segunda-feira, 2 de junho de 2003

Por favor

Quanto a mim....

O amor passou.

Eu só lhe peço que não faça como a gente vulgar,

e não me volte a cara quando passe por si,

nem tenha de mim uma recordação

em que entre o rancor.

Fiquemos, um perante o outro,

como dois conhecidos desde a infância,

que se amaram um pouco quando meninos, e,

embora na vida adulta

sigam outras afeições,

conservam num escaninho de alma,

a memória do seu amor antigo e inútil.

De Cartas de Amor, Fernando Pessoa




...Mas pra mim, de amor, foi tudo o que tive de útil nesta vida.


Nenhum comentário: