sábado, 4 de outubro de 2008

um outro que não ela que não eu

é um corpo cheio de vida que sorri e abraça, mas há uma solidão insuportável voltando a tomar conta de tudo. se vê. é aquele vento, aquele monstro. aquele frio do chão do banheiro escuro. aqueles dias iguais sem sol, sem mar. é um corpo embalado de história e com sonhos que vão ficando pelo caminho. com sonhos realizados. e com as ilusões, perdidas ou novas, cansadas. é um pedaço, um pouco que não basta. a ninguém. nem a si. não se basta. são vontades perdidas no ponto só. sem nó. sem dó. o dia vazio, a noite vazia. o vão. em vão. é um corpo cheio de vida que sorri e abraça, mas carrega um espaço que pesa como a multidão de mãos dadas. os pares, os lares, os filhos. pesa tudo aquilo que falta. é um corpo forte mas que já não aguenta a parada. se vê. em vão. é todo dia um não. não tem. não vem. não pode. não há. é um corpo no fundo do poço. que luta. que sorri, abraça, fala, e cansa.

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