quarta-feira, 17 de agosto de 2005

LUZES

Teus olhos, meu amor, minha luz.
Esses dias em que não te vejo, não passam, não existem.
Teus olhos, ah que dia escuro sem te ver.

Como posso te amar tanto sem te ver?
E te ver e te amar mais?
Teus olhos.

Pensei em escrever um pouco pra hora passar logo, que quando estou sem você não quero o tempo. Quero tudo, meu amor. Quero a vida ao seu lado. Que mesmo metade é tanto. Metade de mim é o que sou , a outra metade é nós. A metade que não pode te ter, eu temo, perder. A metade outra será... tudo.

Clarice nova que você me deu ocupa as noites até o dia e o seu bom dia.

A menina não dorme porque não tem sono. E existe qualquer outra razão para não dormir? Não é preocupação, nem angústia, nem ansiedade, nem medo, nem falta de amor - é falta de sono, ué. Senão ela teria dor de cabeça, mas dormiria. Acordaria procupada, mas dormiria. Teria pesadelos, mas dormiria. Se não dorme, é porque sono não há. Mas dinheiro há, doutor, dinheiro há! E quem disse que o sono se compra? Até amor se compra. Mas sono? Como é que faz? De noite na cama, eu fico pensando, se você me ama, e quando. Alô, telefonista, me ligue com o Nelson, por favor. Vamos montar aí um textinho que ele escreveu e eu não entendi um negócio. Afinal, quem é a Luci?? Luci in the sky with diamonds. De que vale o céu azul e o sol sempre a brilhar, se você não dorme de noite? Ai, ai, ai. Isso não vai acabar bem. O caso é que...

Senhores, o nosso tempo acabou. Por favor, depositem seus votos na urna e permaneçam em silêncio. Por que, afinal, o voto é obrigatório? Se nem dormir é obrigatório, por que votar é? Se dormir a gente quer e não pode... vê-se lá que incoerência. Votar que um monte de gente não quer... tem que.

Clarice, por favor, atenda. Alô? Como vai, querida? Bem, eu sei que devo estar incomodando seu sono eterno, mas o caso é que... eu... não durmo. E... bem, desculpe, mas você tem um pouco de culpa, sim, porque escreveu tanto... e... eu... leio. Assim, sabe, vou lendo. E não durmo mais. Bem, eu gostaria que você viesse aqui, me contar umas histórias. Novas, de preferência, mas se não for, tudo bem. A luz aqui é fraca, mas me avise um dia antes e mando dar um jeito. Oh, obrigada, e traga seu chapéu de palha, bem, há pernilongos e não quero importunar seu sono. Já o meu... não há. Não, não há. O que há é um vácuo na escuridão. Obrigada. Até logo.

Bom dia. Nove e meia? Oh, posso dormir mais meia hora. Se preciso estar lá às onze, preciso sair às dez vinte, portanto tenho que acordar às nove e cinquenta, no máximo. Oh, posso dormir mais vint... zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz.

Às vezes a gente tem mil cérebros.
E Joana Careca, uma coisa a menos na cabeça para se preocupar.
...

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