quarta-feira, 24 de julho de 2002

Eu amo assim, com esse meu jeito de amar



Que dias vazios e cheios de nada. Quanto mais tempo menos tempo...



Mas hoje tive horas felizes.

Fui visitar a Crisinha, que tem esse poder de alegrar o meu dia.

Ela tá boa. Tá lá deitadinha, mas tá boa.

Como eu gosto dela, meu Deus. Como a presença dela me faz bem!

Existe uma troca de olhares tão doce, tão terna, tão infantil quase... uma benção.




Obrigada.



Foi engraçado hoje. Estávamos lá o pai dela, a mãe dela, o Gu e eu...

"Que bom que vocês tão aqui. Só falta o Lu."

"Que bom que a gente tá aqui."




Tudo isso faz pensar. Tudo isso confirma a teoria de que tem gente que nos basta. Porque podemos estar em qualquer, qualquer lugar. Não importa. Tá bom, tá ótimo... a gente poderia ficar ali pra sempre. Até num quarto de hospital. Eu poderia ficar ali pra sempre... Juro. E é saudável, sim. A gente aprendeu a conviver numa boa. De um jeito gostoso, leve. Claro que depois, quando eu tô sozinha, pensando na vida, às vezes me dá uma angústia, uma coisa estranha dentro de mim, uma sensação de ter um amor canalizado numa direção onde ele se perde, uma coisa que sai de mim e me esvazia, e não traz o que eu preciso de volta. Mas não é verdade. Na verdade eu sinto falta de alguém independentemente do que sinto por ela. Por ela o que há é mesmo uma coisa que se transformou muito mais em carinho, cuidado, devoção até... mas não exatamente amor. Não... não é esse amor que mata a gente sem ter a pessoa. É uma coisa tão, tão boa...



O Gu voltou de carona comigo e a gente já tá combinando o que fazer pra linda na semana que vem. Temos que distraí-la, tadinha. Ela vai ficar meio que de cama mais uns dez dias... Um dia almoço japonês, no outro árabe, no outro uma super cesta de café da manhã... Hmm, e precisamos pensar em presentes bem legais... Nossa, que delícia... Lembra aquele dia em que eu passei mais de cinco horas no shopping montando a caixa de presente de aniversário, cheia de coisa pro acampamento??!! Parece até egoísmo da minha parte porque acho que eu fico mais feliz com isso do que ela, que ganha os presentes! Ai, ai... Que é que se faz contra isso? Nada, né.



"Eu vou ficar aqui. E você?"



Obrigada por hoje, meu Pai. Obrigada por essa luz que ainda aparece de vez em quando e me mostra que tem vida em algum lugar. Obrigada por nunca permitir que eu desista de procurá-la. Agora eu só te peço pra me levar de volta pra perto. Eu preciso.



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