e dessa falta de vontade que tá a minha vida.
Rapha, te amo. Se você não existisse, eu seria qualquer coisa, menos eu.
E ele vai se casar com a Rosinha, minha amiga também linda, no dia 12 de outubro!
Eu que apresentei!! Eba!!
Porque não ia suportar com ele alguém que não fosse minha amiga.
Alguém que não fosse ela. Exatamente ela.
quinta-feira, 22 de agosto de 2002
A vida escapa
Quando me surpreendo ao fundo do espelho assusto-me,
mal posso acreditar que tenho limites, que sou recortada e definida.
Sinto-me espalhada no ar, pensando dentro das criaturas,
vivendo nas coisas além de mm mesma (...).
Fascinada mergulho o corpo no fundo do poço,
calo todas as suas fontes e sonâmbula sigo por outro caminho.
Analisar instante por instante, perceber o núcleo de cada coisa
feita de tempo ou espaço. Possuir cada momento,
ligar a cosciência a eles, como pequenos filamentos
quase imperceptíveis mas fortes.
É a vida? Mesmo assim ela me escaparia.
Perto do Coração Selvagem, de Clarice
mal posso acreditar que tenho limites, que sou recortada e definida.
Sinto-me espalhada no ar, pensando dentro das criaturas,
vivendo nas coisas além de mm mesma (...).
Fascinada mergulho o corpo no fundo do poço,
calo todas as suas fontes e sonâmbula sigo por outro caminho.
Analisar instante por instante, perceber o núcleo de cada coisa
feita de tempo ou espaço. Possuir cada momento,
ligar a cosciência a eles, como pequenos filamentos
quase imperceptíveis mas fortes.
É a vida? Mesmo assim ela me escaparia.
Perto do Coração Selvagem, de Clarice
quarta-feira, 21 de agosto de 2002
Insônia e Malditas Aranhas
Hoje também fui ao cinema...
Ocupar o tempo pra não ficar vazia,
não pensar no que se quer esquecer, não sofrer.
Ninica e eu temos rodízio às terças e fomos pro shopping.
Acabamos vendo os dois filmes seguidos. Foi divertido.
Hoje também fui ao cinema...
Ocupar o tempo pra não ficar vazia,
não pensar no que se quer esquecer, não sofrer.
Ninica e eu temos rodízio às terças e fomos pro shopping.
Acabamos vendo os dois filmes seguidos. Foi divertido.
Insônia
foi bem menos do que a gente esperava.
Mas é bom até. Tem coisas interessantes.
Malditas Aranhas
é uma bobagem só.
Mas confesso que dei muita risada da baboseira!
Tem dias que ninguém quer nada além de rir dessas bobagens...
Hoje era um dia assim. Então foi bom.
foi bem menos do que a gente esperava.
Mas é bom até. Tem coisas interessantes.
Malditas Aranhas
é uma bobagem só.
Mas confesso que dei muita risada da baboseira!
Tem dias que ninguém quer nada além de rir dessas bobagens...
Hoje era um dia assim. Então foi bom.
Grupo Corpo
Fui com a Má assistir Parabelo e Santagustin,
com o Grupo Corpo, no Teatro Alfa. Lindo!
Músicas de Tom Zé: brilhante.
Fui com a Má assistir Parabelo e Santagustin,
com o Grupo Corpo, no Teatro Alfa. Lindo!
Músicas de Tom Zé: brilhante.
segunda-feira, 19 de agosto de 2002
E foi por isso que eu te amei tanto...
E quem eu queria que fosse, foi. (Deus ouviu. E me deu de presente. Obrigada.)
Por pressentir, entrei no palco tensa, nervosa, com medo de qualquer coisa. A voz nessas horas é a primeira que vai embora. E foi. A voz que vinha acho que saía da alma, não de Joana.
Foi um domingo de emoções opostas, extremamente opostas.
Como eu sou extremista! Hoje, inevitavelmente, estou "morta".
Sobrevivo, é verdade, mas depois de morrer um pouco. Ao mesmo tempo, a felicidade daquela presença acho que vale qualquer morte.
A dor, no final das contas, é a mesma e independe de ver, não ver. Independe de tudo. Porque não há um dia em que eu não me lembre. E não tenha saudade. Não há um dia que não doa.
Então, prefiro ter tido essa alegria, apesar do sofrimento de conviver com a tragédia todo dia.
E quem eu queria que fosse, foi. (Deus ouviu. E me deu de presente. Obrigada.)
Por pressentir, entrei no palco tensa, nervosa, com medo de qualquer coisa. A voz nessas horas é a primeira que vai embora. E foi. A voz que vinha acho que saía da alma, não de Joana.
Foi um domingo de emoções opostas, extremamente opostas.
Como eu sou extremista! Hoje, inevitavelmente, estou "morta".
Sobrevivo, é verdade, mas depois de morrer um pouco. Ao mesmo tempo, a felicidade daquela presença acho que vale qualquer morte.
A dor, no final das contas, é a mesma e independe de ver, não ver. Independe de tudo. Porque não há um dia em que eu não me lembre. E não tenha saudade. Não há um dia que não doa.
Então, prefiro ter tido essa alegria, apesar do sofrimento de conviver com a tragédia todo dia.
O primeiro prato, o primeiro aplauso, a primeira inspiração...
Você me deu cada sinal do meu temperamento.
Você me deu cada sinal do meu temperamento.
Obrigada por você ter ido.
Eu sei que você sabe o quanto foi importante pra mim.
Espero que você tenha gostado mesmo e que eu não tenha feito nada que te
chateie ou incomode. Eu fico tão feliz de te ver que às vezes tenho receio
de te incomodar com isso. Espero do fundo da alma que não,
porque queria que fosse só coisa boa.
Se sim, me desculpa e saiba que não é por mal.
Quero que você saiba também que a peça foi um sucesso, que só recebi
elogios e ouvi coisas muito emocionantes de muita gente que eu nem
conheço! De mães, senhoras, gente de todo o tipo que sempre comentava de
forma geral a mesma coisa: como é verdadeiro todo aquele sentimento de
amor profundo e adoração que a Joana transmitia... Tirando a parte da
loucura e de tudo o que ela faz de ruim depois, o que eu tenho pra te
dizer e agradecer é que foi você a pessoa responsável por um dia eu ter
descoberto o que é amar de verdade, e se entregar, e ser feliz... e
depois a dor da perda e a tristeza, e ter de aprender a aceitar isso
também - apesar de ela não ter conseguido, eu acho que consegui de algum jeito.
Essas coisas que, hoje eu sei, fazem parte da vida mesmo, e do fim do amor.
E mais, hoje eu te entendo tanto, te dou razão,
me arrependo de muita coisa, apesar de saber que, na época, eu não saberia
ter feito diferente. Hoje, até depois de ter ido lá remexer em tudo pra
conseguir encontrar a força de amor dessa Joana - que é também a minha -
eu enxergo o que você passou, todos os esforços que você fez, e até
o quanto você suportou para tentar me fazer sofrer menos. E isso tudo,
ironicamente até, me faz te guardar com mais carinho em mim, com mais
alegria, com mais amor. Faz com que eu admire mais a pessoa maravilhosa
que você é. E até o seu comentário sobre a peça reforça isso, que eu
sempre soube, o seu senso de justiça, a sua coerência, a sua lealdade
com o que pensa e sente.
Você é a minha maior lição de vida, meu maior orgulho.
Eu às vezes nem entendo como mereci ter tido você do meu lado tanto
tempo. Mas aí Deus me diz que foi por isso mesmo, pra eu aprender tanta
coisa e me tornar uma pessoa melhor. Quando digo que gostaria muito que
a gente pudesse conviver hoje em dia e daqui pra frente, acho que é
um pouco também porque eu gostaria de te mostrar
quanto bem você trouxe pra minha vida.
E de te dar tantas coisas boas que hoje eu tenho
e sei dar de uma forma tão branda, tão tranquila, tão leve...
Bom, você me conhece e sabe que eu ficaria aqui a vida inteira te agradecendo
e te dizendo o quanto eu te amo de todas as formas. Mas você já cansou disso, eu sei.
E nem precisa também. O importante é você saber a alegria que me proporcionou.
E saber que sempre, pro resto das nossas vidas, eu continuo do seu lado,
pronta pra o que você precisar. Lembra daquilo que a gente falava no
Encontro, que "amigo é aquele que dá a vida pelo outro"... pois eu dou a
vida por você, sempre. Mesmo longe, você mora em mim.
Eu sei que você sabe o quanto foi importante pra mim.
Espero que você tenha gostado mesmo e que eu não tenha feito nada que te
chateie ou incomode. Eu fico tão feliz de te ver que às vezes tenho receio
de te incomodar com isso. Espero do fundo da alma que não,
porque queria que fosse só coisa boa.
Se sim, me desculpa e saiba que não é por mal.
Quero que você saiba também que a peça foi um sucesso, que só recebi
elogios e ouvi coisas muito emocionantes de muita gente que eu nem
conheço! De mães, senhoras, gente de todo o tipo que sempre comentava de
forma geral a mesma coisa: como é verdadeiro todo aquele sentimento de
amor profundo e adoração que a Joana transmitia... Tirando a parte da
loucura e de tudo o que ela faz de ruim depois, o que eu tenho pra te
dizer e agradecer é que foi você a pessoa responsável por um dia eu ter
descoberto o que é amar de verdade, e se entregar, e ser feliz... e
depois a dor da perda e a tristeza, e ter de aprender a aceitar isso
também - apesar de ela não ter conseguido, eu acho que consegui de algum jeito.
Essas coisas que, hoje eu sei, fazem parte da vida mesmo, e do fim do amor.
E mais, hoje eu te entendo tanto, te dou razão,
me arrependo de muita coisa, apesar de saber que, na época, eu não saberia
ter feito diferente. Hoje, até depois de ter ido lá remexer em tudo pra
conseguir encontrar a força de amor dessa Joana - que é também a minha -
eu enxergo o que você passou, todos os esforços que você fez, e até
o quanto você suportou para tentar me fazer sofrer menos. E isso tudo,
ironicamente até, me faz te guardar com mais carinho em mim, com mais
alegria, com mais amor. Faz com que eu admire mais a pessoa maravilhosa
que você é. E até o seu comentário sobre a peça reforça isso, que eu
sempre soube, o seu senso de justiça, a sua coerência, a sua lealdade
com o que pensa e sente.
Você é a minha maior lição de vida, meu maior orgulho.
Eu às vezes nem entendo como mereci ter tido você do meu lado tanto
tempo. Mas aí Deus me diz que foi por isso mesmo, pra eu aprender tanta
coisa e me tornar uma pessoa melhor. Quando digo que gostaria muito que
a gente pudesse conviver hoje em dia e daqui pra frente, acho que é
um pouco também porque eu gostaria de te mostrar
quanto bem você trouxe pra minha vida.
E de te dar tantas coisas boas que hoje eu tenho
e sei dar de uma forma tão branda, tão tranquila, tão leve...
Bom, você me conhece e sabe que eu ficaria aqui a vida inteira te agradecendo
e te dizendo o quanto eu te amo de todas as formas. Mas você já cansou disso, eu sei.
E nem precisa também. O importante é você saber a alegria que me proporcionou.
E saber que sempre, pro resto das nossas vidas, eu continuo do seu lado,
pronta pra o que você precisar. Lembra daquilo que a gente falava no
Encontro, que "amigo é aquele que dá a vida pelo outro"... pois eu dou a
vida por você, sempre. Mesmo longe, você mora em mim.
Amor com prazo fixo vale nada
Acabou. Joana está de recesso.
Talvez volte em outubro, quem sabe.
Sempre acaba, sei disso. Mas foi maravilhoso.
E vale, sim. De alguma forma mágica, vale.
Tive, eu, momentos encantadores. Recebi abraços cheios de energias inacreditáveis. Escutei palavras que não têm preço. Compartilhei sensações inimagináveis. Enfim, êxtase. Nem se despejar o Aurélio aqui serei capaz de descrever. Fui Joana além do palco nesses OITO dias no que diz respeito à intensidade dos sentimentos. Mas nada de morte. Só vida. Muita vida. Agradeço a todo mundo que esteve lá comigo, em cena, fora de cena, em contra-cena... e a Deus, que está lá, sempre lá, apesar de todos os meus pesares.
A vocês que passeiam por aqui e que tanto me emocionaram com a presença, e as palavras, e os abraços, e os sorrisos, nem sei o que dizer... agradeço dedicando a vocês a "Joana" do dia em que a conheceram, e "eu" de depois do espetáculo, ali com a cara alegre, que é o meu "normal", ainda mais com amigos queridos ao redor. Obrigada Débora, Marina, Ana... e a quem eu nem saiba que lá esteve. Mas devo ter sentido.
Acabou. Joana está de recesso.
Talvez volte em outubro, quem sabe.
Sempre acaba, sei disso. Mas foi maravilhoso.
E vale, sim. De alguma forma mágica, vale.
Tive, eu, momentos encantadores. Recebi abraços cheios de energias inacreditáveis. Escutei palavras que não têm preço. Compartilhei sensações inimagináveis. Enfim, êxtase. Nem se despejar o Aurélio aqui serei capaz de descrever. Fui Joana além do palco nesses OITO dias no que diz respeito à intensidade dos sentimentos. Mas nada de morte. Só vida. Muita vida. Agradeço a todo mundo que esteve lá comigo, em cena, fora de cena, em contra-cena... e a Deus, que está lá, sempre lá, apesar de todos os meus pesares.
A vocês que passeiam por aqui e que tanto me emocionaram com a presença, e as palavras, e os abraços, e os sorrisos, nem sei o que dizer... agradeço dedicando a vocês a "Joana" do dia em que a conheceram, e "eu" de depois do espetáculo, ali com a cara alegre, que é o meu "normal", ainda mais com amigos queridos ao redor. Obrigada Débora, Marina, Ana... e a quem eu nem saiba que lá esteve. Mas devo ter sentido.
sábado, 17 de agosto de 2002
Minority Report e a cultura do medo
Como é possível blindar um carro,
mas não é possível blindar um mundo,
resta saber até quando
a incapacidade de olhar o caos que nos cerca
vai durar.
Walter Salles, na Ilustrada (Folha de S. Paulo) de hoje
Assisti ao filme na semana passada. Eu havia gostado mas com ressalvas. Hoje, depois de ler isso que o Walter Salles escreveu na Ilustrada, e depois de conversar com a minha mãe algumas coisas sobre o filme, repensei e cheguei à conclusão de que gostei mais do que tinha pensado. Engraçado isso, né... A gente muda todo dia.
Como é possível blindar um carro,
mas não é possível blindar um mundo,
resta saber até quando
a incapacidade de olhar o caos que nos cerca
vai durar.
Walter Salles, na Ilustrada (Folha de S. Paulo) de hoje
Assisti ao filme na semana passada. Eu havia gostado mas com ressalvas. Hoje, depois de ler isso que o Walter Salles escreveu na Ilustrada, e depois de conversar com a minha mãe algumas coisas sobre o filme, repensei e cheguei à conclusão de que gostei mais do que tinha pensado. Engraçado isso, né... A gente muda todo dia.
Ruínas
Eu queria construir uma ruína.
Embora eu saiba que uma ruína é uma desconstrução.
Estou tão cansada...
Mas hoje não é da vida, não.
É físico.
Embora o cansaço da vida sempre exista um pouco.
Mas só um pouco.
Vamos rezar esta noite.
Pelo meu pedido.
Tem só mais dois dias.
E parece que quem eu queria que fosse não vai mesmo.
A vida dói quando penso nisso.
Mas tanta gente legal esteve lá.
Não posso ser assim.
Telefona...
Não deixa que eu fuja
Me ocupa os espaços vazios.
Me arranca dessa ansiedade
Me acolhe, me acalma
Em seus braços...
O que é que há, Fábio Jr.
Sim, eu adoro Fábio Jr.
E uma esperança desce junto com a madrugada...
Eu queria construir uma ruína.
Embora eu saiba que uma ruína é uma desconstrução.
Estou tão cansada...
Mas hoje não é da vida, não.
É físico.
Embora o cansaço da vida sempre exista um pouco.
Mas só um pouco.
Vamos rezar esta noite.
Pelo meu pedido.
Tem só mais dois dias.
E parece que quem eu queria que fosse não vai mesmo.
A vida dói quando penso nisso.
Mas tanta gente legal esteve lá.
Não posso ser assim.
Telefona...
Não deixa que eu fuja
Me ocupa os espaços vazios.
Me arranca dessa ansiedade
Me acolhe, me acalma
Em seus braços...
O que é que há, Fábio Jr.
Sim, eu adoro Fábio Jr.
E uma esperança desce junto com a madrugada...
sexta-feira, 16 de agosto de 2002
Shhhhhhh...
Hoje li isto em Letters from Sally to Cleo.
E queria ser capaz de ter essa regra in my life:
"Falar baixo, falar pouco e ser educada".
É o que a Ju vive repetindo aqui dentro.
E quem faz isso não erra.
Falar pouco devia ser uma regra universal.
Devia, sim.
Hoje li isto em Letters from Sally to Cleo.
E queria ser capaz de ter essa regra in my life:
"Falar baixo, falar pouco e ser educada".
É o que a Ju vive repetindo aqui dentro.
E quem faz isso não erra.
Falar pouco devia ser uma regra universal.
Devia, sim.
Mari e o Mundo Louco
Mari, minha prima linda, que eu amo mais que tudo. foi ver a peça hoje. Que felicidade quando a vejo...! E quanto tempo fazia que a gente não se via... O assunto surgiu por causa da minha platéia mágica e tentei explicar a ela "essa coisa de blog"... Bom, ela disse que entendeu mas eu realmente acho que ela não entendeu nada. É incrível como quem não "vive nesse mundo" não consegue ter uma idéia imediata do que é ter um blog...
Que mundo louco! Como as pessoas, inevitavelmente, até sem querer, sem perceber, acabam se juntando em grupos, guetos, estilos, sons,. palavras, ilusões... atos e omissões... Que mundo louco!
Mudando de pato pra ganso... Que saudade da minha irmã que tá longe!
E, além do mundo louco, que louco é sentir saudade!
Se alguém conseguir falar com Deus, por favor, pergunta por mim de onde Ele tirou essa de "saudade".
Claro que se o tempo com o Todo-Poderoso for curto, prefiro que você pergunte sobre a solução para a miséria no mundo... mas se der uma brecha, fala da saudade também...
Mari, minha prima linda, que eu amo mais que tudo. foi ver a peça hoje. Que felicidade quando a vejo...! E quanto tempo fazia que a gente não se via... O assunto surgiu por causa da minha platéia mágica e tentei explicar a ela "essa coisa de blog"... Bom, ela disse que entendeu mas eu realmente acho que ela não entendeu nada. É incrível como quem não "vive nesse mundo" não consegue ter uma idéia imediata do que é ter um blog...
Que mundo louco! Como as pessoas, inevitavelmente, até sem querer, sem perceber, acabam se juntando em grupos, guetos, estilos, sons,. palavras, ilusões... atos e omissões... Que mundo louco!
Mudando de pato pra ganso... Que saudade da minha irmã que tá longe!
E, além do mundo louco, que louco é sentir saudade!
Se alguém conseguir falar com Deus, por favor, pergunta por mim de onde Ele tirou essa de "saudade".
Claro que se o tempo com o Todo-Poderoso for curto, prefiro que você pergunte sobre a solução para a miséria no mundo... mas se der uma brecha, fala da saudade também...
Platéia Mágica
Muito obrigada.
Por tudo.
Pela sua presença e por cada palavra.
É por pessoas como você que vale a pena...
Você não imagina a minha alegria.
Mais ainda agora, depois de ler exatamente o que desejo que as pessoas sintam quando vão até lá nos dar duas horas das suas vidas...
Muito, muito obrigada.
E o mais emocionante foi a sensação de saber que aquela era você... sem dizer nada. Uma magia. A Roda Viva.
Não vamos perder contato, não. Na vida real eu não quero sofrimento...
Um beijo enorme e todo o meu carinho.
Muito obrigada.
Por tudo.
Pela sua presença e por cada palavra.
É por pessoas como você que vale a pena...
Você não imagina a minha alegria.
Mais ainda agora, depois de ler exatamente o que desejo que as pessoas sintam quando vão até lá nos dar duas horas das suas vidas...
Muito, muito obrigada.
E o mais emocionante foi a sensação de saber que aquela era você... sem dizer nada. Uma magia. A Roda Viva.
Não vamos perder contato, não. Na vida real eu não quero sofrimento...
Um beijo enorme e todo o meu carinho.
quinta-feira, 15 de agosto de 2002
Onde foi que eu te perdi?
Todo meu tempo, todo o meu zelo
todo o meu prédio já sabe
que eu tenho um amor
todo receio, todo remédio
tudo que sempre causava dor e medo
se foi
foi por te ver andando reto
entre tudo que há de incerto em mim
e fui andando, voltei ao zero
um recomeço é uma forma de se encontrar
por ser tranquilo, por ser sincero
não me preocupa - o que não for é o que vai passar
foi por te ver andando reto
entre tudo que há de incerto em mim
e sempre te quis...
Herbert Vianna
Todo meu tempo, todo o meu zelo
todo o meu prédio já sabe
que eu tenho um amor
todo receio, todo remédio
tudo que sempre causava dor e medo
se foi
foi por te ver andando reto
entre tudo que há de incerto em mim
e fui andando, voltei ao zero
um recomeço é uma forma de se encontrar
por ser tranquilo, por ser sincero
não me preocupa - o que não for é o que vai passar
foi por te ver andando reto
entre tudo que há de incerto em mim
e sempre te quis...
Herbert Vianna
The Secret Garden
She's got a secret garden
Where everything you want
Where everything you need
Will always stay
A million miles away
She's got a secret garden
Where everything you want
Where everything you need
Will always stay
A million miles away
Ai, como é difícil viver sem você.
Repetidas
Foi ela que escreveu, mas poderia ter sido eu...
há uns anos... hoje... sempre... até quando?
As pessoas mudam de endereço. E o que mais?
Nada.
Às vezes quero lhe dizer tanta coisa e não consigo. Às vezes quero que você diga tudo, sem eu ter que perguntar nada, porque nem sempre eu sei o que posso perguntar ou não. Às vezes eu tenho vontade de sair gritando e dizer quem você é. Às vezes eu quero ficar quieta, não dizer uma só palavra, mas ter a certeza de que você está entendendo tudo. Às vezes eu quero dizer que morro de saudade quando você não me liga. Mas às vezes eu queria que você já soubesse disto. E de tantas outras coisas mais. Às vezes eu queria que parasse de chover, só isto. E às vezes eu queria que você abrisse a porta, olhasse para mim, e me dissesse que é tudo mentira, que você nunca se arrependeu. Porque não é "às vezes" que eu te amo, é sempre.
Foi ela que escreveu, mas poderia ter sido eu...
há uns anos... hoje... sempre... até quando?
As pessoas mudam de endereço. E o que mais?
Nada.
Às vezes quero lhe dizer tanta coisa e não consigo. Às vezes quero que você diga tudo, sem eu ter que perguntar nada, porque nem sempre eu sei o que posso perguntar ou não. Às vezes eu tenho vontade de sair gritando e dizer quem você é. Às vezes eu quero ficar quieta, não dizer uma só palavra, mas ter a certeza de que você está entendendo tudo. Às vezes eu quero dizer que morro de saudade quando você não me liga. Mas às vezes eu queria que você já soubesse disto. E de tantas outras coisas mais. Às vezes eu queria que parasse de chover, só isto. E às vezes eu queria que você abrisse a porta, olhasse para mim, e me dissesse que é tudo mentira, que você nunca se arrependeu. Porque não é "às vezes" que eu te amo, é sempre.
Se eu tivesse mais alma pra dar eu daria
Luz das estrelas. Laço do infinito. Gosto tanto dela assim. Rosa amarela. Voz de todo grito. Gosto tanto dela assim. Esse imenso desmedido amor. Vai além de seja o que for. Vai além de onde eu vou. Do que sou. Minha dor. Minha linha do Equador. Esse imenso desmedido amor. Vai além de seja o que for. Passa mais alem do céu de Brasília. Traço do arquiteto. Gosto tanto dela assim. Gosto de filha. Música de preto. Gosto tanto dela assim. Essa desmesura de paixão é loucura do coração. Minha Foz do Iguaçu. Pólo Sul. Meu azul. Luz do sentimento nu. Esse imenso desmedido amor. Vai além de seja o que for. Vai além de onde eu vou. Do que sou. Minha dor. Minha linha do Equador. Mas é doce morrer nesse mar. De lembrar e nunca esquecer. Se eu tivesse mais alma para dar. Eu daria. Isso para mim é viver.
Hoje conheci o Contradizendo e alguma coisa ali me tocou. Talvez a alma. MInha, dela.
Luz das estrelas. Laço do infinito. Gosto tanto dela assim. Rosa amarela. Voz de todo grito. Gosto tanto dela assim. Esse imenso desmedido amor. Vai além de seja o que for. Vai além de onde eu vou. Do que sou. Minha dor. Minha linha do Equador. Esse imenso desmedido amor. Vai além de seja o que for. Passa mais alem do céu de Brasília. Traço do arquiteto. Gosto tanto dela assim. Gosto de filha. Música de preto. Gosto tanto dela assim. Essa desmesura de paixão é loucura do coração. Minha Foz do Iguaçu. Pólo Sul. Meu azul. Luz do sentimento nu. Esse imenso desmedido amor. Vai além de seja o que for. Vai além de onde eu vou. Do que sou. Minha dor. Minha linha do Equador. Mas é doce morrer nesse mar. De lembrar e nunca esquecer. Se eu tivesse mais alma para dar. Eu daria. Isso para mim é viver.
Hoje conheci o Contradizendo e alguma coisa ali me tocou. Talvez a alma. MInha, dela.
quarta-feira, 14 de agosto de 2002
Dando início à série "Cartas que escrevi um dia para quem mais amei"
E ainda amo
Quarta, 6 de Setembro de 1995.
Eu gostaria de começar esta carta dizendo "Meu amor...", mas pode não pegar bem e o que eu menos quero é que as coisas não peguem bem. No entanto, é tão pouco começar de qualquer outra maneira que acho que prefiro correr o risco.
Meu amor, descobri que a minha diretora de teatro é muito craque mesmo! Hoje ela deu uma aula pra gente. Foi sensacional. Eu fiquei babando. Pena que não chegou na minha parte e tive que passar o ensaio inteiro ouvindo os outros, mas até que já "aprendi a aprender" com isso. Que bonito.
Uma hora, vinte e nove minutos. Você está no meio da viagem, certo? Certo. Trocando altas fofocas com os seus amigos queridos, inclusive a história da minha supervisora ter roubado o namorado do amigo? Ou você está dormindo e sonhando comigo para compartilhar um pouco dessa saudade inevitável que não me dá cinco minutos de trégua?
Recebi uma carta muito legal hoje. É de um amigo que foi morar em Floripa, um cara bem especial. Não para mim em particular, mas como pessoa. A história dele é bem incrível. Ele é de uma família super pobre. Perdeu a mãe numa situação péssima. Acho que por não ter dinheiro para comprar o remédio que ela precisava. Teve mil e um problemas com os irmãos que eram meio difíceis de querer ajudar uns aos outros. Aí, um dia, ele quis sair da escola pública em que estudava e foi no Santo Américo pedir uma bolsa. Conseguiu. Estudou lá desde a 8ª série. Fez o "Encontro de Jovens com Cristo" do Colégio. Formou-se. Adquiriu um jeito todo próprio de falar, com expressão e atitude na voz, palavras muito cultas e bem pronunciadas. Apaixonou-se por Deus. Resolveu ser padre. Foi passar um ano em Curitiba, com os Legionários de Cristo. Percebeu que não tinha Vocação. Voltou. Foi para Ubatuba com a gente no ano novo e tomou o primeiro porre, e acho que único, da vida dele. E mesmo bêbado, continuava com o seu jeito particular de falar... Foi tão engraçado. Bom, aí ele prestou vestibular. Entrou na PUC: Direito. Adorava. No final do ano passado terminou o segundo ano do curso e resolveu mudar. Mudar de faculdade, mudar de cidade, mudar de vida. De amigos, não! Mudar de amigos nunca! Como ele mesmo diz. Apenas acrescentá-los. Acrescentar experiências, cultura, ampliar a visão tão curta que a gente tem da vida e das pessoas. E lá se foi ele para Florianópolis. Sem medo de perder o que deixava aqui. Porque ele tem certeza de que não vai perder o que já tem. Como seria bom se todos nós tivéssemos essa certeza... E agora ele está lá, e acabei de receber notícias. Ele fez um folhetinho contando das férias, da nova faculdade, de como vai a vida por lá, e deve ter mandado para algumas pessoas queridas. Entre elas, eu. O que me deixou imensamente feliz, porque apesar de não sermos grandes amigos, adoro ouvir as histórias dele. E a carta termina assim:
"Por ocasião de uma visita a uma família maravilhosa, recebi de um amigo um presente que me fez mudar de atitude, ou melhor, tomar uma atitude diante da vida. Trata-se de um marcador de páginas com a foto de uma estrada, que segue para não se sabe onde após virar a curva. Junto havia um texto com o qual gostaria de finalizar minha carta:
Caminhante
são tuas pegadas
o caminho e nada mais.
Caminhante,
não há caminho,
se faz o caminho ao andar.
Ao andar se faz o caminho
e ao voltar os olhos para trás
se vê a senda
que nunca
se há de voltar
a pisar.
Atrás do cartão meu amigo ainda acrescentou: 'Querido Richard, não tenha medo de caminhar!'. Não tenhamos medo de caminhar, e o mais importante, jamais tenhamos medo de trilhar nosso caminho, novo, onde ninguém tenha posto os pés e que nos está reservado desde toda a eternidade."
Isso me toca profundamente porque, às vezes, tenho muito a sensação de que devo caminhar para algum lugar. Um lugar que não sei bem onde é, mas que não é aqui. E não vou. Será que nunca vou? Talvez eu tivesse que ter nascido em outro lugar, em outra situação, para poder sair caminhando por aí. Eu sei o quanto é maravilhoso ter uma família, um teto, conforto, segurança. Mas, talvez, sem conhecer tudo isso eu tivesse a coragem de sair por aí, de tomar uma atitude diante da vida que está passando. Eu seria livre. Tenho sentido tanta necessidade de liberdade. Tenho me convencido tanto de que sei tão pouco. E o pouco que sei a respeito da felicidade, da minha felicidade, já basta para ver que não é possível sem liberdade. Eu queria ser livre para caminhar. Caminhar com você, que é o que me importa, me conforta, me completa. Não quero arriscar se me sentirei assim para sempre, mas se nos perdermos por aí antes de termos sido livres, jamais saberemos com certeza se tinha mesmo que acabar, ou se poderia ter sido eterno...
A visão dessa estrada que segue para não se sabe onde após virar a curva, me parece maravilhosa. Será que a gente consegue viver com essa visão? Talvez nos ajude a ter um motivo mais forte para não desistir de nada, por mais impossível que possa parecer. Porque sempre haverá a possibilidade de existir na virada da curva uma árvore sob a qual possamos sentar e, finalmente, entender o sentido da vida.
Quinta-feira. Madrugada.
Quatro horas e dois minutos.
Nenhum sono. Muita saudade.
Infelizmente nos perdemos antes...
Quarta, 6 de Setembro de 1995.
Eu gostaria de começar esta carta dizendo "Meu amor...", mas pode não pegar bem e o que eu menos quero é que as coisas não peguem bem. No entanto, é tão pouco começar de qualquer outra maneira que acho que prefiro correr o risco.
"Somos apenas o amálgama de experiências que tivemos.
Assim, quem não assumir riscos, talvez não seja nada."
Assim, quem não assumir riscos, talvez não seja nada."
Meu amor, descobri que a minha diretora de teatro é muito craque mesmo! Hoje ela deu uma aula pra gente. Foi sensacional. Eu fiquei babando. Pena que não chegou na minha parte e tive que passar o ensaio inteiro ouvindo os outros, mas até que já "aprendi a aprender" com isso. Que bonito.
Uma hora, vinte e nove minutos. Você está no meio da viagem, certo? Certo. Trocando altas fofocas com os seus amigos queridos, inclusive a história da minha supervisora ter roubado o namorado do amigo? Ou você está dormindo e sonhando comigo para compartilhar um pouco dessa saudade inevitável que não me dá cinco minutos de trégua?
"Os aliados superam todas as expectativas
e o inimigo começa a perder a esperança de vencer essa guerra sem fim."
e o inimigo começa a perder a esperança de vencer essa guerra sem fim."
Recebi uma carta muito legal hoje. É de um amigo que foi morar em Floripa, um cara bem especial. Não para mim em particular, mas como pessoa. A história dele é bem incrível. Ele é de uma família super pobre. Perdeu a mãe numa situação péssima. Acho que por não ter dinheiro para comprar o remédio que ela precisava. Teve mil e um problemas com os irmãos que eram meio difíceis de querer ajudar uns aos outros. Aí, um dia, ele quis sair da escola pública em que estudava e foi no Santo Américo pedir uma bolsa. Conseguiu. Estudou lá desde a 8ª série. Fez o "Encontro de Jovens com Cristo" do Colégio. Formou-se. Adquiriu um jeito todo próprio de falar, com expressão e atitude na voz, palavras muito cultas e bem pronunciadas. Apaixonou-se por Deus. Resolveu ser padre. Foi passar um ano em Curitiba, com os Legionários de Cristo. Percebeu que não tinha Vocação. Voltou. Foi para Ubatuba com a gente no ano novo e tomou o primeiro porre, e acho que único, da vida dele. E mesmo bêbado, continuava com o seu jeito particular de falar... Foi tão engraçado. Bom, aí ele prestou vestibular. Entrou na PUC: Direito. Adorava. No final do ano passado terminou o segundo ano do curso e resolveu mudar. Mudar de faculdade, mudar de cidade, mudar de vida. De amigos, não! Mudar de amigos nunca! Como ele mesmo diz. Apenas acrescentá-los. Acrescentar experiências, cultura, ampliar a visão tão curta que a gente tem da vida e das pessoas. E lá se foi ele para Florianópolis. Sem medo de perder o que deixava aqui. Porque ele tem certeza de que não vai perder o que já tem. Como seria bom se todos nós tivéssemos essa certeza... E agora ele está lá, e acabei de receber notícias. Ele fez um folhetinho contando das férias, da nova faculdade, de como vai a vida por lá, e deve ter mandado para algumas pessoas queridas. Entre elas, eu. O que me deixou imensamente feliz, porque apesar de não sermos grandes amigos, adoro ouvir as histórias dele. E a carta termina assim:
"Por ocasião de uma visita a uma família maravilhosa, recebi de um amigo um presente que me fez mudar de atitude, ou melhor, tomar uma atitude diante da vida. Trata-se de um marcador de páginas com a foto de uma estrada, que segue para não se sabe onde após virar a curva. Junto havia um texto com o qual gostaria de finalizar minha carta:
Caminhante
são tuas pegadas
o caminho e nada mais.
Caminhante,
não há caminho,
se faz o caminho ao andar.
Ao andar se faz o caminho
e ao voltar os olhos para trás
se vê a senda
que nunca
se há de voltar
a pisar.
Atrás do cartão meu amigo ainda acrescentou: 'Querido Richard, não tenha medo de caminhar!'. Não tenhamos medo de caminhar, e o mais importante, jamais tenhamos medo de trilhar nosso caminho, novo, onde ninguém tenha posto os pés e que nos está reservado desde toda a eternidade."
Isso me toca profundamente porque, às vezes, tenho muito a sensação de que devo caminhar para algum lugar. Um lugar que não sei bem onde é, mas que não é aqui. E não vou. Será que nunca vou? Talvez eu tivesse que ter nascido em outro lugar, em outra situação, para poder sair caminhando por aí. Eu sei o quanto é maravilhoso ter uma família, um teto, conforto, segurança. Mas, talvez, sem conhecer tudo isso eu tivesse a coragem de sair por aí, de tomar uma atitude diante da vida que está passando. Eu seria livre. Tenho sentido tanta necessidade de liberdade. Tenho me convencido tanto de que sei tão pouco. E o pouco que sei a respeito da felicidade, da minha felicidade, já basta para ver que não é possível sem liberdade. Eu queria ser livre para caminhar. Caminhar com você, que é o que me importa, me conforta, me completa. Não quero arriscar se me sentirei assim para sempre, mas se nos perdermos por aí antes de termos sido livres, jamais saberemos com certeza se tinha mesmo que acabar, ou se poderia ter sido eterno...
A visão dessa estrada que segue para não se sabe onde após virar a curva, me parece maravilhosa. Será que a gente consegue viver com essa visão? Talvez nos ajude a ter um motivo mais forte para não desistir de nada, por mais impossível que possa parecer. Porque sempre haverá a possibilidade de existir na virada da curva uma árvore sob a qual possamos sentar e, finalmente, entender o sentido da vida.
"Não saber para onde vamos é o destino da humanidade.
Algumas vezes o homem pensa que sabe. Mas, em geral, erra."
Algumas vezes o homem pensa que sabe. Mas, em geral, erra."
Quinta-feira. Madrugada.
Quatro horas e dois minutos.
Nenhum sono. Muita saudade.
terça-feira, 13 de agosto de 2002
Dia Dele
Não sei por que não falei do dia dos pais.
Talvez porque meu pai seja tão maravilhoso que o dia dele, pra mim, é todo dia.
Mas, de qualquer forma, almoçamos todos juntos e foi feliz.
Ele ganhou uma tarturaga da Brahma.
Tartaruga, néééééé...
É, porque está demais com o perfeccionismo dele.
Cada dia que passa mais devagar.
E minha mãe, santa, agüenta há 50 anos... ou mais.
Todos os dias são deles, meus pais.
(Apesar de TODOS os pesares, como não amá-los?)
Não sei por que não falei do dia dos pais.
Talvez porque meu pai seja tão maravilhoso que o dia dele, pra mim, é todo dia.
Mas, de qualquer forma, almoçamos todos juntos e foi feliz.
Ele ganhou uma tarturaga da Brahma.
Tartaruga, néééééé...
É, porque está demais com o perfeccionismo dele.
Cada dia que passa mais devagar.
E minha mãe, santa, agüenta há 50 anos... ou mais.
Todos os dias são deles, meus pais.
(Apesar de TODOS os pesares, como não amá-los?)
Conheço sem conhecer
Um dia cheguei até ela. Não sei bem como. A Roda Viva. E então ela chegou até mim. E não sabemos bem por quê. A Roda Viva. Nos conhecemos sem nos conhecer. Ou nos conhecendo nos conhecemos. Ela "oferece" Expressões Letradas e me dá uma coisa de mãe, e de amiga, e de desconhecida tão próxima, que me comove, e me acolhe até. E me encanta. A Roda Viva. Obrigada. Venha sempre.
Sou clara e inteira.
Absorvo tudo o que vejo instantaneamente,
Da maneira como se mostra: sem Amor ou indiferença.
Sem qualquer ilusão.
Não me julgue: sou apenas verdadeira.
E bonita. Sem pretensão, nem vaidade.
(...)
Minha mente não pára: medita incansável...
(...)
Há muito tempo meus olhos se fixam nela.
Ela faz parte do meu coração.
Mas é uma imagem que falha: some e aparece.
Escuridão e luz nos separam.
Fragmento de "Contraste", de Débora Bottcher
Um dia cheguei até ela. Não sei bem como. A Roda Viva. E então ela chegou até mim. E não sabemos bem por quê. A Roda Viva. Nos conhecemos sem nos conhecer. Ou nos conhecendo nos conhecemos. Ela "oferece" Expressões Letradas e me dá uma coisa de mãe, e de amiga, e de desconhecida tão próxima, que me comove, e me acolhe até. E me encanta. A Roda Viva. Obrigada. Venha sempre.
Sou clara e inteira.
Absorvo tudo o que vejo instantaneamente,
Da maneira como se mostra: sem Amor ou indiferença.
Sem qualquer ilusão.
Não me julgue: sou apenas verdadeira.
E bonita. Sem pretensão, nem vaidade.
(...)
Minha mente não pára: medita incansável...
(...)
Há muito tempo meus olhos se fixam nela.
Ela faz parte do meu coração.
Mas é uma imagem que falha: some e aparece.
Escuridão e luz nos separam.
Fragmento de "Contraste", de Débora Bottcher
segunda-feira, 12 de agosto de 2002
Cidade dos Sonhos e Amelie Poulin
Hoje estou com esses dois filmes na cabeça.
Amelie aluguei há pouco para meus pais assistirem.
Estão vendo neste momento. Como é bom!
Tem coisa melhor do que aquela menininha ligando e desligando a antena do vizinho?
Quase não tem.
Só o duende que viaja.
Viva Amelie Poulin.
E Cidade dos Sonhos vira e mexe aparece aqui em mim. Quero assistir de novo. Logo.
Preciso repensar umas quase conclusões, preciso ver de novo a cena do teatro. Llorando.
Preciso chorar um pouco.
Um pouco como Amelie.
Um pouco como naquela cidade.
Um pouco de saudade.
Um pouco de alegria.
Um pouco de raiva.
Um pouco de frustração.
Um pouco por nada.
Hoje estou com esses dois filmes na cabeça.
Amelie aluguei há pouco para meus pais assistirem.
Estão vendo neste momento. Como é bom!
Tem coisa melhor do que aquela menininha ligando e desligando a antena do vizinho?
Quase não tem.
Só o duende que viaja.
Viva Amelie Poulin.
E Cidade dos Sonhos vira e mexe aparece aqui em mim. Quero assistir de novo. Logo.
Preciso repensar umas quase conclusões, preciso ver de novo a cena do teatro. Llorando.
Preciso chorar um pouco.
Um pouco como Amelie.
Um pouco como naquela cidade.
Um pouco de saudade.
Um pouco de alegria.
Um pouco de raiva.
Um pouco de frustração.
Um pouco por nada.
Obrigada.
Obrigada que você existe.
Obrigada que você é minha amiga.
Obrigada que você é essa magia sem explicação.
Obrigada que você é tranquila.
Obrigada que você é sincera.
Obrigada que você é linda
Obrigada que você é você.
Obrigada por cada minuto que você passa comigo.
Obrigada por cada palavra que você me diz.
Obrigada por cada olhar meigo.
Obrigada por cada "jura!".
Obrigada por cada "nossa!".
Obrigada por cada "o que o quê?"
Obrigada por cada coisinha que a gente tem só da gente.
Obrigada por cada brincadeira que a gente faz.
Obrigada por cada dia que amanhecemos conversando longamente.
Obrigada por cada momento que a gente dividiu.
Obrigada por ter aparecido na minha vida.
Obrigada por nunca ir embora.
Obrigada que você existe.
Obrigada que você é minha amiga.
Obrigada que você é essa magia sem explicação.
Obrigada que você é tranquila.
Obrigada que você é sincera.
Obrigada que você é linda
Obrigada que você é você.
Obrigada por cada minuto que você passa comigo.
Obrigada por cada palavra que você me diz.
Obrigada por cada olhar meigo.
Obrigada por cada "jura!".
Obrigada por cada "nossa!".
Obrigada por cada "o que o quê?"
Obrigada por cada coisinha que a gente tem só da gente.
Obrigada por cada brincadeira que a gente faz.
Obrigada por cada dia que amanhecemos conversando longamente.
Obrigada por cada momento que a gente dividiu.
Obrigada por ter aparecido na minha vida.
Obrigada por nunca ir embora.
Já estanquei meu sangue!!
O espetáculo de ontem, domingo, foi histórico.
Primeiro que foi muito bom.
Segundo que a minha mãe filmando na platéia era coisa inédita.
Terceiro que eu cortei o pé e poças de sangue se espalharam pelo palco... hilário.
Eu não senti nada, foi um cortinho, mas sangrou horrores.
Foi uma coisa meio surreal.
Logo que acabou a cena com a Corina, que eu entro embaixo da minha casa pra preparar as velas pra macumba, eu escutei um barulho de vidro quebrando, e ali perto. Pensei: ou foi uma lâmpada que espatifou bem no pé da escada (opção correta), ou foi o vazinho que caiu, ou foi a luz de dentro da escada que estourou... Bom, seguimos. Fiz a macumba e quando saí comecei a tentar enxergar onde estava o que tinha quebrado. Não vi nada. O vazinho estava no lugar, as luzes de dentro todas acendendo... Deduzi: caiu uma lâmpada no pé da escada... Raciocinei: chance de eu cortar o pé - enorme! Entrei pra cena dos meninos, vi os caquinhos no pé da escada, desviei. Ótimo, pensei, estão ali no canto, é só desviar. Só que tinha um pedaço de lâmpada transparente pro lado de cá e eu não vi. Pisei em cheio na cena com o Jasão. Não senti que tinha cortado. Mas comecei a ver manchas e mais manchas de sangue se espalhando pelo chão... As meninas ao redor tendo ataques e suspiros assustados com aquele sangue todo. Eu me desconcentrei um pouco mas recuperei logo... O que mais me preocupava era saber se a platéia tinha visto. Porque se vê uma coisa dessas, não presta mais atenção na peça. Fiquei pensando que se a minha mãe reparasse ia ficar em pânico... Bom, não tinha o que fazer, tocamos o barco. Quando Corina me tira de cena e vamos pra escada, ela me falou... Meu Deus, tô preocupadíssima com o seu pé. Eu disse que não era nada e falei pra ela colocar o cobertor no pé da escada, cobrindo os cacos que era pra não cortar mais. Ela colocou e me largou ali na escada. Ótimo. Tava tudo resolvido. Quando saí pra coxia, na sequência, fui olhar o meu pé e não tinha corte nenhum... bom, desencanei. Terminamos a peça e quando a platéia subiouno palco foi que eu soube que ninguém tinha visto nada, Mas aí, claro que quando a Daysi viu aquele sangue todo no chão ficou louca... "vamos lavar! Vamos desinfetar! Que coisa! Que perigo!"... Ai, foi engraçado. Resumindo ta aí o cortinho, hoje me dói um pouco mas acho que sem grandes conseqüências.
O espetáculo de ontem, domingo, foi histórico.
Primeiro que foi muito bom.
Segundo que a minha mãe filmando na platéia era coisa inédita.
Terceiro que eu cortei o pé e poças de sangue se espalharam pelo palco... hilário.
Eu não senti nada, foi um cortinho, mas sangrou horrores.
Foi uma coisa meio surreal.
Logo que acabou a cena com a Corina, que eu entro embaixo da minha casa pra preparar as velas pra macumba, eu escutei um barulho de vidro quebrando, e ali perto. Pensei: ou foi uma lâmpada que espatifou bem no pé da escada (opção correta), ou foi o vazinho que caiu, ou foi a luz de dentro da escada que estourou... Bom, seguimos. Fiz a macumba e quando saí comecei a tentar enxergar onde estava o que tinha quebrado. Não vi nada. O vazinho estava no lugar, as luzes de dentro todas acendendo... Deduzi: caiu uma lâmpada no pé da escada... Raciocinei: chance de eu cortar o pé - enorme! Entrei pra cena dos meninos, vi os caquinhos no pé da escada, desviei. Ótimo, pensei, estão ali no canto, é só desviar. Só que tinha um pedaço de lâmpada transparente pro lado de cá e eu não vi. Pisei em cheio na cena com o Jasão. Não senti que tinha cortado. Mas comecei a ver manchas e mais manchas de sangue se espalhando pelo chão... As meninas ao redor tendo ataques e suspiros assustados com aquele sangue todo. Eu me desconcentrei um pouco mas recuperei logo... O que mais me preocupava era saber se a platéia tinha visto. Porque se vê uma coisa dessas, não presta mais atenção na peça. Fiquei pensando que se a minha mãe reparasse ia ficar em pânico... Bom, não tinha o que fazer, tocamos o barco. Quando Corina me tira de cena e vamos pra escada, ela me falou... Meu Deus, tô preocupadíssima com o seu pé. Eu disse que não era nada e falei pra ela colocar o cobertor no pé da escada, cobrindo os cacos que era pra não cortar mais. Ela colocou e me largou ali na escada. Ótimo. Tava tudo resolvido. Quando saí pra coxia, na sequência, fui olhar o meu pé e não tinha corte nenhum... bom, desencanei. Terminamos a peça e quando a platéia subiouno palco foi que eu soube que ninguém tinha visto nada, Mas aí, claro que quando a Daysi viu aquele sangue todo no chão ficou louca... "vamos lavar! Vamos desinfetar! Que coisa! Que perigo!"... Ai, foi engraçado. Resumindo ta aí o cortinho, hoje me dói um pouco mas acho que sem grandes conseqüências.
domingo, 11 de agosto de 2002
Louca!
Hoje todo mundo reclamou que a Joana estava louca demais!
Porque talvez EU esteja. Louca demais, de tantas dores, pelo corpo, pela alma...
Tia Vicky, tio Souza, Cicets e Rods foram hoje.
Que alegria! Que alegria sem palavras.
...
E Crisinha linda também foi. De novo.
Mas fiquei muito pouco com ela.
Vazio.
Até quando?
Little Girl
Foi muito boa a conversa.
Ainda que rápida, picotada, com prazo fixo e horário pra terminar... foi boa.
E foi bonito lembrar... Digo, foi legal saber que você ainda passa por aqui.
Venha sempre que quiser, não precisa nem avisar.
Só desculpe a solidão, a angústia, a tristeza... os extremismos.
Hoje todo mundo reclamou que a Joana estava louca demais!
Porque talvez EU esteja. Louca demais, de tantas dores, pelo corpo, pela alma...
Tia Vicky, tio Souza, Cicets e Rods foram hoje.
Que alegria! Que alegria sem palavras.
...
E Crisinha linda também foi. De novo.
Mas fiquei muito pouco com ela.
Vazio.
Até quando?
Little Girl
Foi muito boa a conversa.
Ainda que rápida, picotada, com prazo fixo e horário pra terminar... foi boa.
E foi bonito lembrar... Digo, foi legal saber que você ainda passa por aqui.
Venha sempre que quiser, não precisa nem avisar.
Só desculpe a solidão, a angústia, a tristeza... os extremismos.
sábado, 10 de agosto de 2002
Lembrança
Uma vez mandei isto pra minha mãe.
Não sei por que me lembrei agora...
Mas é lindo:
"De tanto te pensar, me veio a ilusão.
A mesma ilusão
Da égua que sorve a água pensando sorver a lua.
(...)
De te sonhar, tenho nada,
Mas acredito em mim o ouro e o mundo.
De te amar, possuída de ossos e abismos
Acredito ter carne e vadiar
Ao redor dos teus cismos.
De nunca te tocar
Tocando os outros
Acredito ter mãos, acredito ter boca
Quando só tenho patas e focinho.
De muito desejar altura e eternidade
Me vem a fantasia de que Existo e Sou.
Quando sou nada: égua fantasmagórica
Sorvendo a lua n'água."
De Hilda Hilst, mãe.
Mas, hoje, de mim para você.
Uma vez mandei isto pra minha mãe.
Não sei por que me lembrei agora...
Mas é lindo:
"De tanto te pensar, me veio a ilusão.
A mesma ilusão
Da égua que sorve a água pensando sorver a lua.
(...)
De te sonhar, tenho nada,
Mas acredito em mim o ouro e o mundo.
De te amar, possuída de ossos e abismos
Acredito ter carne e vadiar
Ao redor dos teus cismos.
De nunca te tocar
Tocando os outros
Acredito ter mãos, acredito ter boca
Quando só tenho patas e focinho.
De muito desejar altura e eternidade
Me vem a fantasia de que Existo e Sou.
Quando sou nada: égua fantasmagórica
Sorvendo a lua n'água."
De Hilda Hilst, mãe.
Mas, hoje, de mim para você.
sexta-feira, 9 de agosto de 2002
O deus
Peguei esta imagem - que achei fantástica - "emprestada" de um blog que também acho fantástico... o deus das pequenas coisas. E numa grande ocasião, pós estréia da Gota d'Água. Fantástico.
Peguei esta imagem - que achei fantástica - "emprestada" de um blog que também acho fantástico... o deus das pequenas coisas. E numa grande ocasião, pós estréia da Gota d'Água. Fantástico.
The Day After
"Good mooooooorning Vietnã..."
Apesar da guerra diária, estou viva. O dia amanhece por aqui, há um silêncio e uma tranqüilidade que me dão vontades de vida de novo. O corpo dói mas o coração está quente. Não é ninguém ainda, mas uma brisa boa que algum bom vento traz. E as mães é que são maravilhosas. São duras, às vezes, cruéis sem querer, ausentes sem saber... mas são maravilhosas. Tenho acordado com saudades da minha mãe. E o bom é que ela está logo ali, no quarto ao lado, e eu posso ir vê-la sempre, e logo. Tenho acordado com vontade de estar aqui. Não todos os dias, mas hoje. Falo de hoje. Amanhã não sei. Ninguém sabe. Nem leio mais o jornal. Essa vontade perdi por enquanto. O sol do meio-dia está lindo. Daqui a pouco começo a ficar agitada - como a raposa do Pequeno Príncipe, que sabe que o principezinho vem às quatro da tarde então desde às três já tem o coração ansioso... É preciso ter ritos. Os barulhos da casa são os mesmos de toda a nossa vida. Pelo menos de dia. À noite não, porque já não há muita gente aqui. Eles se foram, um por um. Mas sempre voltam, é verdade. E se multiplicaram. Isso é que bom. Essas crianças que trouxeram qualquer coisa mágica de novo pra vida da gente. Acho que é por isso que ainda consigo me lembrar de acordar contente. Graças a Deus, que nunca me abandona. Apesar da guerra, e da minha falta diária. Obrigada.
"Good mooooooorning Vietnã..."
Apesar da guerra diária, estou viva. O dia amanhece por aqui, há um silêncio e uma tranqüilidade que me dão vontades de vida de novo. O corpo dói mas o coração está quente. Não é ninguém ainda, mas uma brisa boa que algum bom vento traz. E as mães é que são maravilhosas. São duras, às vezes, cruéis sem querer, ausentes sem saber... mas são maravilhosas. Tenho acordado com saudades da minha mãe. E o bom é que ela está logo ali, no quarto ao lado, e eu posso ir vê-la sempre, e logo. Tenho acordado com vontade de estar aqui. Não todos os dias, mas hoje. Falo de hoje. Amanhã não sei. Ninguém sabe. Nem leio mais o jornal. Essa vontade perdi por enquanto. O sol do meio-dia está lindo. Daqui a pouco começo a ficar agitada - como a raposa do Pequeno Príncipe, que sabe que o principezinho vem às quatro da tarde então desde às três já tem o coração ansioso... É preciso ter ritos. Os barulhos da casa são os mesmos de toda a nossa vida. Pelo menos de dia. À noite não, porque já não há muita gente aqui. Eles se foram, um por um. Mas sempre voltam, é verdade. E se multiplicaram. Isso é que bom. Essas crianças que trouxeram qualquer coisa mágica de novo pra vida da gente. Acho que é por isso que ainda consigo me lembrar de acordar contente. Graças a Deus, que nunca me abandona. Apesar da guerra, e da minha falta diária. Obrigada.
ESTRÉIA!
Foi uma delícia.
Minha mãe - que é meu termômetro - disse que gostou muito, então fiquei mais tranqüila...
Agora é relaxar e se divertir. Não tem mais o que fazer...
Mas foi ótimo.
Só lamento o de sempre.
Porque aquela hora em que eu entro no carro... é fatal.
Não dá pra não lembrar que eu sinto falta de alguém pra dividir tudo.
Tudo bem, talvez esse alguém ainda tenha nome...
Mas só porque não tem outra pessoa no lugar.
A tristeza é senhora
Desde que o samba é samba é assim
A lágrima clara sobre a pele escura
A noite e a chuva que cai lá fora...
Solidão apavora
Tudo demorando em ser tão ruim
Mas alguma coisa acontece no quando agora em mim
Cantando eu mando a tristeza embora...
Desde que o Samba é Samba, Caetano Veloso
Foi uma delícia.
Minha mãe - que é meu termômetro - disse que gostou muito, então fiquei mais tranqüila...
Agora é relaxar e se divertir. Não tem mais o que fazer...
Mas foi ótimo.
Só lamento o de sempre.
Porque aquela hora em que eu entro no carro... é fatal.
Não dá pra não lembrar que eu sinto falta de alguém pra dividir tudo.
Tudo bem, talvez esse alguém ainda tenha nome...
Mas só porque não tem outra pessoa no lugar.
A tristeza é senhora
Desde que o samba é samba é assim
A lágrima clara sobre a pele escura
A noite e a chuva que cai lá fora...
Solidão apavora
Tudo demorando em ser tão ruim
Mas alguma coisa acontece no quando agora em mim
Cantando eu mando a tristeza embora...
Desde que o Samba é Samba, Caetano Veloso
quinta-feira, 8 de agosto de 2002
segunda-feira, 5 de agosto de 2002
Tomates Verdes Fritos
Fala pra mim se tem filme melhor no mundo!?
Não tem.
Nini e Tato dormiram aqui ontem. Assistimos ao meu episódio imbatível, favorito, amado, idolatrado de I Love Lucy. Aquele em que ela sai pra trabalhar e tenta o emprego na fábrica de chocolates... Sem comentários. Mesmo por quê dá falta de ar de tanto rir e não dá pra falar ao mesmo tempo.
Depois vimos Tomates Verdes Fritos. Na boa, não tem melhor. Eu respeito a Regi amar Um Sonho de Liberdade, também é maravilhoso, mas Fried Green Tomatoes tem uma magia única e meio fora dessa coisa comum dos mortais... "I'm a Bee Charmer"...
Hoje ensaiamos o dia inteiro. E fomos incrivelmente retirados do teatro porque tinha que passar o cinema às 20h. Sabe pra quantas pessoas?! NENHUMA!!!!! NE-NHU-MA! Não dá pra acreditar. Não quero nem falar porque fiquei tão indignada que nem vale a pena.
Bom, a luz vai ficar linda, graças a Deus... as músicas, sei lá. Ainda bem que temos o anjo do Betinho porque aquele barril de chopp que chamam de diretor musical não sabe nem tocar Basta Um Dia... Hoje eu disse pra ele que estou muito insegura porque ele não sabe tocar. Não disse com essas palavras, claro, mas ele entendeu. Vamos ensaiar amanhã à tarde e eu quero só ver quantas horas atrasado ele vai chegar ao ensaio. Saco. Mas Deus me ajuda, eu sei.
Jantei no Bar Inglês com a linda que alegra meus dias... Foi tão gostoso. Comemos fondue de queijo, depois pedimos carne, e mais fondue... Nossa! Comemos que nem umas porcas. E como ela me faz feliz! Que coisa! E a gente é cada vez mais amiga, de um jeito cada vez mais legal. Obrigada por isso. Pelo menos uma coisa boa nesses meus dias esgotantes! O jantar foi divertido demais. Tio Fuad estava engraçadíssimo. E o Gu também tava fofo.
Quando cheguei na garagem do clube pra ir embora tinha uma coisa que eu adoro e que há tempos não recebia: um bilhetinho no meu carro... É tão legal, né! Quando a gente chega nesse momento tão só que é entrar no carro pra ir embora e tem lá um agrado. Adorei. Era da Ninica.
E agora eu tô com sono.
E com saudade de tanta gente...
Fala pra mim se tem filme melhor no mundo!?
Não tem.
Nini e Tato dormiram aqui ontem. Assistimos ao meu episódio imbatível, favorito, amado, idolatrado de I Love Lucy. Aquele em que ela sai pra trabalhar e tenta o emprego na fábrica de chocolates... Sem comentários. Mesmo por quê dá falta de ar de tanto rir e não dá pra falar ao mesmo tempo.
Depois vimos Tomates Verdes Fritos. Na boa, não tem melhor. Eu respeito a Regi amar Um Sonho de Liberdade, também é maravilhoso, mas Fried Green Tomatoes tem uma magia única e meio fora dessa coisa comum dos mortais... "I'm a Bee Charmer"...
Hoje ensaiamos o dia inteiro. E fomos incrivelmente retirados do teatro porque tinha que passar o cinema às 20h. Sabe pra quantas pessoas?! NENHUMA!!!!! NE-NHU-MA! Não dá pra acreditar. Não quero nem falar porque fiquei tão indignada que nem vale a pena.
Bom, a luz vai ficar linda, graças a Deus... as músicas, sei lá. Ainda bem que temos o anjo do Betinho porque aquele barril de chopp que chamam de diretor musical não sabe nem tocar Basta Um Dia... Hoje eu disse pra ele que estou muito insegura porque ele não sabe tocar. Não disse com essas palavras, claro, mas ele entendeu. Vamos ensaiar amanhã à tarde e eu quero só ver quantas horas atrasado ele vai chegar ao ensaio. Saco. Mas Deus me ajuda, eu sei.
Jantei no Bar Inglês com a linda que alegra meus dias... Foi tão gostoso. Comemos fondue de queijo, depois pedimos carne, e mais fondue... Nossa! Comemos que nem umas porcas. E como ela me faz feliz! Que coisa! E a gente é cada vez mais amiga, de um jeito cada vez mais legal. Obrigada por isso. Pelo menos uma coisa boa nesses meus dias esgotantes! O jantar foi divertido demais. Tio Fuad estava engraçadíssimo. E o Gu também tava fofo.
Quando cheguei na garagem do clube pra ir embora tinha uma coisa que eu adoro e que há tempos não recebia: um bilhetinho no meu carro... É tão legal, né! Quando a gente chega nesse momento tão só que é entrar no carro pra ir embora e tem lá um agrado. Adorei. Era da Ninica.
E agora eu tô com sono.
E com saudade de tanta gente...
domingo, 4 de agosto de 2002
O Efeito Urano
Engraçado... Tenho visto e ouvido, em vários lugares diferentes, muita gente falar sobre esse livro da Fernanda Young... Eu li faz tempo, logo que lançou. Li rápido, em dois dias, se bem me lembro. Eu gostei de muitas coisas. Não de tudo. A história eu achei de alguma maneira estranha, parece que espremida para caber em algum lugar. Por outro lado a narrativa é maravilhosa, com revelações surpreendentes no final. Não do conteúdo; da forma. Bom, mas o caso é que fiquei pensando por que tanta gente tem falado no livro ou por que eu tenho me deparado tanto com isso... E não sei. As pessoas ficam sempre impressionadas com essa coisa que a relação do livro tem de levar o sentimento até as últimas conseqüências... de ser intenso... de serem, as duas da história, uma coisa extrema, forte, louca até... Pois é. Talvez não tenha me impressionado tanto porque... porque eu já sabia. Porque eu sei. Porque é assim mesmo que somos.
"Como você é extremista!"
É, eu sou.
Mas ser extremista sozinha é tão chato.
E triste.
Engraçado... Tenho visto e ouvido, em vários lugares diferentes, muita gente falar sobre esse livro da Fernanda Young... Eu li faz tempo, logo que lançou. Li rápido, em dois dias, se bem me lembro. Eu gostei de muitas coisas. Não de tudo. A história eu achei de alguma maneira estranha, parece que espremida para caber em algum lugar. Por outro lado a narrativa é maravilhosa, com revelações surpreendentes no final. Não do conteúdo; da forma. Bom, mas o caso é que fiquei pensando por que tanta gente tem falado no livro ou por que eu tenho me deparado tanto com isso... E não sei. As pessoas ficam sempre impressionadas com essa coisa que a relação do livro tem de levar o sentimento até as últimas conseqüências... de ser intenso... de serem, as duas da história, uma coisa extrema, forte, louca até... Pois é. Talvez não tenha me impressionado tanto porque... porque eu já sabia. Porque eu sei. Porque é assim mesmo que somos.
"Como você é extremista!"
É, eu sou.
Mas ser extremista sozinha é tão chato.
E triste.
sábado, 3 de agosto de 2002
Mas há a vida
Clarice Lispector
Mas há a vida
que é para ser
intensamente vivida.
Há o amor.
Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata.
Clarice Lispector
Mas há a vida
que é para ser
intensamente vivida.
Há o amor.
Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata.
Cotidiano
Não adianta, eu sinto mesmo a sua falta.
Acordo, abro os olhos, e você já está lá. A sua voz, o seu olhar, o seu jeito de sorrir, o seu jeito de pular, de brincar comigo, a criança em você que me matava de alegria. Eu tento te espantar mas está tudo em mim, não adianta. Eu contnuo deitada, penso no que tenho pra fazer, e lá está a sua ausência. Porque de tudo, de qualquer coisa que eu vá fazer, nada há de realmente importante já que não vou dividir com você... Não posso pedir sua opinião, não posso saber se você iria junto, não vou ter seu colo se não der certo e nem o seu abraço se a coisa for um sucesso. E eu choro, olha aí, choro assim como a gente chorava quando tentava se separar e não podia... E então eu me levanto e vou devagar virando uma pessoa acordada. Enquanto escovo os dentes lá vem você no espelho... lá vem aquele tempo em que eu nunca esquecia de escovar os dentes porque tinha te prometido... e quando eu tirava os brincos pra dormir e sorria quando encostava a cabeça no travesseiro porque sabia que no dia seguinte tinha você pra iluminar minha vida. Entro no banho e a água que cai do chuveiro te traz de novo. E eu choro outra vez, choro no meio da água, pra enganar meus olhos. Eu me visto, pego as minhas coisas, entro no carro... Oi. É você. Tem o seu cheiro lá. Depois de todos esses anos ainda tem lá o seu cheiro. O cheiro que eu tomei pra mim, e que nem que eu quisesse sairia daqui. Então, pra que lutar contra ele? Melhor tê-lo, meu. Eu ligo o carro, ligo o rádio... Estamos lá, em tantas melodias, em tantas letras. Eu confesso que não consigo ouvir outras coisas por muito tempo. Você sempre volta, sempre invade o som, sempre vem com alguém que canta você pra mim. Fábio, Zélia, Ivete, Ana, Caetano... Tanta gente. Toda a gente. Mesmo quando eu quase não quero. Lá está a nossa história, lá está a minha dor, lá está a sua partida, as suas decepções, o seu cansaço e o meu dia-após-dia pra tentar sobreviver, renascer, esquecer, ou aprender a viver com tudo isso. O dia passa, você está em cada rua onde passo, em cada sinal de trânsito, em cada pessoa que atravessa na faixa... Você no caminho que eu erro, na ladeira que eu subo, no lugar onde almoço, na comida que eu como, na bebida, na conta que eu queria pagar em dobro. Você está no posto de gasolina, no supermercado, no Mc Donalds, no meu ensaio de teatro, na sopa que tomo à noite... Até na sopa, que você detesta. Eu entro em casa e você está lá. No mesmo lugar onde esteve pela manhã, de onde saiu quando veio comigo pelo dia e de onde nunca saiu porque aí você vive. Na minha casa, em mim. Entro no quarto, te vejo em cada parede, no macaco branco em cima da cama. Eu vou dormir. Antes, peço a Deus por nós e te peço pra voltar. É. Eu te peço pra voltar. Todas as noites eu te peço isso. Te chamo do jeito carinhoso que eu fazia quando a gente brincava, e te imploro: volta, volta. Eu sei que você não vem, mas o instinto de pedir é mais forte do que a certeza de que não vem. Finalmente eu apago a luz. E, no escuro, a única coisa que vejo é você. No silêncio, é só você que eu escuto. E, na solidão da noite, eu choro o último choro do dia. Doído. O frio não acaba nunca. Eu fecho os olhos, tento dormir, demoro, consigo. E a verdade é que eu não queria acordar.
Mas eu acordo, acordo todo dia.
Acordo, abro os olhos, e você já está lá.
Essa Mulher
Ana Terra
De manhã cedo, essa senhora se conforma
Bota a mesa, tira o pó,
lava a roupa, seca os olhos
Ah, como essa santa não se esquece
De pedir pelas mulheres,
pelos filhos, pelo pão
Depois sorri meio sem graça e abraça
Aquele homem, aquele mundo
que a faz assim feliz.
De tardezinha, essa menina se namora
Se enfeita, se decora,
sabe tudo, não faz mal
Ah, como essa coisa é tão bonita
Ser cantora, ser artista,
isso tudo é muito bom
E chora tanto de prazer e de agonia
De algum dia, qualquer dia,
entender de ser feliz.
De madrugada, essa mulher
faz tanto estrago
Tira a roupa, faz a cama,
vira a mesa, seca o bar
Ah, como essa louca se esquece
Quantos homens enlouquece
nessa boca, nesse chão
Depois parece que acha graça e agradece
Ao destino, aquilo tudo
que a faz tão infeliz.
Essa menina, essa mulher, essa senhora
Em que esbarro a toda hora
No espelho casual
É feita de sombra e tanta luz
De tanta lama e tanta cruz
Que acha tudo natural
Ana Terra
De manhã cedo, essa senhora se conforma
Bota a mesa, tira o pó,
lava a roupa, seca os olhos
Ah, como essa santa não se esquece
De pedir pelas mulheres,
pelos filhos, pelo pão
Depois sorri meio sem graça e abraça
Aquele homem, aquele mundo
que a faz assim feliz.
De tardezinha, essa menina se namora
Se enfeita, se decora,
sabe tudo, não faz mal
Ah, como essa coisa é tão bonita
Ser cantora, ser artista,
isso tudo é muito bom
E chora tanto de prazer e de agonia
De algum dia, qualquer dia,
entender de ser feliz.
De madrugada, essa mulher
faz tanto estrago
Tira a roupa, faz a cama,
vira a mesa, seca o bar
Ah, como essa louca se esquece
Quantos homens enlouquece
nessa boca, nesse chão
Depois parece que acha graça e agradece
Ao destino, aquilo tudo
que a faz tão infeliz.
Essa menina, essa mulher, essa senhora
Em que esbarro a toda hora
No espelho casual
É feita de sombra e tanta luz
De tanta lama e tanta cruz
Que acha tudo natural
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