quarta-feira, 5 de outubro de 2005

nada de novo

um vazio na cabeça
um universo pra percorrer
um espaço indefinido
e é tudo uma questão de tempo
mil vontades
mil faltas
mil coisas impossíveis
por enquanto
certas palavras que já não dizem nada
certos gestos que já não existem
certos erros
que se repetem
quem vai?
quem vem?
quem fica parado?
quem?

é como não existir mais porque tanto faz. os poucos que lembram, lembram pouco. os outros morrem. os que vivem nem sabem pra quê. a não ser aqueles que têm filhos. ou, por outra, aquelas. para essas é claro. claro que eu digo é de luz. deram à luz. e então elas têm mais razão, sabe. eu não tenho. não terei. ás vezes penso: que pena. às vezes, que bom. afinal, para quê? ah, pra ter motivo do resto do tempo não vale. então nem quero mais tempo. não faço questão. cansei de fazer questão só. só que eu digo é de solidão mesmo. não de gente. gente há. mas de razão. não é que eu não tenha. é que não há. a não ser... bem... já falei sobre os filhos.

fora isso, estou rodeada de livros. muitos ainda me falta ler. mas mesmo que eu leia. e daí? talvez eu prefira não fazê-lo, não lê-lo, não pensá-lo, não nada. ainda não sei bem. só talvez.

fora isso, estou rodeada de tédio. muito me faltava fazer, mas já nem ligo. é que pouco importa, sabe. porque não se chega a lugar nenhum mesmo. é só uma questão de tempo. e de como ele passa. se bem, bem. se mal, chato.

então vá ao teatro.
vá ao cinema.
vá fazer o que é bom pra você.

eu sei lá.

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