quarta-feira, 1 de janeiro de 2003

O Novo

O novo ano.

O novo presidente.

Hoje tenho que falar dele.

Nao sei se foi ele ou a minha sensibilidade à flor da pele no primeiro dia de um novo ano - talvez as duas coisas -, mas chorei bastante durante a transmissao da posse. Que coisa... Aquele homem nao é demagogia. Ele REALMENTE nasceu onde nasceu, viveu como viveu, conquistou o que conquistou nesses anos todos, e é presidente do Brasil. Como é que nao se chora quando esse homem diz que ele está lá pra provar que "é possível fazer mais"? Como é que eu posso ficar reclamando da minha vida, meu Deus? E como é que nao se chora quando esse homem se vira pro lado no final do discurso, pega na mao da esposa, e diz que quer fazer uma homenagem a ela, porque é ela que sempre está - e sempre esteve - ao lado dele em todos os momentos, principalmente os difíceis. Porque - e ele disse muito bem dito - quando alguém perde, - e ele perdeu durante anos e anos-, quase nunca tem um amigo que telefona pra dizer "companheiro, a luta continua", entao muitas vezes apenas eles dois, ali, sozinhos, disseram um ao outro "a luta continua". Como é que nao se chora?

Eu choro mesmo.

E ainda mais porque eu nao tenho com quem dividir esse momento histórico e nem vou ter alguém que vai se lembrar desse dia comigo... Porque quem eu tinha pra lembrar de tantas coisas vividas junto nao ta mais do meu lado, nao me dá a mao no fim do discurso, nem me telefona pra dizer "a luta continua"...

Entao eu choro.

Mas depois passa. Sempre passa.

Tenho o consolo de ter votado nele. E de acreditar que este país vai melhorar - pra quem precisa.

E que a esperança SEMPRE vença o medo.

O medo...



Ouviu?

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