domingo, 28 de setembro de 2008

CORAÇÃO RASGADO

eu não vou nem tentar descrever o tamanho e a profundidade da violência que tem sido revirar sacos e mais sacos, caixas e mais caixas do meu passado inteiro misturado, amassado, rasgado, pronto pra ir pro lixo. também não vou tentar achar uma palavra para o tipo de tristeza que é reviver pedaços de toda a minha vida, assim, sozinha no meu quarto revirado. menos ainda vou procurar um jeito de registrar a alegria "doída" que tem sido me deparar com toda a felicidade e o amor que eu já senti, já recebi, já comemorei. E que eu escrevi e que me foi escrito um dia com as palavras mais bonitas que alguém pode encontrar para falar a outra pessoa que a ama e que está com saudade. não sei por que o amor acaba, mas agora, no meio dos retalhos dos meus amores, eu vivo de novo a emoção dos dias em que ele começa, e cresce, e parece que não vai acabar nunca.

como as coisas que a gente guarda na gaveta pensando que, assim, não vão levar nunca pra longe de nós.

de mim, levaram. inútil guardar.
e eu estou aqui juntando os cacos e os retalhos.
vivendo de novo cada amor e cada dor.
e me despedindo pra sempre.

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