quinta-feira, 1 de outubro de 2020
segunda-feira, 31 de agosto de 2020
THIS IS US
We don’t work when we’re apart.
But, together... Baby, together we set the world on fire.
(Beth to Randall)
The point is I don’t know what we are. Okay?
That’s the truth. I don’t know what I think we are.
I just know that I like the fact that
there’s a “we” for us to talk about.
(Kevin to Sloane)
When you smile, the world is a better place.
See? The world just got a little better.
(Toby to Kate)
Sometimes people think they know what they want…
but then time goes by and things just… they change.
(Kevin to Zoe)
Sometimes making people forget
about their worries, or what comes next,
that’s the most important thing you can do for someone.
(Rebecca)
The hardest part about seeing someone you love in pain
is not being able to do anything about it,
except try not to make it worse.
(Toby)
Life feels like Pac-Man sometimes, I guess.
It’s the same game over and over again.
Same board. Same ghosts.
Sometimes, you get a bunch of cherries
but eventually and inevitably,
those ghosts catch up with you.
(Randall)
People don’t slow dance nearly as much as they should.
(Rebecca)
It’s better to have loved and lost, surely,
but try not to lose it at all.
(William)
terça-feira, 18 de agosto de 2020
quinta-feira, 25 de junho de 2020
MIN
[um cronômetro marcando 3 minutos é disparado e começa a rodar para baixo]
Daqui a três minutos eu vou me jogar do nono andar deste prédio.
Eu poderia dizer que aqui é minha casa, mas é só o lugar onde fico.
Já foi de outros e será de novos outros depois que eu me for.
Eu não tenho nada. Nada dos 45 anos que vivi é meu.
Não tenho nem o controle sobre minhas próprias emoções.
Um dia eu falei para minha terapeuta: essa intensidade de sentir ainda vai me matar.
Mas é isso que te sustenta, ela disse.
[pausa]
[imagem do cronômetro marcando 2:00... 1:59... 1:58]
E agora me resta menos de dois minutos pra escrever esta carta de despedi... [pausa]
De desistência.
Querida mamãe, eu gostaria de ter ido te dar um último abraço, mas os abraços estão proibidos, então... Eu desisti. Eu desisti, mãe.
Meu amor, me desculpa, mas eu não consigo mais evitar. Não consigo evitar o seu sofrimento, nem o meu, nem esse clichê da carta molhada e borrada porque eu mal posso enxergar o que escrevo de tanta água que cai. Eu molho a carta enquanto olho sem enxergar o banheiro, a cama, a sala, o sofá, a cozinha, as lembranças de alguma alegria, todos os sonhos que eu tive quando tinha você aqui. Mas tem um quarto de hóspedes onde nunca ninguém se hospedou. E fica esse vazio embaixo da mesa.
[pausa]
É por isso.
É por causa do vazio.
De você, do vazio, de você do vazio de você.
É porque.
Eu não tenho.
Mais. [o cronômetro marca zero]
[a janela aberta]
terça-feira, 23 de junho de 2020
Uma vez eu tive uma ilusão
E não soube o que fazer
Não soube o que fazer
Com ela
Não soube o que fazer
E ela se foi
Porque eu a deixei?
Por que eu a deixei?
Não sei
Eu só sei que ela se foi
Mi corazón desde entonces
La llora diario
No portão
Por ella
no supe que hacer
y se me fue
Por qué la deje?
Por qué la deje?
No sé
Solo sé que se me fue
Solo sé que se me fue
Sei que tudo o que eu queria...
Deixei tudo o que eu queria...
Porque não me deixei tentar
Vivê-la feliz
(Marisa Monte)
domingo, 7 de junho de 2020
Se você quisesse ia ser tão legal
Não é fácil
Não pensar em você
Não é fácil
É estranho
Não te contar meus planos
Não te encontrar
Todo dia de manhã
Enquanto eu tomo meu café amargo
É, ainda boto fé
De um dia te ter ao meu lado
Na verdade eu preciso aprender
Não é fácil, não é fácil
Onde você anda
Onde está você
Toda vez que saio
Me preparo pra talvez te ver
Na verdade eu preciso esquecer
Não é fácil, não é fácil
O que eu faço?
O que eu posso fazer?
Não é fácil
Não é fácil
Se você quisesse ia ser tão legal
Acho que eu seria mais feliz
Do que qualquer mortal
Na verdade
Não consigo esquecer
Não é fácil
É estranho...
(Marisa Monte)
Não pensar em você
Não é fácil
É estranho
Não te contar meus planos
Não te encontrar
Todo dia de manhã
Enquanto eu tomo meu café amargo
É, ainda boto fé
De um dia te ter ao meu lado
Na verdade eu preciso aprender
Não é fácil, não é fácil
Onde você anda
Onde está você
Toda vez que saio
Me preparo pra talvez te ver
Na verdade eu preciso esquecer
Não é fácil, não é fácil
O que eu faço?
O que eu posso fazer?
Não é fácil
Não é fácil
Se você quisesse ia ser tão legal
Acho que eu seria mais feliz
Do que qualquer mortal
Na verdade
Não consigo esquecer
Não é fácil
É estranho...
(Marisa Monte)
terça-feira, 2 de junho de 2020
quarta-feira, 27 de maio de 2020
E outro Vinicius no meio do desejo
A Ausente
Amiga, infinitamente amiga
Em algum lugar teu coração bate por mim
Em algum lugar teus olhos se fecham à ideia dos meus.
Em algum lugar tuas mãos se crispam, teus seios
Se enchem de leite, tu desfaleces e caminhas
Como que cega ao meu encontro...
Amiga, última doçura
A tranquilidade suavizou a minha pele
E os meus cabelos. Só meu ventre
Te espera, cheio de raízes e de sombras.
Vem, amiga
Minha nudez é absoluta
Meus olhos são espelhos para o teu desejo
E meu peito é tábua de suplícios
Vem. Meus músculos estão doces para os teus dentes
(...) Vem mergulhar em mim
Como no mar, vem nadar em mim como no mar
Vem te afogar em mim, amiga minha
Em mim como no mar...
(Vinicius de Moraes)
Apareceu um Vinicius no meio da saudade
Ausência
Eu deixarei que morra em mim
o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar
senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença
é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto
e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter
porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim
como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho
nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne
como uma nódoa do passado.
Eu deixarei...
tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos
e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu,
porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite
e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram
os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência
do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só
como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém
porque poderei partir
E todas as lamentações do mar,
do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente,
a tua voz ausente,
a tua voz serenizada.
(Vinicius de Moraes)
segunda-feira, 25 de maio de 2020
A verdade dividida
A porta da verdade estava aberta
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só conseguia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
porque a meia pessoa que entrava
só conseguia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia os seus fogos.
Era dividida em duas metades
diferentes uma da outra.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia os seus fogos.
Era dividida em duas metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era perfeitamente bela.
E era preciso optar. Cada um optou
conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
Nenhuma das duas era perfeitamente bela.
E era preciso optar. Cada um optou
conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
(Carlos Drummond de Andrade, in Contos Plausíveis)
sexta-feira, 22 de maio de 2020
Tristeza não tem fim, felicidade sim
Seria melhor estar
Vazia
De sentimento
Do que cheia
De amor
Sozinha no apartamento?
Como se aprende a
Viver
Assim
Sem rumo
Sem mundo
Sem porto-seguro?
Como faz para tirar
De mim
Esse amor
Que me fez
Reviver e sentir
Que a tristeza tinha fim?
Vazia
De sentimento
Do que cheia
De amor
Sozinha no apartamento?
Como se aprende a
Viver
Assim
Sem rumo
Sem mundo
Sem porto-seguro?
Como faz para tirar
De mim
Esse amor
Que me fez
Reviver e sentir
Que a tristeza tinha fim?
quinta-feira, 21 de maio de 2020
de-ponta-cabeça
eu amaria
se desse certo pra você na tempestade
como dá na calmaria
seria lindo
que fosse bom ficar junto no choro
como é sorrindo
se eu soubesse como fazer
leria seus pensamentos
entenderia você no silêncio
mudaria meu jeito de ser
se eu tivesse aquela lampadazinha
pediria três vezes
o mesmo desejo
adivinha
se desse certo pra você na tempestade
como dá na calmaria
seria lindo
que fosse bom ficar junto no choro
como é sorrindo
se eu soubesse como fazer
leria seus pensamentos
entenderia você no silêncio
mudaria meu jeito de ser
se eu tivesse aquela lampadazinha
pediria três vezes
o mesmo desejo
adivinha
quarta-feira, 20 de maio de 2020
segunda-feira, 18 de maio de 2020
Aquilo que fundamenta e sustenta; base, apoio, estrutura
Sempre existe uma razão para não-quereres. Dá-se voltas, encontra-se brechas, tenta-se desvios, esforços, disfarces para as ausências do sentir, mas sempre há uma razão concreta para o não-querer. É doído, é triste, é, muitas vezes, o fim de um sonho lindo. Pode não ser falta de amor, mas é sempre alguma coisa que falta. E se for de natureza essencial, se for parte dos alicerces, se for coluna ou viga, aí não tem jeito: vai desabar. Qualquer engenheiro sabe. Se a estrutura básica não for consistente, pode usar o melhor tijolo, o melhor cimento, o melhor acabamento... pode até ir trocando as cores, os sabores e os vetores para tentar enfeitar e dar uma iludida no que se vê, mas vai desabar. Então quando, de repente, a razão dos não-quereres aparece e ela está na base de tudo, há duas opções: constrói mesmo assim e espera o desastre a qualquer momento, ou aceita, abandona o projeto fadado ao erro, e começa tudo de novo, onde se possa consertar qualquer problema ou rachadura que surgir porque as estruturas do querer estão lá, firmes.
No caso de uma relação, o alicerce para tudo é admirar quem o outro é. O resto só pode vir depois disso. Ninguém é perfeito e nem se espera que seja, por isso é preciso admirar o jeito de ser do outro para poder enfrentar junto as imperfeições, lidar com elas sem tanto peso, ajudar a corrigir as miopias, QUERER ser parte da caminhada onde é possível melhorar quase tudo junto. Os quereres inabaláveis e que superam pequenas (ou até enormes) diferenças só existem se a admiração básica existir. Senão, é tudo frágil, o desejo fica sujeito a UMA palavra mal colocada, as vontades se perdem em UMA opinião contrária, todos os quereres se dissipam diante de UM tom equivocado. Esse amor é uma ilusão, é aquilo que a gente gostaria muito de sentir, mas não consegue porque não admira a essência do outro.
"Eu não admiro seu jeito de ser" é, talvez, a coisa mais dura e mais triste que já escutei de alguém que eu amo. Principalmente por que, ainda que eu mude tudo em mim, não tenho como refazer quem eu sou. E ainda por cima sou obrigada a conviver diariamente e para sempre com esse meu jeito de ser inadmirável.
Ou talvez, e só talvez, "meu jeito de ser" seja a forma como cada outro escolhe ver.
Sempre há uma razão para não-quereres. E, se quando a razão aparece, a gente se dá conta de que ela está na base de tudo, nenhum querer será suficiente.
Mas tudo isso é talvez, e só talvez, porque faz parte do meu jeito de ser saber que não sou, nunca fui e nunca serei a dona da verdade.
Eu te admiro apesar de. E te amo porque. Talvez, e só talvez, isso seja o alicerce do meu querer. Mas alicerce só de um lado não segura o prédio inteiro; mais cedo ou mais tarde, desaba tudo junto. Ou será que existe outra engenharia? Talvez, só talvez.
No caso de uma relação, o alicerce para tudo é admirar quem o outro é. O resto só pode vir depois disso. Ninguém é perfeito e nem se espera que seja, por isso é preciso admirar o jeito de ser do outro para poder enfrentar junto as imperfeições, lidar com elas sem tanto peso, ajudar a corrigir as miopias, QUERER ser parte da caminhada onde é possível melhorar quase tudo junto. Os quereres inabaláveis e que superam pequenas (ou até enormes) diferenças só existem se a admiração básica existir. Senão, é tudo frágil, o desejo fica sujeito a UMA palavra mal colocada, as vontades se perdem em UMA opinião contrária, todos os quereres se dissipam diante de UM tom equivocado. Esse amor é uma ilusão, é aquilo que a gente gostaria muito de sentir, mas não consegue porque não admira a essência do outro.
"Eu não admiro seu jeito de ser" é, talvez, a coisa mais dura e mais triste que já escutei de alguém que eu amo. Principalmente por que, ainda que eu mude tudo em mim, não tenho como refazer quem eu sou. E ainda por cima sou obrigada a conviver diariamente e para sempre com esse meu jeito de ser inadmirável.
Ou talvez, e só talvez, "meu jeito de ser" seja a forma como cada outro escolhe ver.
Sempre há uma razão para não-quereres. E, se quando a razão aparece, a gente se dá conta de que ela está na base de tudo, nenhum querer será suficiente.
Mas tudo isso é talvez, e só talvez, porque faz parte do meu jeito de ser saber que não sou, nunca fui e nunca serei a dona da verdade.
Eu te admiro apesar de. E te amo porque. Talvez, e só talvez, isso seja o alicerce do meu querer. Mas alicerce só de um lado não segura o prédio inteiro; mais cedo ou mais tarde, desaba tudo junto. Ou será que existe outra engenharia? Talvez, só talvez.
domingo, 17 de maio de 2020
quinta-feira, 30 de janeiro de 2020
um verso breve para servir de lembrete
dessa saudade que sou eu assim sem você
eu não existo longe de você
e a solidão é o meu pior castigo
eu conto as horas pra poder te ver
mas o relógio tá de mal comigo
tô louca pra te ver chegar
tô louca pra te ter nas mãos
deitar no teu abraço
retomar o pedaço
que falta no meu coração
sábado, 11 de janeiro de 2020
Blue Moon
Quando você olhou
Para a lua
Ela pousou
Minha mão
Na sua
Quando você vê
A lua
Ela junta
Minha vida
E a sua
Minhavideasua.
Quando você vê
A lua
Ela junta
Minha vida
E a sua
Minhavideasua.
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