terça-feira, 18 de junho de 2002

Dias e Dores

Há dias em que dói uma dor sem nome. Vem de longe, de leve, de uma vez. Invade o que não tem defesa e faz chorar... O choro sem som da dor sem nome. E tão dor. A gente acorda assim e não sabe mandar embora o que não quer mais. O que ainda quer mas não tem por isso dói essa dor. E o tempo passa e por que é que você não sai daqui? Já fiz de tudo. Todos os dias eu faço. E parece que nenhum dia passou. Dos mil dias, nenhum passou. Alguém me diz por onde ir? A menina está tão cansada desse não saber... E não sabe. Não sabe. Não é fácil, não pensar em você. Não é fácil. É estranho não te contar meus planos, não te encontrar... Todo dia de manhã, quando eu tomo o meu café, amargo, ainda boto fé de um dia te ter ao meu lado. Na verdade, não consigo esquecer. Não é fácil. Não é fácil.



Fala qualquer coisa, pelo amor de Deus... Como foi isso de eu te perder? Como foi isso de a minha vida acabar? Como é que não passa? Como é que eu ando mas sempre tem o dia da volta? Dessa dor sem nome... Me ajuda. Já nem sei o que pedir. Se você ainda visse dentro de mim... Se visse dentro de você... Você se vê? Há dias em que a dor que dói é tanta que a gente até vê. Olha aqui. Tá na minha cara. Essa dor tatuada no meu rosto inteiro. Essa cicatriz embaixo dos meus olhos, que escorre. Fala comigo, me diz qualquer coisa... Diz que ainda não me esqueceu. Não há na terra, nas nuvens, nos ares, quem te queira mais do que eu...Por que é que você veio se não era pra ficar? Quem mandou você deixar tanta saudade em seu lugar? E agora o que é que eu faço? Não existe igual você... Eu não posso inventar uma paixão. Só no tempo e no espaço estou longe de você porque sei que aqui dentro não vou te esquecer...



Alguém me explica por quê? Tenho feito tudo tão direito. E nada adianta. Nada. Estou desistindo. Não da vida porque você me ensinou que isso não se faz. Mas estou desistindo dessa decisão, essa tentativa incerta de fazer o que eu nem sei direito o que é, nem pra onde vai me levar. Acho que vou voltar pra mim. Seja lá quem eu for. Menina, quem é você? Você não sabe, não é? Nem eu. Nem ninguém. Parece mesmo que Deus esqueceu. Ou fui eu que me esqueci dEle. Tá mais do que na hora de lembrar. Senhor, bem vês, não quero te deixar. Porém me impede o meu passado. Não vês me pede o que eu não posso dar... O tempo esvaziou minh'alma.



Me pega pela mão. Ei! Vocês que tanto me guiavam. Voltem... Por favor voltem. Soy vecino deste mondo por un rato, y coincide que tambien estas aqui. Coincidencias tan extrañas de la vida: tantos siglos, tantos mondos, tanto espacio... y coincidir...

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