Mimar você
Caetano tá na tv cantando e eu sinto sua falta... Tanto... Do tempo que passamos juntas. E eu choro. Porque era tão bom mimar você, andar de mãos dadas na beira da praia... Por esse momento de novo eu vou sempre esperar.
Eu te quero só pra mim
Você mora em meu coração
Não me deixe só aqui
Esperando mais um verão
Te espero, meu bem
Pra a gente se amar de novo
Mimar você
Nas quatro estações
Relembrar
O tempo que passamos juntos
Vem conviver
Andar de mãos dadas na beira da praia
Por esse momento eu sempre esperei
Mimar Você - Timbalada
domingo, 23 de junho de 2002
sábado, 22 de junho de 2002
Continuamos
A dor continua... nem escrever me deixa.
Comprei a Ivete pra deixar na sua portaria. Não sei se vai ser bom... Não sei se seria. Mas também não posso engolir todas as minhas vontades. Tem coisas que não cabem em mim. Cabe a você entender que é só uma saudade, ou não. Espero que entenda. Que não te ofenda. Que te agrade o que eu ainda sou capaz de agradar...
As meninas disseram que te viram ontem... E a dor em mim continua. Continuamos vivendo juntas, as duas, "num acordo íntimo, como a mão direita e a esquerda".
A dor continua... nem escrever me deixa.
Comprei a Ivete pra deixar na sua portaria. Não sei se vai ser bom... Não sei se seria. Mas também não posso engolir todas as minhas vontades. Tem coisas que não cabem em mim. Cabe a você entender que é só uma saudade, ou não. Espero que entenda. Que não te ofenda. Que te agrade o que eu ainda sou capaz de agradar...
As meninas disseram que te viram ontem... E a dor em mim continua. Continuamos vivendo juntas, as duas, "num acordo íntimo, como a mão direita e a esquerda".
terça-feira, 18 de junho de 2002
Se parasse de nevar
Se você voltasse
Eu corrigiria tudo
Eu seria como fui
Quando você quis tanto
Porque agora é triste
Nada vale a pena
E eu sei
Que a alma é imensa
Se você voltasse
Eu te mostraria
Como a neve é linda
Como o sol é quente
Porque agora é frio
Mais do que eu sentia
Mais do que eu sabia
Que você dizia
Se você voltasse
Eu faria tudo
Como sei que posso
Como sei que amo
Porque agora é tarde
Mais do que eu queria
Mas quem sabe um dia
Vivo desse dia
Se você voltasse
Eu corrigiria tudo
Eu seria como fui
Quando você quis tanto
Porque agora é triste
Nada vale a pena
E eu sei
Que a alma é imensa
Se você voltasse
Eu te mostraria
Como a neve é linda
Como o sol é quente
Porque agora é frio
Mais do que eu sentia
Mais do que eu sabia
Que você dizia
Se você voltasse
Eu faria tudo
Como sei que posso
Como sei que amo
Porque agora é tarde
Mais do que eu queria
Mas quem sabe um dia
Vivo desse dia
Dias e Dores
Há dias em que dói uma dor sem nome. Vem de longe, de leve, de uma vez. Invade o que não tem defesa e faz chorar... O choro sem som da dor sem nome. E tão dor. A gente acorda assim e não sabe mandar embora o que não quer mais. O que ainda quer mas não tem por isso dói essa dor. E o tempo passa e por que é que você não sai daqui? Já fiz de tudo. Todos os dias eu faço. E parece que nenhum dia passou. Dos mil dias, nenhum passou. Alguém me diz por onde ir? A menina está tão cansada desse não saber... E não sabe. Não sabe. Não é fácil, não pensar em você. Não é fácil. É estranho não te contar meus planos, não te encontrar... Todo dia de manhã, quando eu tomo o meu café, amargo, ainda boto fé de um dia te ter ao meu lado. Na verdade, não consigo esquecer. Não é fácil. Não é fácil.
Fala qualquer coisa, pelo amor de Deus... Como foi isso de eu te perder? Como foi isso de a minha vida acabar? Como é que não passa? Como é que eu ando mas sempre tem o dia da volta? Dessa dor sem nome... Me ajuda. Já nem sei o que pedir. Se você ainda visse dentro de mim... Se visse dentro de você... Você se vê? Há dias em que a dor que dói é tanta que a gente até vê. Olha aqui. Tá na minha cara. Essa dor tatuada no meu rosto inteiro. Essa cicatriz embaixo dos meus olhos, que escorre. Fala comigo, me diz qualquer coisa... Diz que ainda não me esqueceu. Não há na terra, nas nuvens, nos ares, quem te queira mais do que eu...Por que é que você veio se não era pra ficar? Quem mandou você deixar tanta saudade em seu lugar? E agora o que é que eu faço? Não existe igual você... Eu não posso inventar uma paixão. Só no tempo e no espaço estou longe de você porque sei que aqui dentro não vou te esquecer...
Alguém me explica por quê? Tenho feito tudo tão direito. E nada adianta. Nada. Estou desistindo. Não da vida porque você me ensinou que isso não se faz. Mas estou desistindo dessa decisão, essa tentativa incerta de fazer o que eu nem sei direito o que é, nem pra onde vai me levar. Acho que vou voltar pra mim. Seja lá quem eu for. Menina, quem é você? Você não sabe, não é? Nem eu. Nem ninguém. Parece mesmo que Deus esqueceu. Ou fui eu que me esqueci dEle. Tá mais do que na hora de lembrar. Senhor, bem vês, não quero te deixar. Porém me impede o meu passado. Não vês me pede o que eu não posso dar... O tempo esvaziou minh'alma.
Me pega pela mão. Ei! Vocês que tanto me guiavam. Voltem... Por favor voltem. Soy vecino deste mondo por un rato, y coincide que tambien estas aqui. Coincidencias tan extrañas de la vida: tantos siglos, tantos mondos, tanto espacio... y coincidir...
Há dias em que dói uma dor sem nome. Vem de longe, de leve, de uma vez. Invade o que não tem defesa e faz chorar... O choro sem som da dor sem nome. E tão dor. A gente acorda assim e não sabe mandar embora o que não quer mais. O que ainda quer mas não tem por isso dói essa dor. E o tempo passa e por que é que você não sai daqui? Já fiz de tudo. Todos os dias eu faço. E parece que nenhum dia passou. Dos mil dias, nenhum passou. Alguém me diz por onde ir? A menina está tão cansada desse não saber... E não sabe. Não sabe. Não é fácil, não pensar em você. Não é fácil. É estranho não te contar meus planos, não te encontrar... Todo dia de manhã, quando eu tomo o meu café, amargo, ainda boto fé de um dia te ter ao meu lado. Na verdade, não consigo esquecer. Não é fácil. Não é fácil.
Fala qualquer coisa, pelo amor de Deus... Como foi isso de eu te perder? Como foi isso de a minha vida acabar? Como é que não passa? Como é que eu ando mas sempre tem o dia da volta? Dessa dor sem nome... Me ajuda. Já nem sei o que pedir. Se você ainda visse dentro de mim... Se visse dentro de você... Você se vê? Há dias em que a dor que dói é tanta que a gente até vê. Olha aqui. Tá na minha cara. Essa dor tatuada no meu rosto inteiro. Essa cicatriz embaixo dos meus olhos, que escorre. Fala comigo, me diz qualquer coisa... Diz que ainda não me esqueceu. Não há na terra, nas nuvens, nos ares, quem te queira mais do que eu...Por que é que você veio se não era pra ficar? Quem mandou você deixar tanta saudade em seu lugar? E agora o que é que eu faço? Não existe igual você... Eu não posso inventar uma paixão. Só no tempo e no espaço estou longe de você porque sei que aqui dentro não vou te esquecer...
Alguém me explica por quê? Tenho feito tudo tão direito. E nada adianta. Nada. Estou desistindo. Não da vida porque você me ensinou que isso não se faz. Mas estou desistindo dessa decisão, essa tentativa incerta de fazer o que eu nem sei direito o que é, nem pra onde vai me levar. Acho que vou voltar pra mim. Seja lá quem eu for. Menina, quem é você? Você não sabe, não é? Nem eu. Nem ninguém. Parece mesmo que Deus esqueceu. Ou fui eu que me esqueci dEle. Tá mais do que na hora de lembrar. Senhor, bem vês, não quero te deixar. Porém me impede o meu passado. Não vês me pede o que eu não posso dar... O tempo esvaziou minh'alma.
Me pega pela mão. Ei! Vocês que tanto me guiavam. Voltem... Por favor voltem. Soy vecino deste mondo por un rato, y coincide que tambien estas aqui. Coincidencias tan extrañas de la vida: tantos siglos, tantos mondos, tanto espacio... y coincidir...
domingo, 16 de junho de 2002
Gota d'Água
Olha, tá jogo duro fazer essa Joana. A menina tenta, tenta, tenta e parece que não sai do lugar. Falta um mês e meio pra estréia e... nossa... falta TANTA coisa! Não dá pra negar que o elenco é gostoso demais. A Lê de volta é meio caminho andado, e não ter a "terceiridade" também ajuda muuuuito, não é mesmo... Sim, sim... Mas que ela tá sofrendo pra fazer esta mulher, isso tá. É bom, né, um desafio. Só espero que acabe bem.
A linda que a menina ama tá doente. Não sabe o que é. Se sentiu mal, quase desmaiou. Agora tá com febre. Tadinha. Tomara que ela fique boa logo. Engraçado que parece que quando a gente tá doente dá uma desarmada... então a conversa de hoje foi mais leve, mais tranquila, um pouco como antigamente... Ou não.com.br - Mas a menina prefere pensar que sim. E por que será que a gente não pode escolher aonde vai o coração, a atenção, os olhos que brilham...? Why?
Olha, tá jogo duro fazer essa Joana. A menina tenta, tenta, tenta e parece que não sai do lugar. Falta um mês e meio pra estréia e... nossa... falta TANTA coisa! Não dá pra negar que o elenco é gostoso demais. A Lê de volta é meio caminho andado, e não ter a "terceiridade" também ajuda muuuuito, não é mesmo... Sim, sim... Mas que ela tá sofrendo pra fazer esta mulher, isso tá. É bom, né, um desafio. Só espero que acabe bem.
A linda que a menina ama tá doente. Não sabe o que é. Se sentiu mal, quase desmaiou. Agora tá com febre. Tadinha. Tomara que ela fique boa logo. Engraçado que parece que quando a gente tá doente dá uma desarmada... então a conversa de hoje foi mais leve, mais tranquila, um pouco como antigamente... Ou não.com.br - Mas a menina prefere pensar que sim. E por que será que a gente não pode escolher aonde vai o coração, a atenção, os olhos que brilham...? Why?
quinta-feira, 13 de junho de 2002
I am your singing telegram!
Os Sete Suspeitos (Clue) - Minha mãe e eu tivemos um acesso de riso inesquecível quando a mocinha toca a campainha, sorri, canta e dança "I am your singing telegram", e...
"Numa noite chuvosa em 1954, um grupo de pessoas é convidado para jantar em uma sinistra mansão. Todos usam pseudônimos, como Coronel Mostarda, Scarlet e Senhora Branca (soa familiar?). E todos estão sendo chantageados, por motivos diversos. No decorrer da festinha, corpos se acumulam pelos aposentos até a solução do mistério... ou o que parece ser a solução, mas não é..."
"A graça do filme é apelar para a memória do público, ao mesmo tempo em que satiriza filmes de mistério, usando e abusando dos clichês. A grande piada, no entanto, parece ser alfinetar os americanos em geral, como neste diálogo:
Mr.Green - "Isto é ridículo, se ele era um americano tão patriótico, por que não nos denunciou para as autoridades?" Wadsworth - "Ele decidiu usar a informação disponível para fazer dinheiro, o que poderia ser mais americano que isso?"
Tim Curry lidera um elenco impecável, e ele mesmo está esplêndido no papel do mordomo Wadsworth. Infelizmente, o ator deve ser mais conhecido do público por representar o Cardeal Richelieu no sofrível Os Três Mosqueteiros de 1993. Inglês até a medula, Curry está bastante à vontade na pele de Wadsworth, contracenando com um elenco quase totalmente americano, como Christopher Lloyd (irreconhecível), Lesley Ann Warren (impagável como dona de bordel) e Madeline Kahn.
Os Sete Suspeitos (Clue) - Minha mãe e eu tivemos um acesso de riso inesquecível quando a mocinha toca a campainha, sorri, canta e dança "I am your singing telegram", e...
"Numa noite chuvosa em 1954, um grupo de pessoas é convidado para jantar em uma sinistra mansão. Todos usam pseudônimos, como Coronel Mostarda, Scarlet e Senhora Branca (soa familiar?). E todos estão sendo chantageados, por motivos diversos. No decorrer da festinha, corpos se acumulam pelos aposentos até a solução do mistério... ou o que parece ser a solução, mas não é..."
"A graça do filme é apelar para a memória do público, ao mesmo tempo em que satiriza filmes de mistério, usando e abusando dos clichês. A grande piada, no entanto, parece ser alfinetar os americanos em geral, como neste diálogo:
Mr.Green - "Isto é ridículo, se ele era um americano tão patriótico, por que não nos denunciou para as autoridades?" Wadsworth - "Ele decidiu usar a informação disponível para fazer dinheiro, o que poderia ser mais americano que isso?"
Tim Curry lidera um elenco impecável, e ele mesmo está esplêndido no papel do mordomo Wadsworth. Infelizmente, o ator deve ser mais conhecido do público por representar o Cardeal Richelieu no sofrível Os Três Mosqueteiros de 1993. Inglês até a medula, Curry está bastante à vontade na pele de Wadsworth, contracenando com um elenco quase totalmente americano, como Christopher Lloyd (irreconhecível), Lesley Ann Warren (impagável como dona de bordel) e Madeline Kahn.
Muito prazer...
eu queria me sentar aqui bem ao seu lado
Muito prazer...
te confesso você me deixou impressionado
O teu jeito de ser tem algo tão particular
Esse olhar de romance parece que vai me conquistar
Uma estranha emoção, parece que eu te conheço bem
Um enorme querer ficar com você mais ninguém...
O destino traçou e o caminho juntou... você e eu
Foi a vida quem quis ver a gente feliz... você e eu
Sei que é cedo demais, deixa o tempo passar
Pra você me chamar, meu amor
Você me faz feliz...
Amor, meu coração me diz...
Muito Prazer - Fábio Jr
eu queria me sentar aqui bem ao seu lado
Muito prazer...
te confesso você me deixou impressionado
O teu jeito de ser tem algo tão particular
Esse olhar de romance parece que vai me conquistar
Uma estranha emoção, parece que eu te conheço bem
Um enorme querer ficar com você mais ninguém...
O destino traçou e o caminho juntou... você e eu
Foi a vida quem quis ver a gente feliz... você e eu
Sei que é cedo demais, deixa o tempo passar
Pra você me chamar, meu amor
Você me faz feliz...
Amor, meu coração me diz...
Muito Prazer - Fábio Jr
Amar Se Aprende Amando
E para não passar em branco o Dia dos Namorados...
(Principalmente porque a menina ama, ama, ama demais)
Soneto da Fidelidade
Vinicius de Moraes
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zêlo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e darramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contetentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que e chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
E para não passar em branco o Dia dos Namorados...
(Principalmente porque a menina ama, ama, ama demais)
Soneto da Fidelidade
Vinicius de Moraes
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zêlo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e darramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contetentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que e chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
quarta-feira, 12 de junho de 2002
Em Nome do Pai
O pai dela chegou de Recife. Ela tá bem feliz. Já estava cansada de ficar em casa sozinha. E também estava com muita saudade dele. Agora ele fica aqui até terça e vai encontrar a mãe e a irmã na Argentina.
PS: Don't cry for me Argentina! Argentina fora da Copa! Que delícia.
O pé da menina tá melhorando mas ainda precisa de bastante paciência.
O pai dela chegou de Recife. Ela tá bem feliz. Já estava cansada de ficar em casa sozinha. E também estava com muita saudade dele. Agora ele fica aqui até terça e vai encontrar a mãe e a irmã na Argentina.
PS: Don't cry for me Argentina! Argentina fora da Copa! Que delícia.
O pé da menina tá melhorando mas ainda precisa de bastante paciência.
segunda-feira, 10 de junho de 2002
domingo, 9 de junho de 2002
Oscar Wilde
Sábado à noite... Comi no Koi com a Aninha e depois fui assistir ao espetáculo De Profundis. Um pouco de laboratório pra Joana da Gota d'Água que vem aí. Mas que peça linda! Que luz! - a iluminação é maravilhosa e faz metade do espetáculo -, que visual, que cenário... "Clima" - como diriam Os Menestréis. O texto é bem difícil, mas bem bonito.
De Profundis: Com a intenção de resgatar alguns dos aspectos fundamentais de De Profundis, uma carta que virou livro, escrita pelo poeta e dramaturgo Oscar Wilde (1856-1900), a companhia Os Satyros aborda neste espetáculo a paixão pela arte, o anarquismo, a sensibilidade e faz uma reflexão sobre a existência. O enredo conta a história de Wilde, que usa a imaginação e as lembranças para suportar as terríveis condições da prisão. Apesar das críticas severas a Lord Alfred, seu amante, ele alimenta o amor dentro de si para sobreviver. O personagem se vê às voltas com três prisões: a do corpo, a da alma e a da beleza. Os espectadores são enclausurados junto com o personagem em uma cela.
(...) apareceram as provas (muitas delas forjadas por Queensberry - pai do amante de Oscar) de que Wilde era um verdadeiro sondomita: camareiros de hotel testemunharam, cartas de amor foram reveladas, a arte de Wilde foi considerada pervertida pelo juiz que, em maio daquele ano, resolveu sentenciar raivoso: "É inútil dirigir-me ao senhor. Pessoas capazes de fazer essas coisas devem ser insensíveis a qualquer sentimento de vergonha... A sentença deste tribunal é que o senhor seja encarcerado e mantido sob trabalhos forçados por dois anos".
Na prisão de Reading, onde cumpriu a maior parte da pena, Wilde foi privado de tudo que qualquer ser humano pudesse desejar. Na cela não tinha sequer uma latrina, o sol nascia e se punha num quadrado. Papel e caneta, ele recebeu somente no final de sua pena. "Não há prisão no mundo onde o amor não possa forçar a sua entrada." Imbuído de paixão, ressequido pela condenação, Wilde não arrefeceu em sua arte. Foi no ambiente infecto da prisão que escreveu De Profundis, uma carta apaixonada e, em alguns momentos furibunda, para Lord Alfred Douglas, transmitindo-lhe o que aprendera na dor da experiência de confinamento, versando sobre estética, Cristo, amor e devoção, hipocrisia e crueldade. Do lado de fora das grades, o nome Oscar Wilde era retirado dos cartazes dos espetáculos, seus livros sumiam das prateleiras, a esposa retirara o sobrenome Wilde de seus dois filhos. Wilde morreu em 30 de novembro de 1900. Seu enterro teve mais flores do que gente.
Sábado à noite... Comi no Koi com a Aninha e depois fui assistir ao espetáculo De Profundis. Um pouco de laboratório pra Joana da Gota d'Água que vem aí. Mas que peça linda! Que luz! - a iluminação é maravilhosa e faz metade do espetáculo -, que visual, que cenário... "Clima" - como diriam Os Menestréis. O texto é bem difícil, mas bem bonito.
"O prazer é a beleza do corpo e o sofrimento é a beleza da alma."
"Sempre matamos quem adoramos."
"Sempre matamos quem adoramos."
De Profundis: Com a intenção de resgatar alguns dos aspectos fundamentais de De Profundis, uma carta que virou livro, escrita pelo poeta e dramaturgo Oscar Wilde (1856-1900), a companhia Os Satyros aborda neste espetáculo a paixão pela arte, o anarquismo, a sensibilidade e faz uma reflexão sobre a existência. O enredo conta a história de Wilde, que usa a imaginação e as lembranças para suportar as terríveis condições da prisão. Apesar das críticas severas a Lord Alfred, seu amante, ele alimenta o amor dentro de si para sobreviver. O personagem se vê às voltas com três prisões: a do corpo, a da alma e a da beleza. Os espectadores são enclausurados junto com o personagem em uma cela.
(...) apareceram as provas (muitas delas forjadas por Queensberry - pai do amante de Oscar) de que Wilde era um verdadeiro sondomita: camareiros de hotel testemunharam, cartas de amor foram reveladas, a arte de Wilde foi considerada pervertida pelo juiz que, em maio daquele ano, resolveu sentenciar raivoso: "É inútil dirigir-me ao senhor. Pessoas capazes de fazer essas coisas devem ser insensíveis a qualquer sentimento de vergonha... A sentença deste tribunal é que o senhor seja encarcerado e mantido sob trabalhos forçados por dois anos".
Na prisão de Reading, onde cumpriu a maior parte da pena, Wilde foi privado de tudo que qualquer ser humano pudesse desejar. Na cela não tinha sequer uma latrina, o sol nascia e se punha num quadrado. Papel e caneta, ele recebeu somente no final de sua pena. "Não há prisão no mundo onde o amor não possa forçar a sua entrada." Imbuído de paixão, ressequido pela condenação, Wilde não arrefeceu em sua arte. Foi no ambiente infecto da prisão que escreveu De Profundis, uma carta apaixonada e, em alguns momentos furibunda, para Lord Alfred Douglas, transmitindo-lhe o que aprendera na dor da experiência de confinamento, versando sobre estética, Cristo, amor e devoção, hipocrisia e crueldade. Do lado de fora das grades, o nome Oscar Wilde era retirado dos cartazes dos espetáculos, seus livros sumiam das prateleiras, a esposa retirara o sobrenome Wilde de seus dois filhos. Wilde morreu em 30 de novembro de 1900. Seu enterro teve mais flores do que gente.
sábado, 8 de junho de 2002
Oito de junho
E só agora a menina se deu conta de que hoje é dia 8 de junho.
E hoje seriam oito anos.
Oito...
Oito
você desistiu mas nunca teremos certeza
você desistiu mas nunca teremos certeza
você desistiu mas nunca teremos certeza
você desistiu mas nunca teremos certeza
você desistiu mas nunca teremos certeza
você desistiu mas nunca teremos certeza
você desistiu mas nunca teremos certeza
oito é a sua camisa, o seu aniversário e o nosso encontro
E só agora a menina se deu conta de que hoje é dia 8 de junho.
E hoje seriam oito anos.
Oito...
Oito
você desistiu mas nunca teremos certeza
você desistiu mas nunca teremos certeza
você desistiu mas nunca teremos certeza
você desistiu mas nunca teremos certeza
você desistiu mas nunca teremos certeza
você desistiu mas nunca teremos certeza
você desistiu mas nunca teremos certeza
oito é a sua camisa, o seu aniversário e o nosso encontro
A lua que eu te dei
A menina ficou bem triste essa noite... Ela estava assistindo a um show de Ivete Sangalo em Salvador, e não conseguiu evitar as lembranças dos anos mais felizes que ela já teve. Ivete cantou Timbalada, Banda Eva, aquelas antigas que são a trilha do grande amor que a menina viveu. E as novas que não deixam esquecer...
Daí bateu aquela coisa apertada no peito, na garganta. E ela chora como se tivesse sido ontem. Será que esse tempo nunca vai passar, Meu Deus? Ela se pergunta todos os dias... Não sofre mais aquele sofrimento que parece que vai matar, mas a dor ainda é mais forte do que devia. E ela ainda tem a lua que você deu...
Eu não vou perder você
Faz parte dessa história
Revelo o segredo
Existente na memória
Vou aqui andando
Caminhando pela vida
Quero te encontrar, sonhando
Sempre em cada esquina
Vivo a me embalar e dançar
Em plena multidão
De amor explode a paixão
Meu coração
Não vou deixar
Vou me revelar
Pra esse amor
Alô paixão
Alô doçura
Doce ilusão
De um coração
Alô paixão - Ivete Sangalo
A menina ficou bem triste essa noite... Ela estava assistindo a um show de Ivete Sangalo em Salvador, e não conseguiu evitar as lembranças dos anos mais felizes que ela já teve. Ivete cantou Timbalada, Banda Eva, aquelas antigas que são a trilha do grande amor que a menina viveu. E as novas que não deixam esquecer...
"Meu coração, sem direção, voando só por voar
sem saber onde chegar, sonhando em te encontrar...
Se eu não te amasse tanto assim,
talvez perdesse os sonhos dentro de mim
E vivesse na escuridão...
Hoje eu sei, eu te amei no vento de um temporal
Mas fui mais, muito além do tempo, do vendaval
Nos desejos, num beijo que eu jamais provei igual..."
sem saber onde chegar, sonhando em te encontrar...
Se eu não te amasse tanto assim,
talvez perdesse os sonhos dentro de mim
E vivesse na escuridão...
Hoje eu sei, eu te amei no vento de um temporal
Mas fui mais, muito além do tempo, do vendaval
Nos desejos, num beijo que eu jamais provei igual..."
Daí bateu aquela coisa apertada no peito, na garganta. E ela chora como se tivesse sido ontem. Será que esse tempo nunca vai passar, Meu Deus? Ela se pergunta todos os dias... Não sofre mais aquele sofrimento que parece que vai matar, mas a dor ainda é mais forte do que devia. E ela ainda tem a lua que você deu...
Eu não vou perder você
Faz parte dessa história
Revelo o segredo
Existente na memória
Vou aqui andando
Caminhando pela vida
Quero te encontrar, sonhando
Sempre em cada esquina
Vivo a me embalar e dançar
Em plena multidão
De amor explode a paixão
Meu coração
Não vou deixar
Vou me revelar
Pra esse amor
Alô paixão
Alô doçura
Doce ilusão
De um coração
Alô paixão - Ivete Sangalo
sexta-feira, 7 de junho de 2002
A menina está verde.
Porque não dá pra acreditar nas coisas que acontecem nessa vida!
Porque hoje ela estava com dor e decidiu não ir pro teatro.
Ela nunca falta. Nunca! Mas hoje achou mais prudente faltar.
E então... adivinha quem apareceu lá!
Quem nunca aparece. Quem ela sempre quer ver.
Não dá pra acreditar...
Porque não dá pra acreditar nas coisas que acontecem nessa vida!
Porque hoje ela estava com dor e decidiu não ir pro teatro.
Ela nunca falta. Nunca! Mas hoje achou mais prudente faltar.
E então... adivinha quem apareceu lá!
Quem nunca aparece. Quem ela sempre quer ver.
Não dá pra acreditar...
A Menininha
A Menina No Espelho tem uma amiga bem especial: A Menininha No Espelho.
Ela passeou por aqui hoje...
"(...) Sei também que não se pode fugir de um espelho.
Já tentei. Não adianta. Eles perseguem. Perseguem minuciosamente cada movimento.
Cada centímetro. Cada erro. Cada defeito. Cada oportunidade perdida. Cada medo.
Vejo. Não enxergo. Ainda tenho defronte um borrão e muitas perguntas sem respostas."
Menininha, a menina Te Atro.
A Menina No Espelho tem uma amiga bem especial: A Menininha No Espelho.
Ela passeou por aqui hoje...
"(...) Sei também que não se pode fugir de um espelho.
Já tentei. Não adianta. Eles perseguem. Perseguem minuciosamente cada movimento.
Cada centímetro. Cada erro. Cada defeito. Cada oportunidade perdida. Cada medo.
Vejo. Não enxergo. Ainda tenho defronte um borrão e muitas perguntas sem respostas."
Menininha, a menina Te Atro.
O Anjo da Guarda
O amigo querido. O anjo da guarda. Ele apareceu de repente. Bom, Deus manda tudo de repente. Ele apareceu e entrou pra nunca mais sair. Tanto que vai se casar com uma amiga de infância dela. Uma flor. A menina é a fada madrinha.
A irmã dele é chef de cozinha. O irmão é expert em concursos de Miss... Quando eles eram pequenos, o irmão obrigava a família inteira a ficar de madrugada assistindo aos Miss Brasil, Miss Universo, e distribuía tabelinha pra eles darem nota.
O anjo da guarda é engenheiro, mas trabalha com marketing. Atualmente ele escreve artigos sobre estratégias para melhorar seu tempo na piscina às terças e quintas.
O amigo querido. O anjo da guarda. Ele apareceu de repente. Bom, Deus manda tudo de repente. Ele apareceu e entrou pra nunca mais sair. Tanto que vai se casar com uma amiga de infância dela. Uma flor. A menina é a fada madrinha.
A irmã dele é chef de cozinha. O irmão é expert em concursos de Miss... Quando eles eram pequenos, o irmão obrigava a família inteira a ficar de madrugada assistindo aos Miss Brasil, Miss Universo, e distribuía tabelinha pra eles darem nota.
O anjo da guarda é engenheiro, mas trabalha com marketing. Atualmente ele escreve artigos sobre estratégias para melhorar seu tempo na piscina às terças e quintas.
Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça e não
Tem a menor obrigação de acontecer
Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato baby
A beleza é mesmo tão fugaz
É uma idéia que existe na cabeça e não
Tem a menor pretensão de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã na for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
Apenas Mais Uma de Amor - Lulu Santos
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça e não
Tem a menor obrigação de acontecer
Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato baby
A beleza é mesmo tão fugaz
É uma idéia que existe na cabeça e não
Tem a menor pretensão de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã na for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
Apenas Mais Uma de Amor - Lulu Santos
Paixão
A menina é uma apaixonada sem conserto. E quando se apaixona, dura, dura, dura... Por mais que ela tente deixar pra lá, tirar da cabeça, por mais que ela tente, quando os olhos vêem... noooooossa... Jura?? Juro!
Paixão, do lat. passione:
Sentimento forte, como o amor e o ódio.
Mais comumente paixão designa amor.
Pode ser mágoa, desgosto, sofrimento prolongado.
Sentimento ou emoção levados
a um alto grau de intensidade,
sobrepondo-se à lucidez e à razão.
Amor ardente, inclinação afetiva e sensual intensa,
afeto dominador e cego; obsessão,
entusiasmo muito vivo por alguma coisa,
arrebatamento, cólera.
A menina é uma apaixonada sem conserto. E quando se apaixona, dura, dura, dura... Por mais que ela tente deixar pra lá, tirar da cabeça, por mais que ela tente, quando os olhos vêem... noooooossa... Jura?? Juro!
Paixão, do lat. passione:
Sentimento forte, como o amor e o ódio.
Mais comumente paixão designa amor.
Pode ser mágoa, desgosto, sofrimento prolongado.
Sentimento ou emoção levados
a um alto grau de intensidade,
sobrepondo-se à lucidez e à razão.
Amor ardente, inclinação afetiva e sensual intensa,
afeto dominador e cego; obsessão,
entusiasmo muito vivo por alguma coisa,
arrebatamento, cólera.
quinta-feira, 6 de junho de 2002
Pé no chão
Foi ao médico, trocou o gesso por uma bota, já pode pisar, andar... Gelo duas vezes por dia. O pé está um horror. Parece um pão embolorado. Uma coisa inchada verde com roxos de vários tons e alguns pretos ao redor de tudo. Mas andar sem muletas traz de volta mais da metade do ânimo. Até dirigiu hoje. Carro automático, tá bom, mas é maravilhoso se sentir independente outra vez. Poucas coisas causam uma sensação tão ruim como depender dos outros pra tudo. Ainda mais quando não há outros...
Ela foi ao ensaio do teatro também! É meio torturante ficar lá só assistindo porque a vontade de fazer ferve o sangue. Mas é bom de qualquer jeito. E a coreografia de Grease tá linda!!
Ah, o teatro... A menina no espelho respira teatro!
Ainda não falou sobre isso. Mas vai falar. Vai falar muito.
Foi ao médico, trocou o gesso por uma bota, já pode pisar, andar... Gelo duas vezes por dia. O pé está um horror. Parece um pão embolorado. Uma coisa inchada verde com roxos de vários tons e alguns pretos ao redor de tudo. Mas andar sem muletas traz de volta mais da metade do ânimo. Até dirigiu hoje. Carro automático, tá bom, mas é maravilhoso se sentir independente outra vez. Poucas coisas causam uma sensação tão ruim como depender dos outros pra tudo. Ainda mais quando não há outros...
Ela foi ao ensaio do teatro também! É meio torturante ficar lá só assistindo porque a vontade de fazer ferve o sangue. Mas é bom de qualquer jeito. E a coreografia de Grease tá linda!!
Ah, o teatro... A menina no espelho respira teatro!
Ainda não falou sobre isso. Mas vai falar. Vai falar muito.
quarta-feira, 5 de junho de 2002
A história da menina
Muita história pra contar... É a menor de quatro irmãos. Mas não é nem um pouco mimada. Muito pelo contrário. Os três já se casaram e hoje ela é filha única. Tem saudade de quando não era. Tem saudade de muita coisa. E de muita gente.
A irmã mais velha tem um filho e uma filha. Lindos! A irmã seguinte - a favorita - está grávida, mas foi morar em outro país. É bem triste tê-la longe. O irmão tem um filho e mais um a caminho. A família não pára de crescer. Mas ela tem histórias bem diferentes... Não porque quis, mas porque aconteceu, porque a vida foi assim.
Ela é louca pelos sobrinhos, mas ainda não tem certeza se quer ter filhos. Em teoria: sim, quer sem pensar... Mas a prática é tão diferente.
Os pais estão juntos desde que ela se lembra. Mas pelo que contam, eles vêm de mãos dadas desde muito, muito antes de ela existir. Há mais de cinquenta anos se somar amizade, namoro e casamento. Como eles, ela conhece mais um ou dois casais. E tem um baita de um orgulho de ser dessa família. Se eles sabem disso já é outra história...
Muita história pra contar... É a menor de quatro irmãos. Mas não é nem um pouco mimada. Muito pelo contrário. Os três já se casaram e hoje ela é filha única. Tem saudade de quando não era. Tem saudade de muita coisa. E de muita gente.
A irmã mais velha tem um filho e uma filha. Lindos! A irmã seguinte - a favorita - está grávida, mas foi morar em outro país. É bem triste tê-la longe. O irmão tem um filho e mais um a caminho. A família não pára de crescer. Mas ela tem histórias bem diferentes... Não porque quis, mas porque aconteceu, porque a vida foi assim.
Ela é louca pelos sobrinhos, mas ainda não tem certeza se quer ter filhos. Em teoria: sim, quer sem pensar... Mas a prática é tão diferente.
Os pais estão juntos desde que ela se lembra. Mas pelo que contam, eles vêm de mãos dadas desde muito, muito antes de ela existir. Há mais de cinquenta anos se somar amizade, namoro e casamento. Como eles, ela conhece mais um ou dois casais. E tem um baita de um orgulho de ser dessa família. Se eles sabem disso já é outra história...
Escrever
Escrever para não só pensar.
Para guardar o pensamento
e não esquecer.
Escrever não
só para passar o tempo,
mas para que o tempo não passe.
Escrever não é tempo que passa.
É tempo que fica.
Escrever é falar sem sons.
Um monólogo com o ouvinte perfeito.
Que escuta e entende.
Compreende e concorda.
Não critica nem opina,
concorda.
Porque escrever é desabafo,
é confissão.
Escrever é dom de Deus.
É como ser discípulo
ou santo.
Escrever é dádiva,
é presente.
Escrever também por medo.
Medo de falar
e de fazer.
Escrever porque ninguém vê
nem escuta.
Porque ninguém limita.
Escrever por isso,
para ultrapassar os limites.
Mas escrever para permanecer aqui.
Para conquistar a vida e a morte.
Escrever para não morrer nunca.
Escrever para não só pensar.
Para guardar o pensamento
e não esquecer.
Escrever não
só para passar o tempo,
mas para que o tempo não passe.
Escrever não é tempo que passa.
É tempo que fica.
Escrever é falar sem sons.
Um monólogo com o ouvinte perfeito.
Que escuta e entende.
Compreende e concorda.
Não critica nem opina,
concorda.
Porque escrever é desabafo,
é confissão.
Escrever é dom de Deus.
É como ser discípulo
ou santo.
Escrever é dádiva,
é presente.
Escrever também por medo.
Medo de falar
e de fazer.
Escrever porque ninguém vê
nem escuta.
Porque ninguém limita.
Escrever por isso,
para ultrapassar os limites.
Mas escrever para permanecer aqui.
Para conquistar a vida e a morte.
Escrever para não morrer nunca.
O começo
A menina rompeu os ligamentos do tornozelo e de tanto precisar passar o tempo resolveu escrever. Escrever onde ela possa estar seja lá onde estiver. Escrever porque foi isso o que ela sempre fez quando esteve só. E agora, depois de muito tempo, ela está só outra vez. Ela quer dizer que é difícil trocar o papel e a caneta por letras que se apertam, uma tela, palavras que podem desaparecer de repente, como a luz... Mas neste momento ela se rende e vai escrever aqui mesmo, no que não existe, para tentar existir de novo, para ver se se encontra, se volta a enxergar o que escreveu em tantos papéis que já teve na vida. A menina está no espelho tentando ver o que há do lado de lá. E talvez não seja ela. Mas alguém há.
A menina rompeu os ligamentos do tornozelo e de tanto precisar passar o tempo resolveu escrever. Escrever onde ela possa estar seja lá onde estiver. Escrever porque foi isso o que ela sempre fez quando esteve só. E agora, depois de muito tempo, ela está só outra vez. Ela quer dizer que é difícil trocar o papel e a caneta por letras que se apertam, uma tela, palavras que podem desaparecer de repente, como a luz... Mas neste momento ela se rende e vai escrever aqui mesmo, no que não existe, para tentar existir de novo, para ver se se encontra, se volta a enxergar o que escreveu em tantos papéis que já teve na vida. A menina está no espelho tentando ver o que há do lado de lá. E talvez não seja ela. Mas alguém há.
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