domingo, 9 de março de 2008

grande

mas aí as crianças brincam, e sorriem, e te amam tanto...
e então você se lembra de que a desordem tem conserto.

e então você se esforça para deixar de ser pequena.
porque existe Anna.
e Ricardo.

e então?

você esquece, eu sei. não porque quer. simplesmente a cabeça esvazia. morada do demo, disse aquela senhora um dia. isso não esquece. nem de si, nem de lá, nem da cabeça. você sabe que a coisa é complicada. mas há tudo. e de repente tudo volta a aparecer. e de repente você volta a ver, a reparar, a se dar conta. ainda que vazia. a cabeça e o resto. porque essa gente tá aí. e você vê. e chora de uma coisa que não sabe, mas sente. o último prazer que ela tem na vida. não me tire. não lhe tire. tire da cabeça o que não serve. e conduz. tu. imperativo é de repente se lembrar de tudo. quantas vezes for preciso. e esquecer do que não serve. quantas vezes for preciso. quantas forem as vezes. precisas. esquecer é preciso. viver não é preciso.

e então?

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