sexta-feira, 14 de junho de 2019

Eu adoeci

Tá muito difícil. Tá difícil demais. Eu não tô conseguindo.

Quero acreditar que adoeci e que posso me curar. Quero ver a saída, mas agora não enxergo nada. Estou cega de dor. Tão rapidamente aquelas certezas que me encheram os olhos e a vida de beleza, se perderam por lá, mas eu já estava entregue e, então, me perdi. Estou perdida, completamente. Entrei nesse caminho tortuoso de mãos entrelaçadas, mas as perdi, e fiquei profundamente perdida. Quero achar a saída, mas agora não acho nada. Não consigo amenizar essa angústia, essa ansiedade, essa sensação diária de vazio e perda que me adoeceu. Eu adoeci de fé, adoeci de desejo, adoeci de espera, de insegurança, de esperança. Eu adoeci desse futuro que me abriu um universo inimaginável e maravilhoso, mas que se desfez muito antes de ser. Na mesma velocidade com que veio, se foi. Talvez nunca tenha existido de fato. Foi um rompante, um engano, uma ilusão. Eu adoeci dessa ilusão. Quero ter saída, mas agora não tenho nada. Estou cega de desilusão.

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