I.
entorpecida de medo
espero o dia
passando
e os trens
que virão
entorpecida de medo
espero o dia
vagando
de trem
de avião
entorpecida de medo
espero
o dia
vago
vagão
II.
por mais oito dias
constrói-se a ponte
o horizonte se abre
um monte de desenhos
e sortes
espalham o futuro
por mais oito dias
III.
aquela
me rouba
os livros
e os pensamentos vazios
me invade os cafés
me ocupa a inspiração
cloro nos olhos
buraco na garganta
nada de bom
nem de água
mas o céu, que ainda é para onde se olha
pela janela
dela
qualquer janela aberta
me rouba
aquela
IV.
tenta desrealizar todas as partidas
cada arrancada doída de morte
todas
cada uma
tenta deslembrar as cicatrizes
descavar as raízes
todas
cada uma
tenta despensar os detalhes
e desquerer
todas
cada uma
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